Sim, é verdade! Passarei a cobrir Myriad Colors Phantom World semanalmente aqui no blog a partir de agora. Gostaria de ter começado a escrever antes, mas eu realmente precisei usar a regra dos três episódios nesse anime. Não exatamente para decidir se continuaria assistindo (eu faria isso de qualquer jeito), mas sim para saber se realmente teria algo para falar sobre ele.

Assim como o Fábio disse no artigo de primeiras impressões, Phantom World está longe de ser o que de melhor a KyoAni já fez. Porém, tem sido divertido acompanhá-lo, especialmente pelo evidente esforço em preencher seus episódios com altas doses de “nonsense”. Uma das coisas que me agradaram muito, além do nonsense, foi a estrutura que os seus episódios possuem: no início, sempre são apresentadas “pesquisas” ou “conceitos científicos” que serão utilizados para embasar os acontecimentos que veremos no desenrolar do respectivo episódio; depois vemos isso ser adaptado ou até mesmo desconstruído para causar o efeito cômico desejado. Eu já havia lido algumas pesquisas semelhantes às citadas (aparentemente, gosto de “conhecimento inútil” tanto quanto o Haruhiko…), mas é claro que elas são apenas uma base para o anime (e no sentido mais descompromissado possível da palavra).

Em suma, o que eles fazem especificamente é apenas explicar um conceito e depois usar muitas drogas teorias misturadas, para tentar deixar o público meio pirado mesmo. Então é melhor a gente evitar questionar a parte “científica”, por enquanto, e partir para o que de fato aconteceu nesse mundo psicodélico estranho até agora. Vamos lá?

Koito Minase deixando a galera no vácuo por motivos de: “vocês não merecem falar comigo nem com o meu anjo”.

Koito Minase deixando a galera no vácuo por motivos de: “vocês não merecem falar comigo nem com o meu anjo”.

O segundo episódio serviu basicamente para nos apresentar à personagem Koito Minase: uma garota que possui grandes poderes desde criança e que tenta se manter isolada de todos, tanto na escola quanto nas missões que realiza. A professora de Haruhiko pediu a seu grupo que tentasse ajuda-la, pois gostaria que Koito aprendesse a trabalhar em grupo e se tornasse uma pessoa mais sociável. As palavras da professora ainda nos permitem inferir que o motivo que fez a garota ter essa personalidade “difícil”, foi ter passado muito tempo sendo tratada de forma diferente por causa de seu grande poder. Isso abre espaço para uma interpretação ambígua:

  • Ela pode ter sido marginalizada pelas pessoas ao redor que a invejavam ou a temiam; ficando assim, acostumada a ser excluída de grupos até chegar ao ponto de perder o interesse em interações sociais. Ou,
  • Ela pode ter sido mimada demais pelas pessoas que sabem o quanto o seu poder é valioso. Dessa forma, escolheu não se aproximar de ninguém nessa nova escola por deduzir que as pessoas que se aproximassem dela estariam interessadas apenas nos benefícios que seus poderes podem trazer e não em sua amizade ou em quem ela é como pessoa. Quem sabe se algo assim não já a decepcionou no passado?!

Particularmente, acredito que a hipótese correta seja a segunda. Afinal, em nenhum momento a Koito me passou a impressão de ser uma pessoa triste ou melancólica, e sim arrogante. Ela se considera superior aos outros alunos e age como se eles não fossem dignos de tê-la por perto. Não é que eu esteja implicando com ela por não ter gostado de suas atitudes. Acho normal um personagem que possui grande poder, ter um desenvolvimento baseado em uma personalidade problemática. Porém, tudo precisa de um balanceamento… por exemplo: se o Saitama fosse arrogante com os coleguinhas da Associação de Super-Heróis (Ok, isso jamais aconteceria porque o anime perderia todo o propósito do seu tipo de comédia, eu sei. Mas tente abstrair só dessa vez, para eu não precisar formular outro exemplo agora, combinado?), talvez essas atitudes nos incomodassem uma vez ou outra, mas… caramba! O cara derrota qualquer criatura com um soco! Apenas um soco! Como eu poderia abrir a minha boca para dizer: “ah, esse cara se acha!” ou “ah, ele não quis dar bom dia para o Mumen Rider hoje, que cara babaca!”

Não estou dizendo que ser comprovadamente forte te dá o direito de agir como um babaca. Esse tipo de atitude é ridícula independentemente de quem a pratique. Porém, se você quer andar por aí esnobando todo mundo e fazendo pose de “sou poderosa demais, então não vou perder meu precioso tempo com losers, flw vlw”; Então pelo menos seja forte de verdade! Tenha alguma coerência. Se o grupo da Mai não tivesse ido ajudar a Koito em sua missão, ela teria ficado lá repetindo seus ataques de efeito nulo até morrer. Afinal, não foi capaz sequer de identificar qual era a estratégia que o Phantom estava utilizando contra ela, que por sinal era algo tão “difícil de ser notado” que o Haruhiko descobriu no mesmo instante em que viu o Phantom agir. Enfim, com certeza essa personagem ainda deve passar por uma grande evolução e talvez no futuro eu consiga escrever sobre ela sem tanto “hate”, mas por enquanto tá difícil… (Realmente espero que ela melhore porque senão, vou ter que passar cola Super Bonder naqueles fones de ouvido e deixar ESSA música no repeat. Isso é uma ameaça, ouviu Kyoani?!).

 

Mai usando o Lightning Kick. Chun-Li wins! \o/

 

Ainda no segundo episódio, vimos o Haruhiko tentando invocar um Phantom usando um desenho (da mesma forma que ele faz para selar) e oferecendo uma gota de sangue para concretizar a invocação. Deu errado e, admito, eu ri muito do resultado. Mas será que ainda vão nos mostrar algum motivo lógico para a invocação ter sido “imperfeita” ou vai ser sempre uma licença poética para fazer essa piada? Pense comigo: se você faz um desenho todo detalhado de um demônio alado e a invocação desse Phantom resulta em um cachorrinho fofinho… então isso não significaria que não há nenhuma obrigação de fazer um desenho perfeito para os rituais se concretizarem então?! Quando o Haruhiko precisa desenhar um Phantom que ele deseja selar, demora um tempo considerável para terminar e conseguir deixar o desenho de um jeito que o permita utilizar seu poder. Mas será que se ele desenhasse tipo, sei lá… um boneco de palitinho, não deveria ter o mesmo efeito no final? Ou vai me dizer que se o Haruhiko esquecer de desenhar, por exemplo, uma orelha do Phantom, ele vai escapar de ficar preso no papel só porque não tem um lugar para repousar sua orelha dentro do desenho? Ou só a orelha vai continuar nesse mundo e o Phantom selado vai aparecer no desenho como um cosplay de Holyfield?? São tantas dúvidas…

Que tal brincar de jogo dos 7 erros?

Que tal brincar de jogo dos 7 erros?

Bom, não há muito o que dizer sobre o terceiro episódio porque ele foi basicamente como um filler. Afinal, duvido que as “garotas Phantom” que lutaram contra a Mai voltem a aparecer. Além disso, as habilidades que Haruhiko aprendeu com a Mai, tem efeito temporário e certamente já não estarão mais com ele no próximo episódio. O que eu gostaria de destacar, que se tornou mais evidente para mim ao final do terceiro episódio, é que apesar do protagonista ser o Haruhiko, na verdade a personagem que está no controle dos acontecimentos e que tem o poder de influenciar de forma significativa as atitudes dos demais, é a Mai. E justamente por causa dela já ocorreu uma inversão de papéis entre o Haruhiko e a Reina. No segundo episódio a Mai tomou atitudes, como exaltar as habilidades da Reina, que fizeram com que ela se sentisse o seu novo “braço direito”; o que foi muito importante para a Reina, principalmente pelo fato dela ter adquirido uma grande admiração pela senpai assim que a conheceu (de forma quase instantânea). Mas teve o efeito oposto no Haruhiko, que se sentiu um inútil e quis melhorar suas habilidades para tentar ter o seu valor reconhecido por ela. Já no terceiro episódio, a Mai teve que escolher um dos dois para ajudá-la em sua missão e preferiu escolher ele. Isso teve um impacto muito negativo na Reina, pois ela passou a se sentir insegura e totalmente deslocada. Só nos resta esperar para ver se isso vai se tornar uma disputa pela atenção da senpai, ou apenas um pequeno drama para fazer com que os laços de amizade entre os três evoluam.

  1. Fábio "Mexicano" Godoy

    Já assistiu o quarto episódio? Acho que a Mai é a mais importante quando é necessário combate físico, porque ela é a mais forte e, bom, única realmente capaz de combate físico. Daí é natural que ela imponha seu ritmo. Quando não é o caso de combate físico, como foi o caso do quarto episódio, é ela quem fica meio de fora. Pode ser intencional para destacar o que cada personagem tem de melhor, ou pode ser só dificuldade do autor de escrever uma história com personagens tão diferentes mesmo, vai saber =D

    • Sim! Acho que é realmente uma questão de controlar o que deve ser destacado em cada personagem, porque a Mai tem uma presença muito forte, então é dela que sempre estamos esperando uma iniciativa ou atitude mais expressiva. Como o foco desse episódio precisava estar inteiramente na Reina, teria sido um grande erro dar um pouco mais de espaço para a Mai em cena. 🙂

      • Fábio "Mexicano" Godoy

        Acha que o anime vai continuar episódico até o final ou vai ter algum grande arco? Até agora Myriad Colors é um slice of life sobrenatural só, né

Comentários