Kamisama Hajimemashita 2 – Ep 11 – O que eu mais quero
[sc:review nota=4]
Reta final dessa temporada, já tá ficando aquela saudade de um anime divertido. Mas não tão rápido, senhoras e senhores, que ainda temos toda a treta do Kirihiro/Akuraou pra resolver! E esperem, não desliguem ainda! Paralelamente há o desenrolar de uma subtrama aparentemente simples centrada na Nanami, mas prestem atenção nas palavras de alguém que não aguentou e foi ler o mangá: é bem legal.
Kirihito continua tentando ser o mais distante possível de sua “mãe” humana, mas é mais do que óbvio que os pequenos gestos de gentileza o afetam. Arrisco inclusive dizer que ele sentirá falta da comida dela quando recuperar o corpo… Se é que ele realmente o fará, tô começando seriamente a duvidar disso nos últimos tempos. Por hora, ele usou a terra que coletou (quando?) do mundo dos mortos para forjar outra entrada para lá, e executar uma nova tentativa. Yatori reaparece ao seu lado inocentemente, mesmo tendo falhado em seu plano de dominar o monte Kurama. Quando a entrada se abre, Kirihito permite que o youkai o acompanhe, ao contrário de seus dois shikigamis, que são proibidos de sequer se aproximarem sob risco de se transformarem em pó. É um golpe interessante: se o youkai fosse desintegrado, deixaria de ser uma chateação.Mas se sobrevivesse, que foi o que aconteceu, daria margem para que Kihirito desconfiasse ainda mais dele. Afinal, o que uma entidade tão poderosa quer ajudando a recuperar o corpo de Akuraou?
Yatori o enrola com conversas sobre sempre tê-lo admirado e ser um servo inútil, e que o youkai só permitia a aproximação de certa raposa, mas que os dois haviam se separado. É a deixa para que ele exploda, já que a mágoa por ter sido trocado por uma humana nunca esfriou completamente. Essa fúria explosiva dele é meio tola, já que o faz esquecer os seus objetivos iniciais e baixar a guarda diante de um suporto aliado que ele já sabe não ser confiável. Poxa, Kihirito…
Depois de andar um pouco em meio a um calor infernal, eles localizam o corpo de Akuraou. Está envolto em um mar de chamas, de forma que não possa ser recuperado mesmo que não possa ser destruído. É aí que as coisas se complicam, já que o corpo humano dele já começa a colapsar ameaçado pela desidratação, jamais seria capaz de chegar no meio do fogo. Involuntariamente, ele se recorda de um ex companheiro que sabia lidar com chamas como ninguém… E fica possesso. Pedir ajuda ao Tomoe certamente irá estraçalhar seu orgulho, mas ou é isso ou ficar confinado a este inconveniente corpo humano.
Falando em Tomoe, ainda temos aquela historinha paralela, lembram? É véspera de ano novo, uma das épocas mais atarefadas para templos xintoístas. Em meio a um Tomoe amolecido o bastante pra evitar maldades com a Nanami, surge o assunto “casamento”. Pulemos o Mizuki atacando o raposo por pensar que este pediu sua deusa em casamento (ah vai sonhando) e foco no que importa: Nanami não pretende se casar. Nunca. Com ninguém. E sim, isso é relevante meus caros. Mas os motivos só serão revelados no episódio seguinte. Por hora, eles precisam ir visitar o deus do ano que se aproxima. Resumindo: existem um templo dedicado ao deus do ano que guarda doze passagens, uma para cada signo do zodíaco chinês. O espírito do ano que se inicia é responsável por visitar as casas de todos os devotos, mas em contrapartida os servos dos templos devem passar pelos doze portais no templo da Divindade dos Anos. A travessia faz com que o ser se recorde nitidamente dos últimos doze anos de sua vida, o que é ruim para todos eles, já que não estavam exatamente felizes nesta época. Nanami teve uma vida complicada, e Tomoe e Mizuki estavam sozinhos em seus templos. A princípio, somente Tomoe e Mizuki iriam, já que um humano ficaria confuso com a passagem de doze anos de uma só vez, mas quem diz não para a deusa da terra? E ela foi. Sem olhar pra trás. Óbvio que nunca voltou.
Os dois vão atrás dela, quebrando o tabu que é entrar na rota de outra pessoal. Logo fica claro o motivo disso: uma Nanami de 4,5 anos passa correndo por eles, e Tomoe não demora a notar que toda a vida dela está ali, exposta aos olhos dele. Ele pode tocá-la, falar com ela, saber quem ela era nesta época e tudo o que se passou em sua infância. O vício do pai, a morte precoce da mãe, a personalidade forte, o instinto de sobrevivência. Tomoe comete o primeiro dos seus erros: ele fica e assiste. Certamente isto terá consequências desastrosas, mais do que as que ele já anda acumulando, e o impacto que tais cenas terá em seus sentimentos já descobertos será intenso. Mas vamos imitá-lo. Vamos assistir. Afinal, estamos quase no fim.
PS: Lembram do que eu falei sobre Kihirito, o espelho e ele não ser afetado por sua mãe? Pois bem, o artefato deu defeito e começou a vazar veneno letal. Um de seus shikigamis é destruído, e ele tenta pensar em alguma alternativa para impedir isso, já que o espelho é sua única esperança de sucesso. Mas, quando a mulher retorna até seu quarto, ele sabe que o miasma poderia afetá-la e quebra o espelho, fechando o vazamento. Junto com ele, seu único plano a curto prazo para enfim recuperar seu corpo poderoso e imortal. Alguém mande-o parar de criticar o Tomoe por se encantar por uma fêmea humana mortal porque, mesmo que de modo diferente, ele está agindo exatamente como ele. E olha que eu nem falei do cabelo da Nanami em seu pulso. Assim fica difícil defendê-lo, amigo.
Fábio Mexicano Godoy
Gosto de ser surpreendido por artigos quando menos espero. Ia assistir esse episódio amanhã, mas até vou assistir agora só para poder ler o artigo logo.
Fábio Mexicano Godoy
Um partiu e o outro está prestar a morrer. Percebeu isso? Não que não fosse história que já não soubéssemos, mas colocado dessa forma, e pela boca do Tomoe, de repente se torna emergente reparar que, ainda muito jovem, Nanami passou por tudo de pior que seus dois servos já passaram.