Shokugeki no Souma – Ep 8 – Você não é essa coca-cola toda
[sc:review nota=4]
Começou a primeira seletiva eliminatória da Academia de Culinária Tootsuki! Disfarçada como uma inofensiva viagem escolar, essa semana será o primeiro desafio de verdade para os estudantes recém-ingressados no colegial. Para os veteranos, como Megumi, é apenas um lembrete de que o sistema é rígido e apenas os melhores receberão a honra de se formarem na melhor escola de culinária do país. E olha, eu até já sabia que isso significava um bocado, mas ainda não havia compreendido a real dimensão de ostentar tal título – ao menos, até este episódio.
Todo mundo está tenso com essa viagem de seis dias e cinco noites, já que serão desafios culinários diários e os alunos podem ser eliminados e expulsos a qualquer momento, literalmente. Um garoto infeliz foi expulso simplesmente porque o juiz não gostou do shampoo cítrico dele! Deu dó e achei injusto na verdade. Mas claro que Souma tá pouco se lixando pra isso, e pior que a lógica dele é realmente inqubrável: “Ah, só metade dos alunos permanecerão na escola? Então basta fazermos parte dessa metade, ué”. Coincidentemente, no mesmo dia eu havia ouvido algo parecido sobre concursos públicos: “Não reclame do pouco número de vagas, você só precisa de uma”. O único porém é que, desta vez, eles precisarão de mais do que suas habilidades para agradarem a seus algozes, que são nada mais nada menos do que ex-alunos formados da Tootsuki. Todos donos de seus próprios restaurantes de luxo e sucesso, sem falar em um deles que recusou centenas de propostas de emprego ao redor do mundo para assumir a chefia dos resorts da franquia da própria academia (incluindo aquele em que eles estão hospedados). Até eu me arrepiei agora.
Os cerca de mil alunos são separados em grupos e cada grupo passará por provas coordenadas por diferentes chefs, que os tratarão constantemente como simples funcionários de seus restaurantes. Eles são os patrões, e se eles não gostarem de alguém, já era. A primeira cozinheira que lidará com Souma será a calma Inui Hinako, especialista em culinária japonesa e que assediara a fofa Megumi poucos minutos antes. Ela permite que eles usem a mesma dupla de sua primeira alua prática, para alívio da garota que corre na direção de seu salvador (como se eles não fossem virar uma dupla de um jeito ou de outro, hmpf). A primeira tarefa consiste em preparar um prato tradicional japonês dentro de duas horas, com ingredientes que eles precisam se virar pra conseguir por conta própria no terreno da propriedade – mais alguém lembrou do exame Hunter? A turma logo se desespera e tenta pescar, catar ervas e essas coisas. Souma está de boinha, mas nem de longe o teste é o maior de seus problemas.
Não é segredo que o ruivo é detestado e a maioria dos alunos daria sua faca de cozinha pra vê-lo fora dali, mas pela primeira vez um deles vai enfrentá-lo diretamente. A dupla de gêmeos Takumi e Isami está determinada a levar o título de melhores coazinheiros pra casa, mas o loiro Takumi não ficará satisfeito apenas com isso. Ambos também á trabalharam em restaurantes populares, no caso dos gêmeos uma trattoria italiana que leva o nome de sua família, e ele levou pro lado pessoal a provocação de Souma sobre “Não querer perder pra quem nunca serviu clientes de verdade na vida”. Ele quer vencer seu adversário, fazê-lo comer terra, ser vencedor, e pra isso usará os mais sujos truques de uma criança do primário. Sério cara, pisar no sapato, é essa a sua melhor provocação? O interessante é que esta é a primeira vez que Souma reage a um ataque, e eu nãos ei dizer se é porque este foi mais direto do que os outros, ou se ele realmente é tão infantil quanto Takumi. Bem, provem seus talentos na cozinha, garotos. As semelhanças entre vocês dois não acabam por aqui.
Enquanto a turma inteira, inclusive Souma e Megumi, pensou em peixe assim que souberam que o tema seria culinária japonesa, os Aldini notam que o lugar também conta com aves e coelhos e escolhem um pato. A habilidade dos dois em limpar uma carne que intimidou a maior parte dos alunos (fala sério, eles sempre pegam as carnes prontinhas, é? Até eu sei limpar uma ave!) os faz crescer no conceito de todos, inclusive de Megumi. Seu prato final, concluído em menos da metade do tempo estipulado, consiste em pato grelhado com ervas e molho verde. A esperteza consiste em terem preparado o molho e as ervas substituindo os ingredientes tradicionalmente italianos por outros japoneses. Por exemplo, trocar alho e salsa por mirin, shoyu e cebolinha. Mesmo que a origem e a montagem sejam estrangeiras, as bases são nacionais. Eu pessoalmente desconsideraria isso deles, mas a professora se entregou à execução, ao pensamento rápido deles e ao sabor e os aprovou sem pestanejar. Ou seja: Takumi é tão bom em improvisos quanto Souma, ou quem sabe até melhor. Enquanto nosso protagonista aprendeu tudo através de seu pai, o outro teve treinamento profissional em outro país além do Japão, com a vantagem de saber muito bem as técnicas que usa. Pra coroar, também tem experiência em trabalhar em restaurantes populares. Eu diria que Takumi está anos à frente de Souma, e não estou nem um pouco empolgada em vê-lo perder para o garoto em um futuro breve.