Corrente de Reviews: School Rumble – Estação Juventude
Série para TV, 25 min26 episódiosEstreou dia 5 de outubro de 2004
Informações técnicas
Adaptado de | Mangá |
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Autor original | Jin Kobayashi |
Estúdio | Studio Comet |
Diretor | Shinji Takamatsu |
Roteirista | Hiroko Tokita |
Primeira participação do Anime21 na Corrente de Reviews do Anikenkai, espero que gostem da resenha. Espero mesmo! E acho que o Leo do blog Mithril espera ainda mais, afinal, em suas próprias palavras, “eu (ele) amo School Rumble e gostaria que todos tivessem a oportunidade de assisti-lo“. Obrigado pela oportunidade, Leo! Quero dizer, eu já havia lido o mangá anos atrás, senão provavelmente teria pedido para trocar a indicação, afinal são 26 episódios! E isso porque estou falando só da primeira temporada – a segunda tem mais 26. E mesmo assim valeu muito a pena!
Muito grande? Já quer desistir? Pelo menos leia o resto desse texto no qual, sem grandes spoilers, pretendo convencê-lo a atender o desejo do Leo.
De cara, repare nos gêneros do anime: é comédia e romance, não uma comédia romântica. Isso faz todo o sentido, acredite em mim. Embora os interesses românticos dos dois protagonistas sejam de grande relevo no enredo (e sejam fonte de várias piadas), a história (e o humor) não gira apenas ao redor disso. Nada poderia estar mais longe da realidade. Tenma e Harima são dois adolescentes normais (er… nem tanto) tendo vidas escolares normais (…nem tanto). A Tenma é uma garota comum (“comum” tem mais a ver do que “normal”, acho), meio avoada, cheia de amigas e que vive com sua irmã mais nova Yakumo, que aparenta ser mais madura que ela mas na verdade é apenas mais responsável e mais inteligente, mas no que diz respeito à maturidade é tanto ou menos que a irmã, e abaixo da média do grande elenco de School Rumble. Harima é um ex-delinquente (mas ainda forte e briguento) solitário, sem amigos durante a maior parte do anime e vastamente mal compreendido. Os dois são apaixonados.
Harima por Tenma. E Tenma por… Karasuma, o garoto mais misterioso da turma. Os 26 episódios passam e nenhum dos dois chegou a se declarar, embora tenham se esforçado algumas vezes e até chegado bem perto disso (ou fantasiado isso em sonhos ou ficção). Outros personagens recorrentes são a Eri (rica, meio-japonesa, afastada da família – e sente falta disso), a Mikoto (garota forte, esportista) e a Akira (séria), as amigas mais próximas da Tenma, sua irmã Yakumo de quem já falei, o Hanai (representante da classe, garoto forte, orgulhoso, amigo de infância da Mikoto e que gosta da Yakumo), além de professores e um enorme elenco secundário.
Tenma, na maior parte do tempo, leva uma vida escolar normal, tentando se aproximar do Karasuma quando tem oportunidade, passando tempo e fazendo coisas junto com suas amigas, tendo o apoio necessário de sua irmã (e se preocupando com ela como irmã mais velha, ainda que pareça desnecessário na maior parte do tempo), enfim, uma garota saudável. Já o Harima é um pária. Ninguém se aproxima dele porque tem medo de seu passado violento (e bom, ele ainda resolve muitas coisas com recurso à violência, então não é de todo injustificado) e de sua aparência ameaçadora (que é apenas um disfarce, um dos muitos mal-entendidos que o cercam), e apenas já depois de metade do anime que ele encontra alguém em quem consegue confiar para algumas coisas.
O comum entre os dois é o fato de fantasiarem frequentemente sobre os alvos de seu amor e terem uma grande tendência a interpretar tudo da forma mais positiva, conveniente e errada possível no que diz respeito a esse assunto. Nada anormal também, em se tratando de paixão, mas a coisa atinge níveis trágicos para o Harima por esse não dispor de toda a rede de contatos e apoio psicológico natural que a Tenma tem. Não ajuda que outra garota mentalmente fraca se apaixone por ele, causando mais mal-entendidos para o pobre ex-delinquente, mas eu confesso que desde que li o mangá, e não foi diferente com o anime, sempre torci por esse casal. Mas ele não foi, porque não era para ser.
Porque a juventude não foi feita para ser para sempre. É apenas uma etapa da vida. Quando estamos passando por ela é tudo muito novo, é tudo muito excitante, é tudo muito assustador ou constrangedor. E tudo parece que vai ser para sempre. Depois crescemos e entendemos que não é bem assim, mas toda a graça da juventude é exatamente essa sensação de que tudo é eterno e imortal. De que já atingimos o ápice de nossas vidas. Sonhos, desejos, tudo parece possível – já somos quase adultos! É claro que as frustrações parecem ser igualmente insuperáveis e sofríveis. Ser jovem é ser tão frágil e ao mesmo tempo tão forte. Harima e Tenma passam por montanhas-russas de sentimentos, sobem ao céu e descem ao inferno várias vezes, em algumas ocasiões fazem ambos no mesmo dia, e tudo isso em um espaço de menos de um ano, que foi a duração cronológica da história dessa primeira temporada.
Tecnicamente, a animação já está datada, mas apesar disso continua bastante bonita e caprichada (para uma comédia) mesmo para os padrões atuais. Seus episódios são todos compostos por três partes, que podem tanto ser três esquetes com pouca ou nenhuma conexão entre elas quanto uma história única dividida em três atos. O formato privilegia a comédia e o anime sabe ser bastante engraçado quando deve ser, sem deixar de ser sério quando trata dos sentimentos dos adolescentes que retrata. Apesar do elenco grande e de ser uma comédia, alguns de seus personagens são razoavelmente bem desenvolvidos (senão, acho que dificilmente eu conseguiria torcer para que certa garota ficasse com o Harima…).
Infelizmente, não tive tempo para assistir a segunda temporada, mas acho que, para o propósito da corrente, não era necessário. Quero dizer, se eu não conseguir te convencer a assistir a primeira temporada, de que adiantaria falar sobre a segunda, não é? Mas se ela adaptar a história do mangá até o final eu garanto que a segunda temporada é ainda mais surpreendente que a primeira – e lida com o delicado tema do que vem após a juventude. Quando a maioria das nossas fantasias acaba e temos que lidar com a dura realidade. Mas continua sendo uma comédia, então não espere nada pesado demais (bom, talvez um arco ou outro, mas logo passa).
E encerro por aqui minha participação na Corrente de Reviews 2016 do Anikenkai. Agora passo a bola para o Drop Hour, para o qual eu indiquei Beck. E por que Beck? Em parte porque não encontrei conteúdo semelhante no Drop Hour, ao mesmo tempo em que não me pareceu algo muito fora do que eles poderiam vir a gostar. Mas no fundo foi pelo mesmo motivo que o Mithril me indicou School Rumble: porque eu acho Beck uma história incrível e quero que mais pessoas tenham a oportunidade de assisti-lo.
Revisado por Tuts
Bell Dheyol
Embora não possua uma trama que, de fato, prossiga, School Rumble é um anime leve que usa personagens e humor para unir um triângulo amoroso sem rumo determinado, mas que é desenvolvido de forma que é quase impossível não gostar do elenco principal.
Fora isto, ótimo post. Seria interessante uma resenha sobre Rurouni Kenshin. É uma obra que, particularmente, gosto bastante. Até!
Fábio "Mexicano" Godoy
É verdade. Por isso eu quase classifiquei no gênero slice of life também, mas achei que já estava com gênero demais, hahaha!
É um anime muito gostoso de assistir. Engraçado, emocionante, aflitivo, dependendo do momento. E você nunca sabe quando ele vai alternar entre seriedade ou piada, ou se vai misturar tudo.
Obrigado pela visita e pelo comentário =)