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A White não é uma fantasma de verdade? Ela só está internada em um hospital? Minha vida é uma mentira! Oh, bem, não que eu deseje a morte de ninguém, mesmo que seja uma pessoa fictícia (bom, de pessoas fictícias eu desejo a morte de várias, mas não desejo para a White), mas eu podia jurar que ela era uma fantasma de verdade. O anime me convenceu disso…! Tá, admito, eu sou burro pra caramba. É só ver quantas vezes eu errei tentando prever o que iria acontecer em Death Parade, que também lida com a morte, coincidentemente. Ou quanto eu errei tentando prever o que iria acontecer em animes em geral, apenas errei com mais frequência e mais vontade em Death Parade do que na média (ou seja, fui mais burro do que a média). Mas, puxa, acho que estou falando de um novo nível de burrice apenas previsto teoricamente mas nunca comprovado experimentalmente pela ciência. Chamem os cientístas do LHC, da Nasa, do IFLS e do TecMundo! Temos uma grande descoberta científica aqui!

Menos, menos, eu sei. Não é pra tanto (mas que sou burro, ah isso eu sou!). Quando apareceu pela primeira vez, White se apresentou como fantasma (ou foi o Leonardo que concluiu isso sozinho e ela não desmentiu? bem, faz pouca diferença para mim). E desde então eu acreditava que ela era um fantasma – ela não interagiu com mais ninguém afinal, e não vi o Leonardo conversando sobre ela com ninguém. Ela só interagiu com o irmão dela, que, bom, até onde pude entender é um vampiro maligno das trevas, e não me pareceu estranho que um vampiro pudesse interagir com um fantasma. Leonardo a conheceu mais ou menos ao mesmo tempo em que foi despejado do buraco onde morava antes, e a partir daí sempre que ele aparecia em um apartamento (um quarto, na verdade, mas era só o que ele tinha antes também de todo modo) era naquele mesmo quarto, junto com a White. Em algum momento antes dessa “mudança” ficou implícito (ou foi explícito mesmo? céus, séries complexas dão nó no cérebro de gente burra que nem eu!) que a White não poderia sair de onde estava, o que faz sentido de acordo com a noção de alma penada japonesa, e até achei estranho ela ter “se mudado” para o “apartamento do Leonardo”, mas pensei “ah, ele é o protagonista, é especial, ele pode”. E para provar minha superioridade na burrice, logo depois que ele a conheceu, no ato mesmo, bateu uma foto dela. Certamente esperando que ela não aparecesse, afinal era uma “fantasma”. Mas ela apareceu e desabou de rir. Essa cena estabeleceu desde o começo que ela não era fantasma coisa nenhuma, só tinha tirado uma da cara do Leonardo. E do espectador, especialmente dos burros, como eu, que não perceberam naquele instante.

E isso coloca tudo em perspectiva. Por um lado, eu achava que o óbvio interesse do Leonardo por ela, que crescia à olhos vistos, era meio esquisito, afinal ela era fantasma! Você pode namorar um monstro, acredito, mas um fantasma? Bom, ela não está morta, não é uma fantasma, então não tem problema nenhum, o relacionamento entre eles seria bastante normal embora não saudável até que ela saia do hospital (nossa, essa foi horrível). Por outro lado, o que não é nada normal é como o Leonardo praticamente está lá no quarto dela o tempo todo. Sério cara, isso dá medo. Você acabou de conhecer a garota, ela está presa em um hospital, vai com mais calma aí, campeão. Embora eu acredite que ela não se importe porque deva passar muito tempo sozinha, então é legal ter por perto alguém capaz de cair feito um pato quando você diz que é um fantasma. Ei, White, se não rolar com o Leonardo… bom, eu sou bem burro e não tenho olhos divinos, mas minha mãe disse que eu sou bonito então estive pensando, se você estiver afim… estou aqui, tá bom? Enfim, depois de alguns episódios e de minha burrice devidamente corrigida, o relacionamento entre os dois parece mais normal.

Mas o que é um relacionamento normal em Kekkai Sensen de todo modo, né? Todo o enredo desse episódio envolveu a Aligura, apresentada nesse episódio como membro dos 13 monstros mais malvados e fortes da cidade (ou coisa assim com um nome mais bacana), causando caos e destruição com um monstro gigantesco que ela domou ou criou e que devorava tudo pelo caminho enquanto ela ia em direção a uma penitenciária de detenção máxima resgatar o amor de sua vida. Que, preciso dizer, não aparenta querer ser resgatado ainda que esteja preso amarrado a uma maca estilo Hannibal Lecter sem focinheira. O caso é que ela era apaixonada por um monstro chamado Deldro Brody que era malvado pra caramba, mas o que ele tinha de malvado ele tinha de feio, então ela resolveu esse problema batendo ele no liquidificador e substituindo o sangue de um sujeito bonitão chamado Dog Hummer pela versão líquida de seu namorado. E puxa, eu nem precisei exagerar ou fazer comparações engraçadas nessa última descrição, porque foi exatamente o que a própria Aligura disse ter feito. Isso é uma relação romântica que você encontra em Kekkai Sensen. Tudo bem que mesmo em Hellsalém ela é considerada exagerada, doentia até. Mas o que esperar de alguém chamada de Rainha da Monomania? Nota: monomania é exatamente uma doença mental onde o paciente é obcecado por uma única coisa (como uma paixão, por exemplo). Mas se isso é o pior, devo imaginar que a média do que se considera um relacionamento normal também seja bastante deslocada em relação à realidade.

De resto, foi um episódio que serviu para apresentar mais um vilão, mais um mocinho (ou dois; bom, é um personagem dois em um), e para mostrar todo mundo da Libra agindo em equipe. Isso até já havia acontecido antes, mas não com todo mundo mesmo, e não com todo mundo aparecendo em tela fazendo alguma coisa. O resultado é que pareceu que o trabalho de todo mundo foi um pouco fácil demais e sem graça, mas tudo bem. Serviu ainda para mostrar outro poder dos olhos divinos: o Leonardo pode assumir o controle dos olhos de outra pessoa (ou mesmo um monstro gigantesco) e controlar para onde ela olha. Ela continua enxergando normalmente (me pergunto se passa a enxergar também o que só o Leonardo enxerga; isso seria bem útil), só não tem mais controle para onde está olhando. Por fim, serviu para me fazer perceber quão burro eu sou.

Obs: Curti a referência à Irmãos Gêmeos (Arnold Schwarzenegger e Danny DeVito).

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