[sc:review nota=3]

 

 

Sempre que eu tento tirar minhas conclusões sobre um anime, ainda mais um slice of life como é o caso de Ore Monogatari, eu preciso ter o cuidado de me lembrar de que esta história se passa em um país do outro lado do mundo. Um lugar com pensamentos, costumes e comportamento completamente diferentes dos nossos. Um lugar me que uma simples foto mostrando casais de namorados se beijando pode gerar uma enorme repercussão. Neste cenário, fica um pouco mais simples tentar entender os sentimentos da jovem Yamato e seu medo de ser mal compreendida. Apesar do que ela possa dizer ou sentir, me sinto incapaz de negar que ela tem, sim, um coração puro.

Takeo continua em sua saga pra entender os sentimentos das garotas… Lendo mangá shoujo. Ok, foi uma boa ideia, mas me deixou curiosa o fato de ele ser tão ativamente auxiliado por garotos, que indicam títulos e dizem se são ou não legais. Fica a dúvida: eles já liam tais revistas, ou começaram pra ajudar o Takeo? Nada contra, acho até legal, só é algo bem curioso. Nesse meio tempo, Ai é mais direta e convoca Suna e Yamato pra um bate papo mais direto. Após um pouco de pressão psicológica, a garotinha abre o jogo pro que eu já desconfiava: ela quer mesmo contato físico com o namorado. E que ele a seduz com a pele macia, e as costeletas, os ombros largos e as mãos enormes… Quem consegue resistir? Ah, o papo entre ela e a Ai é mais do que empolgado! (A reação do Suna foi a mesma que a minha, falo mesmo). Deve ser difícil desejar tanto o próprio namorado e ser tratada como uma escultura frágil que nem pode ser tocada, além do receio de que ele não aceite o seu verdadeiro eu. Eu te entendo, Yamato. Mas o puxão de orelha que a Ai te deu foi bem dado: você achava mesmo que o gentil do Takeo te rejeitaria mesmo que você fosse a maior das taradas? Ah vá.

O carão fez efeito e, como todos os personagens desse anime, ela não pôde esperar pelo dia seguinte e correu até ele na mesma hora. E caiu. Mas levantou. Sozinhos, Suna se sentiu à vontade pra perguntar desde quando a irmã era apaixonada pelo grandão, e porquê nunca se confessou. Mais uma história simples e normal: ela se sentia mal com sua própria aparência quando mais nova e, um dia, foi elogiada por ele. Tão Takeo isso. Ele nem percebeu o que fez, e o impacto que isso teve nela. Pra quem era comparada a uma estátua magrela e horrorosa, ser associada a um copo-de-leite deve ser incrivelmente reconfortante. E ela estava esperando que ele fosse mais velho, para que a diferença de idade não pesasse tanto, mas aí Suna vem com seus gestos de gentileza: diz que ela poderia muito bem ter se declarado que obviamente ele não ligaria pra isso. E que, certamente, ele seria tão gentil e dedicado com Ai quanto é com Yamato. E Suna está certo. Ai perdeu a enorme chance dela de conquistá-lo por pensar demais, uma pena.

 

Takeo tinha tudo pra ser um garanhão. Quem sabe sua aparência não é um ponto positivo?

Takeo tinha tudo pra ser um garanhão. Quem sabe sua aparência não é um ponto positivo?

 

Opa, Takeo, convenientemente posicionado no caminho de volta? E salvando um gatinho que certamente o odeia? Faz parte. Ele corre pra casa ao saber que Yamato foi procurá-lo. E depois do encontro e de muito falatório, ela enfim confessa seu lado sujo e adolescente cheio de hormônios. Pra quem tava se preparando pra uma traição ou fora, saber que se é tão desejado foi a melhor das revelações, creio eu. E eles dão as mãos (valseiam?), e passeiam juntos, e voltam ao status de casal fofo e açucarado e perfeito e blá de antes. Ai minha diabetes, e pare com esses doces Yamato! Ah, mas as revelações não acabaram! Ela mentiu sobre como descobriu onde ele morava, informações ao policial my ass! Ela reconheceu o  uniforme dele e foi até a escola dele investigar sobre ele (não deve ter sido difícil). E mais! Ela deixou o celular no quarto de propósito, pra ter motivos pra voltar a vê-lo. Garota, tapinhas nas costas que você merece nota 10 na categoria “Conquistar seu amor”. Queria que os outros personagens mostrassem esse lado, digamos, menos certinho que nem ela.

 

Diz se não é um doce de garota?

Diz se não é um doce de garota?

 

Os dois estão bem e resolvidos, então uma Ai de coração partido vai embora (não, volta aqui, eu te amo!). Yamato está sorrindo de novo e Suna finalmente tem sua amada paz de volta… Só que não. Takeo se atrapalhou quando foi pegar na mão da namorada (Quem diabos se atrapalha com isso, pelos deuses?), e não quer que a mesma coisa aconteça quando ele for beijá-la. Então, ele precisa, aham, praticar antes. E mais uma vez, pede a ajuda de seu amigo de infância dedicado. Sim, ele fez o que todos pensaram. Tá, tinha plástico filme no meio, mas o grito de garota desvirginada do Suna ecoará em meus ouvidos por um looongo tempo. Como o caro Fábio comentou comigo, finalmente descobrimos que Takeo pode representar um sério perigo para  a sociedade. Pobre ogro azul…

Concluindo, o episódio em si foi legal, mesmo que previsível – Com exceção da cena final, claro. Será que ela um dia saberá do ocorrido? Hehehe… Só fiquei meio chateada porque eu também queria saber o lado do Takeo nesse rolo de contato direto. Ok, ele estava vermelho, mas podia ser de vergonha também! Além do mais, é divertido imaginá-lo meio pervertido… Oh, wait. Não, não é. Desculpe, Suna! Coitado…

 

Suna perdeu a sua inocência.

Suna perdeu a sua inocência.

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