Terceiro artigo de primeiras impressões da temporada de abril de 2016. Os dois artigos anteriores foram:

  1. Mayoiga, Terra Formars Revenge, Re:Zero Kara Hajimeru Isekai Seikatsu
  2. Jojo’s Part 4: Diamond is Unbreakable, Kuma Miko, My Hero Academia

Nesse, mais três animes. Qual a sua Jornada do Herói preferida? No mundo de hoje mas com elementos sobrenaturais, Ushio precisa salvar o Japão e retornar para casa, onde o espera sua amada amiga de infância. Em uma dimensão paralela fantástica Shun precisa ajudar Emilio a salvar o reino de Endra antes de voltar para sua casa e sua vida normal. Em um cenário de ficção científica no qual a humanidade dominou a viagem interplanetária Banagher precisa ajudar Mineva Lao a salvar toda a humanidade da ameaça de uma guerra por todo o sistema solar.

Um original, um anime que retorna, e um remix de uma série de OVAs de uma clássica franquia. E o que eu achei de cada um deles?

Ai! Lá vai o Leomon morrer de novo!

Ai! Lá vai o Leomon morrer de novo!

Endride, episódio 1 – A Hipótese da Terra Oca

Por alguma razão que eu não compreendo o Shun tinha todas as senhas de seu pai na empresa dele. Não só a senha para seu escritório, o que vá lá, é idiota mas pode fazer algum sentido, mas também a senha para destravar uma cúpula que mantinha um cristal que ele nem sabia que estava lá. Ou vai ver os números digitados não servem para nada, os botões apenas leem a digital dele. E ninguém venha dizer que não é idiota porque é idiota sim: isso torna o garoto um alvo potencial de sequestradores. Eu sei que a violência é baixa no Japão, mas duvido que eles arrisquem quando há tanta coisa em jogo. Enfim, a motivação do garoto é arrastar seu pai para uma festa de aniversário em casa. Não encontrando-o no escritório, ele acha boa ideia ficar fuçando por lá. Ou vai ver estivesse pensando em procurá-lo nas gavetas? Não importa. Ele é apaixonado por cristais por sei lá qual razão e por isso acaba indo parar em outra dimensão, ou algo assim. Quantos anos você tem, Shun? Eu com 15 anos já não mexia mais em coisas dos outros que estivessem obviamente guardadas para que ninguém mexesse.

Do outro lado dessa maluquice sem sentido, Emilio tenta assassinar o rei que, ele descobriu, matou seu pai. Mas o velho safado tem sono de gato e acordou assim que o Emilio se aproximou, mas continuou com os olhos fechados para surpreendê-lo no último momento. Ou talvez o Emilio tenha feito muito barulho, o que sinceramente não pareceu o caso, mas vai saber. Ele depois luta com o rei Delzain, é derrotado e preso – mas o rei não o quer morto, mesmo depois que ele foge da prisão com a proverbial ajuda de Shun, que havia casualmente se materializado por ali. O cristal que sequestrou o Shun para essa dimensão se transformou em uma arma que fica alojada magicamente em seu peito, e ele a usa meio sem querer para destruir a cela de Emilio e derrotar os guardas que tentavam capturar o invasor – ele. Emilio tem uma dessas armas guardadas no peito também, mas por alguma razão ele não cogitou a hipótese de sacá-la para arrombar sua cela. Talvez a cela bloqueie o poder mágico dos cristais? Talvez o cristal tivesse sido separado dele? Talvez o roteirista nem tenha pensado nisso? Voto nessa hipótese.

E se por um lado a história é ruim, com tudo sem sentido e meio jogado, além de personagens nada carismáticos, por outro lado o aspecto técnico é igualmente ruim. As lutas não tiveram graça nenhuma, na maior parte do tempo consistiram em close-ups nos rostos dos personagens com faíscas voando pela tela. Pouco movimento, e ele não parece obedecer nenhuma lei física: você pode bloquear uma carga de lança apenas erguendo o seu sei-lá-que-arma-era-aquela-do-Delzain. Vai soltar faíscas e não vai ter nenhum recuo. Ah, e a Terra Oca, você pergunta? Bom, o Emilio vive se referindo ao Shun como “habitante da superfície”, o que me faz crer que eles estejam no meio da Terra, que portanto seria oca. Pesquise a respeito, é uma hipótese maluca antiga, até mesmo um presidente dos Estados Unidos chegou a financiar uma expedição para tentar prová-la.

É muita sofrência pra pouco Ushio

É muita sofrência pra pouco Ushio

Ushio to Tora, episódio 27 – Coração partido

Estreia no episódio 27? É, ora, eu já disse na introdução que um dos animes estava apenas retornando. Ushio to Tora foi transmitido de julho a dezembro do ano passado (2015), e retornou agora em abril. A história está no meio e o anime reestreia. E que reestreia! O começo do episódio é o único e curto momento de felicidade. Ushio e Asako estão se dando mais ou menos bem, quero dizer, eles continuam grossos e zombeteiros um com o outro, mas a irritação que eles sentem com isso já passou dos limites e eles querem mudar. A gente sabe que um gosta do outro e que o outro gosta do um, é sempre bonitinho ver adolescentes dando os primeiros passos no amor … daí não mais que de repente ela nem se lembra mais quem ele é. De verdade, as memórias desapareceram. Ninguém mais se lembra quem ele é. Ushio ficou de coração partido, e eu também fiquei.

As coisas pioram quando ele descobre que os monges da ordem que o ajudavam estão todos petrificados, e que os monstros com quem havia estabelecido amizade e confiança também se esqueceram dele. Pior: eles estão atrás de Mayuko, outra de suas amigas, e pretendem sacrificá-la para criar uma nova Lança da Besta. Nem tudo é horrível e Tora ainda se lembra de Ushio, bem como Saya, que descobriu a causa da perda de memória coletiva. Bom, é culpa do Hakumen no Mono de novo, né?

Um recomeço forte e intenso, um arco muito mais interessante que o último arco da temporada anterior. Pelo menos seu começo é tão bom quanto os melhores arcos do anime no ano passado, e tem potencial para melhorar ainda mais. Como sempre, a jornada do Ushio é um caminho quase solitário cheio de sofrimento e auto-sacrifício.

Acredite ou não, isso não foi animado nos anos 1980

Acredite ou não, isso não foi animado nos anos 1980

Gundam Unicorn RE:0096, episódio 1 – Entendi pouco, mas parece legal

Anos atrás, quando eu assistia relativamente poucos animes ainda e não acompanhava por temporadas, eu já tinha ouvido falar desse tal Gundam Unicorn, que dizia-se era um dos melhores Gundams e etc. Coloquei-o na minha lista de animes que desejava assistir, mesmo que nunca tivesse assistido nenhum outro Gundam antes e soubesse bem pouco sobre a franquia. Nunca assisti.

Quando o Anime21 foi ao ar, ao mesmo tempo estreava no Japão o Gundam Reconguista in G, o qual eu tentei assistir e até cheguei a escrever um artigo sobre seus primeiros episódios. Me chamava a atenção o design que emulava traços de animes mais antigos – e isso me pareceu algo típico e digno para uma franquia do final dos anos 1970. Mas a história não me cativou e tinha coisa que eu não entendia nem tinha vontade de entender, então larguei. Não digo que dropei, mas está em suspenso há mais de ano… Recentemente saiu Gundam: Iron-blooded Orphans, o qual eu assisti até o fim (embora ainda não tenha acabado, ele apenas deu uma pausa, volta temporada que vem), não depende de nenhum outro anime da franquia e tem um traço atual. Escrevi artigos sobre Iron-blooded Orphans aqui.

Nessa pausa do Iron-blooded Orphans um remix do Unicorn, que é uma série de OVAs, está sendo produzido para TV, com algumas cenas extras (dizem … para mim tanto faz). É minha chance de assistir Unicorn! Isso é Gundam Unicorn RE:0096. Com um traço ainda mais datado que Reconguista in G (embora os OVAs tenham sido produzidos entre 2010 e 2014, ou seja, são contemporâneos) e com uma história que regride de forma direta até o Mobile Suit Gundam original – se entendi, é a “quinta geração”: Gundam (1979), Zeta Gundam (1985), Gundam ZZ (1986), Gyakushuu no Char (1988) -, Unicorn depende muito mais de conhecimento das séries anteriores da franquia (coisa que eu não tenho) e tem uma arte muito mais difícil de assimilar do que Reconguista in G. Mesmo assim, achei esse primeiro episódio muito interessante, gostei de seus personagens. A política aqui parece mais madura, a ameaça de guerra parece mais real e iminente, os personagens parecem mais fortes e talvez até profundos. Eu quero continuar assistindo.

  1. Eu assistindo endride tava tipo = ele gosta de cristais ? ué, ele tem a senha pra mexer no cristal bem guardado do pai dele? ué . O Prisioneiro tem uma arma mas por alguma fucking razão ele não a usa para escapar, enquanto o cara da superficie a quebra facilmente? ué, eles viraram amigos sem razão nenhuma? ué
    Resumindo = Dropei msm , enjoativo e mt chato , slá, é algo que não consigo explicar muito bem, ta mt sem graça esse anime.
    Ushio no Tora = Simplesmente foda, dá aquela alegria de ver os 2 tentando mudar e de repente , ué? ela n se lembra mais dele? essa cena foi super triste man, quase chorei até , slk. Eu no lugar dele ficaria abalado do msm jeito
    Gumdan Unicorn = Nunca assisti os primeiros e detesto pegar historia cortada

    • Fábio "Mexicano" Godoy

      Minhas exatas impressões com Endride. Só não me perguntei muito sobre eles terem virado amigos porque não entendi dessa forma, eles eram dois malucos encurralados pelos mesmos inimigos, então uniram forças para fugir. E de todo modo não dropei. Já saiu o segundo ep, quem sabe melhorou?

      Ushio to Tore nem tenho o que acrescentar ou corrigir, hehe, é isso e pronto.

      Gundam Unicorn em que pese ele realmente começar do nada, se apoiando em fatos ocorridos em outros animes da franquia, acredito que dê para assistir mesmo assim (e teve um flashback logo no primeiro episódio, acredito que o que for realmente indispensável será mais ou menos explicado). Talvez eu não consiga aproveitar tanto quanto alguém que assistiu todas aquelas séries que eu listei, mas se mesmo assim for bom, o que estou perdendo?

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