Gundam: Iron-blooded Orphans – ep 4 – Flor de Ferro
[sc:review nota=3]
Um episódio de ligação entre o arco inicial e o próximo, que se nada der errado será o da (tentativa de) viagem para a Terra. Um pouco mais de tudo é revelado, a Gjallarhorn, a Terra, Marte, as crianças da CGS (agora Tekkadan). Não o suficiente para matar totalmente a curiosidade, mas o bastante para não voarmos à deriva pelo espaço, hehe. Comento sobre tudo isso e um pouco mais nesse artigo a partir do próximo parágrafo!
Antes de tudo estou curioso com uma coisa: será que haverá uma guerra total, ou será que o anime será apenas sobre manobras políticas com conflitos localizados eventuais? Talvez quem conheça a franquia Gundam possa me ajudar a dar um chute mais certeiro? A essa altura pode muito bem ser qualquer das duas coisas. Minha preferência é pela guerra, mas a Okada nunca escreveu uma história de guerra, então não sei. Há até uma terceira possibilidade: guerra total sim, mas o anime focar em personagens e eventos que não estão diretamente envolvidos com ela. Ai a ansiedade! Quero saber logo!
Tá bom, Flor de Ferro. Tekkadan, o nome que o Orga escolheu para substituir CGS. Queria ter falado sobre ele no artigo do episódio anterior, mas já tinha escrito muita coisa então adiei, mas desse artigo não passa. Ao mesmo tempo sensível (flor) e forte (ferro). Belo e mortal. Eu sei até o momento exato em que ele pensou nesse nome: foi quando o Mikazuki atravessou o mobile suit inimigo com sua lança e faíscas jorraram. Japoneses chamam fogos de artifício literalmente de “flor de fogo”, então faz sentido que Orga tenha visto naquela chuva de faíscas uma flor de ferro. A marca vermelha (cor do sangue e do ferro) escolhida nesse episódio para representar a Tekkadan lembra heráldica tradicional. É uma flor, como deveria ser, mas não parece apenas uma flor. Pode ser também uma lança, como a arma do Barbatos? Pode ser um tridente? Se aceitar viajar um pouco comigo, lá vai. O anime possui como principal e mais poderosa organização até agora a Gjallarhorn, que toma seu nome emprestado do chifre do deus nórdico Heimdallr, que quando é soprado poderá ser ouvido nos nove mundos e marcará o início do ragnarok, o apocalipse nórdico. Orga, creio, vem de Olga, um nome comum entre russos e ucranianos, e nome de várias personagens históricas. A Ucrânia foi fundada por Rurik, um nórdico (viking). Quando descobri isso uns bons anos atrás fiquei curioso também, como assim vikings fundaram a Ucrânia e a Rússia? O próprio nome “Rússia” vem dessa época, pois seus principados eram chamados de Rus. O primeiro foi o Rus de Kiev, que se tornaria a Ucrânia, e mais tarde o Rus de Moscou, que seria a Rússia propriamente dita. Enfim, o importante aqui é que o brasão da Ucrânia hoje, e também o brasão de vários governantes ucranianos históricos inclusive dessa primeira dinastia, era um tridente. A primeira Olga (há outras) foi esposa do filho de Rurik, Igor, e regente depois de sua morte até que seu filho pudesse assumir seu trono. Devo estar viajando muito, mas não é divertido pensar nisso? O Orga, o nosso Orga do anime, pode ter muito mais história do que aparenta. Ele parece ter mesmo um ar misterioso, não parece?
A Guerra da Calamidade de séculos atrás parece ser tema ainda quente até hoje. Seria como, sei lá, se as guerras napoleônicas ainda fossem o evento histórico mais relevante na história contemporânea para nós. A própria Terra precisou se reorganizar completamente após o fim da guerra, me parece que se houve um vencedor, só pode ter sido a Gjallarhorn. Os blocos econômicos terráqueos controlam politicamente os territórios marcianos. Embora alguns (todos? não entendi essa parte direito) possuam relativa autonomia administrativa, os governos da Terra interferem na política marciana impedindo que essa autonomia seja exercida de fato em benefício dos marcianos. Disso nasceu o movimento emancipacionista, do qual a Kudelia se tornou o principal rosto.
A Gjallarhorn é uma organização até onde entendi independente de qualquer estado ou nação, e tão grande que uma filial local, como a marciana, pode agir sem consentimento da matriz. Parece ter sido o caso no conflito envolvendo a CGS e a Kudelia, o que me faz pensar se seria do interesse da matriz da Gjallarhorn esse conflito. Eles não sabem o que aconteceu, estão investigando ainda. A conspiração é muito mais confusa do que parece. O pai da Kudelia vendeu a filha para que ela morresse como mártir da causa da independência marciana para a filial local da Gjallarhorn. O que todos os envolvidos têm a ganhar com isso? O homem que sustenta o movimento de independência, o tal Nobliss Gordon citado no episódio anterior, não parece muito confiável também.
E se é para falar de gente que não é confiável, bem, era óbvio que o Todo iria traí-los na primeira oportunidade. E ela chegou! Ele sabe do plano para transportar a Kudelia até a Terra sem atravessar rotas da Gjallarhorn e foi ele quem indicou e entrou em contato com a empresa que irá supostamente guiá-los pelo espaço, uma tal de Orcus. Ele ficou de sorrisinhos malignos prometendo o diabo o episódio inteiro, e no final finalmente ele parece ter colocado seu plano em ação. Essas crianças (Kudelia inclusa) são todas muito inocentes. Esperava um pouco mais pelo menos do Orga, né? Mas não rolou. Eles vão ter que aprender do jeito difícil. Fazer o quê? Não sei o Orga, mas muitos ali foram vendidos por dívidas, nunca conheceram o mundo de verdade. Se bem que isso deveria ser mais motivo para ser desconfiados, eu acho. O Orga, contudo, não parece ser um escravo de dívida, e talvez ele estivesse sempre planejando algo, e agora que está aparentemente dando certo ele está se descuidando porque está animado demais. Gente inocente assim morre cedo, hein! A não ser que ele realmente tenha muita história pra contar. Além disso, alguém precisa controlar o Mikazuki, ele é um monstro. A Kudelia ainda não está pronta para nada disso. Seria divertido ver ela assumindo a liderança das operações e deixar de ser só um rostinho bonito e uma donzela em apuros. Posso sonhar, não posso?