Shingeki no Bahamut – ep 5 – Para onde o vento soprar
[sc:review nota=5]
Antes de eu começar a falar sobre esse episódio, quero ter uma palavra com você que está me lendo e é jogador de RPG de mesa. Já reparou como esse mundo, os personagens e a estrutura narrativa de sua aventura são muito parecidas às de um RPG? Eu sei, eu já falei dessas semelhanças antes, não estou tentando repisar argumentos. Só quero lhe sugerir uma coisa: indiquem Shingeki no Bahamut para seus colegas de mesa que não o conhecem ainda, ou mesmo aqueles que sequer assistem animes. Há anos não vejo um anime que eu sinta vontade de recomendar para esse público, e ainda por cima esse tem sido até agora, na minha opinião, o melhor anime da temporada. Merece ser assistido por mais pessoas, e nada como começar sugerindo-o à pessoas que gostam de temas afins. Bom, e agora para o episódio da semana. Nesse episódio todos os personagens mais importantes aparecem participando da narrativa principal e os protagonistas são pegos no meio de uma batalha em grande escala. Pouca coisa nova é revelada, contudo, mas certamente porque esse não era o objetivo do episódio. Ao invés, foi um grande episódio cheio de ação onde Favaro e Rita fizeram tudo o que foi necessário para resgatar – e resgataram! – Amira e Kaisar, raptados pelos demônios de Azazel no final do episódio anterior.
E que resgate! Rita desde o início não tem dúvidas de que quer resgatar Kaisar (do ponto de vista da construção de personagem isso soou um pouco esquisito, por que ela se importa tanto com alguém que acabou de conhecer? Em um RPG, contudo, faz todo o sentido). Favaro no início não sabe se está aliviado ou preocupado, afinal tanto Amira quanto Kaisar só lhe causam problemas, mas Rita nem precisou se esforçar para que ele mudasse de ideia. O problema é: como chegar até onde Amira e Kaisar estão? Aliás, onde eles estão? Favaro conhece alguém que pode resolver todos esses problemas, e nós também. Baco é seu nome. Favaro e Rita usam a força para tentar convencer Baco e Hansa a ajudá-los, mas Baco não está convencido da determinação de Favaro. Para provar o quanto está sério, Favaro destrói seu bracelete de caçador de recompensas, e agora ele é só um criminoso procurado sem ter para onde ir. O que ele vai fazer quando voltar? Se voltar, como o próprio Favaro bem lembrou? Ele simplesmente não pensou nisso, então apenas repete o que ouvia seu pai dizer: “amanhã vou para onde o vento soprar”.
Na fortaleza voadora Kaisar está apenas capturado, mas Amira é torturada. Azazel quer descobrir quem está por trás dela, porque não importa o quão poderosa seja, ele acredita que seja impossível para ela sozinha ter planejado e roubado a Chave Celestial. E eu tenho que admitir que estou com o vilão nessa. Acho que já disse aqui que acredito que haja alguém manipulando Amira. Se não disse, me desculpe pelo desleixo, e digo agora. Mas já comentei antes sobre a estranha conexão que Amira parece ter com um dos cavaleiros que servem à Joana D’Arc, o qual possui um pingente idêntico ao da nossa demônia. E acredito que tenha sido dessa forma que ele localizou-a nesse episódio, levando os Cavaleiros de Órleans a planejarem e executarem um ataque surpresa muito bem sucedido à fortaleza voadora de Azazel. Só não conseguiram o que eles realmente queriam ali: Amira. Lavalley (acho que é esse o nome do cavaleiro que citei) pode estar em apuros caso ninguém tenha percebido Amira fugindo com o resto dos protagonistas, pois ele empenhou a própria palavra garantindo que ela estaria dentro da fortaleza. De todo modo, muitos mistérios cercam Amira, e esse episódio não avançou na resposta de nenhum deles. Ou avançou?
A batalha dos Cavaleiros de Órleans contra a fortaleza voadora de Azazel foi um espetáculo à parte. Se bem que não foi exatamente uma batalha, estando mais para um massacre. Foi uma visão poderosa aqueles incontáveis trabucos bombardeando a fortaleza sem parar, com a ajuda dos magos que tornavam suas rochas flamejantes. A batalha aérea entre cavaleiros de dragão e wyverns (a única resistência aparente dos demônios) poderia ter tido mais tempo em tela, mas só a sua ideia já foi bastante incrível. Pudemos assistir até mesmo Joana D’Arc dar uma pequena demonstração de seu poder, quando ela cavalgou sozinha saltando por entre rochas flutuantes e desferiu um ataque mágico com sua lança que atravessou a fortaleza ao meio e a derrubou de uma vez por todas. Os demônios simplesmente não estavam preparados para um ataque daquela magnitude. Cérbero (a garota com os dois cachorrinhos de pelúcia nas mãos) fugiu logo no começo, e Azazel tentou pelo menos levar Amira consigo no final, mas algo despertou dentro dela assim que saiu de dentro da fortaleza, que a mantinha envenenada e fraca, e ele fracassou em seu intento, embora tenha “entendido” algo quando uma força misteriosa mas com forma humanóide saiu do corpo de Amira para protegê-la. Já Pazuzu, o mais agressivo dos demônios, parece ter ficado dentro da fortaleza depois de ter sido derrotado por Favaro e Kaisar em conjunto.
Sim, Favaro e Kaisar lutaram juntos, pela primeira vez! Não foi nada muito elaborado ou comprido, mas foi bastante inteligente e eficaz, apenas para conseguirem fugir mesmo. Considerando que instantes antes Kaisar tentava matar Favaro (e teria conseguido se Rita não tivesse intervido), foi sim um momento a ser comemorado. Aliás, por que Kaisar, mesmo naquele apuro todo, preso dentro de uma fortaleza demoníaca, com Amira que ele quer salvar capturada e ferida, insistia em se vingar de Favaro? Claro que ele já deu sinais antes de agir muito por impulso e de ter um ódio profundo de Favaro, mas é de se esperar que pelo menos numa situação como essa sua prioridade seja outra. Só posso supôr que Azazel o tenha enfeitiçado com alguma forma de sugestão, ou enganado com um blefe convincente. Azazel, aliás, ainda se lembra dos pais de Kaisar e Favaro, creio que a morte de ambos não tenha sido só um capricho, mas algo de relevância para a trama principal do anime. Não algo pobre como eles morreram para dar a seus filhos a motivação que eles têm para essa aventura (ou seja, é assim porque senão não haveria anime), mas algo como Azazel os matou por um motivo muito específico, e a motivação e interferência dos filhos mais tarde foi só uma consequência indesejada. No final, Favaro e Rita, com a ajuda do acaso, tiveram sucesso em sua missão e partiram do local da batalha com Kaisar e Amira cavalgando um wyvern zumbi. O vento soprou à favor deles.
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