Neste excelente episódio de Maid Dragon, tivemos: uma nova personagem, bastante comédia, críticas a sociedade em geral e uma nova “aventura” para Kanna.

Apesar de ser um dragão, pode-se notar que Kanna também é uma criança, pois sua forma humana e atitudes demonstram isso. Claro, a forma humano de um dragão aparentemente pode ser modificada, mas com base nas atitudes e ações de Kanna, podemos confirmar que ela realmente é uma criança.

Como vimos no episódio (2) onde a personagem foi apresentada, assim como uma criança normal, ela se distraia facilmente com as coisas, mas também ficava entediada de maneira rápida. Neste 4º episódio, vimos mais desse lado infantil de Kanna, onde a mesma demonstra vontade de ir para escola, apesar de aparentemente já possuir uma quantidade gigantesca de conhecimento.

Graças a excelente percepção de Kobayashi, Kanna enfim tem seu desejo realizado. Entretanto, assim como no Brasil, as escolas japonesas enviam uma listinha com certas coisas que a responsável tem que comprar para a criança utilizar em sala de aula. É engraçado notar que na compra de um lápis normal, por exemplo, Kanna ficou irritada porque o lápis escolhido não era fofinho. Essa simples atitude “desenvolve” ainda mais esse lado infantil da personagem, além de aproximar ela ainda mais da “gente”. Qualquer criança — ou quase todas — pensam da mesma forma que a Kanna. Eu mesmo quando era criança, por exemplo, sempre queria os cadernos e lápis mais legais da loja.

Durante a compra do uniforme, Tooru novamente faz uma nova crítica fantasiada de piada. Tal crítica se refere a padronização das escolas japonesas. Para quem não sabe, no que equivale ao fundamental japonês, as crianças tem que possuir o mesmo corte de cabelo, mesmo uniforme, mesma marca de mochila etc. Nos animes, isso não é muito bem retratado, mas realmente funciona desse jeito. No caso, como ela ainda é uma criança pequena, as únicas coisas que devem ser padronizadas devem ser: os sapatos, mochilas e chapéus.

Nessa mesma parte, Kobayashi também diz uma coisa interessante, onde basicamente fala que todos possuem medo de coisas diferentes, por isso muitas coisas são padronizadas. Isso não é uma mentira, pois realmente temos dificuldade de aceitar diferenças, por isso é mais fácil criar um padrão e segui-lo a risca. Olhando por outro ponto de vista, creio que essa crítica de Tooru também pode se referir ao preconceito em geral.

Após as compras das “coisas fofinhas” de Kanna, a mesma se tornou apta para começar a frequentar a escola. É importante notar que outra vez Kobayashi gastou uma boa grana pelas meninas dragão, o que tira um pouco da realidade da trama, pois parando para pensar, só com a compra do novo apartamento uma grana imensa já foi gasta. Kobayashi realmente tem tanto dinheiro assim? Talvez. Eu digo isso porque a mesma sempre viveu sozinha e — se levar em consideração a profissão dela de programadora — aparentemente ela ganha um bom salário, sendo assim, ela provavelmente tinha algum dinheiro guardado ou coisa do tipo.

Já na escola, Kanna demonstra já saber tudo que está sendo ensinado. Sua vontade de ir a escola não se baseia na vontade de aprender e sim na vontade de se divertir fazendo amigos. Como facilmente Kanna se deu bem em tudo, desde questões matemáticas até na educação física, ela facilmente conseguiu se sobre-sair e fazer amigos.


No fim do episódio, Kanna e Saikawa se envolveram em um duelo — de queimada — pelo parquinho da cidade. Com a ajuda de Tooru, Fafnir e Lucoa, as duas saíram vitoriosas. As meninas e menino dragão simplesmente destruíram os adversários. Após esse acontecimento, quase todos os dias os dragões se reúnem no mesmo parquinho para jogarem queimada.

Concluído, o episódio foi excelente em diversos aspectos diferentes. As piadas, apesar de muito engraçadas, também possuem um fundamento ou crítica por trás, fazendo um “mix” de comédia e seriedade. Os personagens continuam ótimos e divertidos. A animação se supera a cada episódio. Apesar de ter uma coloração mais fraca comparado as outras animações da KyoAni, Maid Dragon não peca em qualidade. Aliás, por algum motivo, o character design dos personagens tem me lembrado bastante Nichijou. Ambos são da KyoAni, será que é por conta disso? Enfim, tudo — realmente tudo — tem sido perfeito em Maid Dragon e eu diria que se continuar assim facilmente será considerado um dos melhores animes do ano.


Espero que tenham gostado do artigo!

  1. Este episódio de Kobayashi-san, foi de longe, o melhor episódio deste anime até agora. Ver a Kanna, interessada em ir para a escola, não foi surpresa nenhuma para, mim o entusiasmo dela pelo seu primeiro dia de aulas foi contagiante. Pela primeira vez, o anime é um pouco mais realista, com uma crítica social ali e acolá, mas aquela que eu já tinha comentado no artigo anterior, é como a Kobayashi tem tanto dinheiro, depois de mudar de apartamento e agora a compra do material escolar. Na minha altura, quando entrei para a escola, já havia, essa treta de listas de material que as escolas fornecem aos pais dos alunos. Naquela altura, eu não fazia caso do preço desses materiais, eu queria era os melhores, não sabendo o custo que isso tinha para os meus pais. Se eu voltasse no tempo, talvez não tivesse esse tipo de atitude. Essa treta de uniformes padrão, malas padrão e calçado padrão, é coisa que só funciona no Japão mesmo, no Ocidente não me pareça que tal coisa vá funcionar, principalmente nas escolas públicas. Achei bem bonita a cena, onde a Kanna quer um porta-chaves que custava 500 yenes, mas viu que a Kobayachi estava apertada, por causa do preço da mochila dela (38000 yenes, é quase 3000 euros, com esse dinheiro aqui, comprava-se quase umas 100 mochilas de marca). Ver a Kanna na escola, foi muito engraçado, ela já sabia tudo. Aquela nova melhor amiga dela, é aquele tipo que criança que se imaginava a rainha da sala e snobe, por sorte a fofura da Kanna acabou com esse lado da Riko
    A parte do jogo da queimada no parque, foi o maior destaque do episódio, os delinquentes não tiveram hipótese contra quatro dragões, a Tooru, a Kanna, o respeitável e engraçado Fafnir e a Lucoa (só acho que aquele delinquente careca, quando olhou os peitos da Lucoa, já nem estava mais na terra, estava na lua).
    Ainda me questiono se viverei até ao dia, em que a Kyoani, faça um anime de acção, só aquele jogo do parque, tinha melhor animação e fluidez que a maioria dos animes de acção que tenho visto nos últimos anos.
    Como sempre mais um excelente artigo Nomichi.

    • Assim como eu disse, ela provavelmente tinha algum dinheiro guardado já que vive sozinha e tem um emprego estável. Além do mais, como disse o Uber (aqui por baixo), ela alugou o apartamento, então deve ter saído mais em conta. Crianças são mimadas e ninguém pode negar tal coisa, todas querem as melhores coisas sem importar com o que está acontecendo em suas voltas.

      By the way, apesar das escolas japonesas possuírem um certo grau elevado de padronização, isso não é diferente aqui no Brasil. O maior exemplo para uma padronização notável nas escolas brasileiras são os uniformes. As escolas públicas possuem um uniforme fixo para todas as escolas estaduais, já as escolas particulares possuem seus uniformes a parte. Outra coisa também que passa despercebido, é que nas escolas particulares — não querendo generalizar — existe também uma padronização nos sapatos. As crianças, por exemplo, sempre usam o mesmo tipo de sapato. Eu utilizei o mesmo tipo de sapato que todos os meus coleguinhas de turma quando era criança. A partir do fundamental as coisas ficam mais “liberais”, mas mesmo assim só são permitidos sapatos pretos ou brancos. Além do fato de muitas escolas proibirem o uso de maquiagem, cabelo colorido e unhas pintadas. Apesar dos pesares, o Brasil não fica muito atrás do Japão quando a questão é “padronização”.

      Me desculpe pela demora e obrigado pelo comentário~!!

  2. Acho que está havendo um equívoco, me parece que Kobayashi alugou o apartamento e, se foi isso, não seria assim tão fora da realidade. Como também devemos nos lembrar de que os japoneses tem o hábito de poupar dinheiro e isso é tão exagerado que chega a afetar a economia do país fazendo o governo quebrar a cabeça para convencer o povo a gastar.
    Há também o fato de que Kobayashi tinha uma vida solitária antes de conhecer a Tooru, o único amigo dela era aquele colega de trabalho com quem ela sai para beber, o que deve ser o único momento em que ela gasta demais, então não seria estranho ela ter uma boa reserva.
    E mesmo assim a compra do material escolar pesou no orçamento, pois ela escolheu pagar a mochila com cartão de crédito.

    Achei engraçada essa nova personagem, apesar de não ser o que eu esperava, achava que ela seria boazinha desde o início quando a via na abertura! Mas fala demais e por isso arruma encrenca e ainda tem uma testa tão brilhante que parece que tem um farol nela! xD

    O início daquele quadro com o jogo de queimada me enganou, fiquei preocupado achando que algum caçador de dragões tinha ido atrás deles, mas foram eles mesmos que fizeram aquilo! xD

    • Ah, sim, bem notado. O apartamento realmente foi alugado. Aliás, assim como eu disse, ela provavelmente tinha algum dinheiro guardado já que vive sozinha e tem um emprego estável.

      Sim, a nova personagem é bastante divertidinha.

      Obrigado pelo comentário~!

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