Hisone to Masotan – ep 4 – Se a vida te der dragões…
Bom dia!
Depois da Hisone ter tido seu grande momento no primeiro episódio, dramático mas não melodramático, e apesar disso ter continuado basicamente uma desastrada com as palavras e funcionalmente surda ao que os outros dizem (a não ser que a interesse), o anime estava tomando um rumo de comédia slice of life com baixa carga dramática. Não reclamei disso em momento algum. Gosto disso também.
Mas esse é um anime da Mari Okada, então eu estava só na espera pelo drama. E junto com as novas pilotas de dragão introduzidas nesse episódio, ele caiu do céu!
Os dragões de Hisone to Masotan gostam não de donzelas indefesas, mas de donzelas com problemas psicológicos. A Hisone a gente já sabe que não tem filtros na hora de falar e quase nunca escuta o que os outros falam, o que até agora parece indicar que ela tem problema para sentir empatia – não é por maldade, é que ela meio que não aprendeu mesmo, parece. As tentativas dela de “se comunicar” com as novas pilotas nesse episódio são hilárias justamente porque embora ela esteja ansiosa para criar vínculos com as pessoas, ela não as escuta, ela não escuta direito nem o que ela mesma está falando, e acredita legitimamente que está “dando certo”. As demais não se saem muito melhor.
Liliko Kinutsugai é reclusa. Possui ansiedade social incapacitante e para conseguir passar o dia a dia ela conta os minutos de cada interação, se isola o máximo que pode e prefere ficar literalmente escondida debaixo dos lençóis na sua cama do que ter contato com outras pessoas. Mayumi Hitomi é aparentemente a mais normal, mas é inafastável a sensação de que ela tem baixa auto-estima e por isso prefere apenas ter interações positivas com outras pessoas, mesmo se precisar guardar para si o que sente de verdade. Vez ou outra ela estoura. A que ficou sob os holofotes nesse episódio, contudo, foi Eri Hoshino.
Olhando apenas o character design, ela é a que parecia mais normal de todas. Tem porte e aparência de uma mulher rígida, madura, comprometida com a vida militar. Não à toa, é visualmente bastante parecida com a Tenente Kakiyasu, que é justamente a mulher adulta, madura, militar de carreira e superior direta de todas essas garotas. E sem dúvida Hoshino é uma militar comprometida e uma pessoa rígida, inclusive consigo mesma, mas lhe falta muita maturidade. E, me parece, sobra frustração.
Ela gostaria de ser uma pilota de caça de verdade. Provavelmente ao contrário da Hisone, que preencheu seu formulário de intenção de carreira na escola por impulso, Hoshino já sonhava e planejava isso há muito tempo. Por quais motivos ainda vamos saber, suponho. E terá sido reprovada nos testes? Ou a empurraram para o dragão mesmo? De todo modo, ao invés de piloto de caça, tornou-se piloto de dragão. E sua obsessão por disciplina se estende ao dragão também, que ela força a ficar o tempo todo disfarçado de avião – posição que, descobrimos nesse episódio, estressa o animal.
Hoshino vive estressada e acaba estressando todos ao seu redor. Ela de propósito ou sem querer afasta as pessoas de si. Deve ser uma pessoa bastante solitária. Se as demais bases militares forem como a de Gifu, cheias de homens canastrões, ela deve ter sofrido um bocado no começo e é capaz que hoje viva uma situação tensa com eles ou de isolamento hostil mesmo. Longe de mim querer defender qualquer canalha dessa base, mas ela não ajudou a si mesma quando rejeitou daquela forma o piloto que deu em cima dela nesse episódio. Ele parece ser do tipo que gosta de “comprar” esse tipo de “briga”: decidiu não dar sossego para ela durante o treino aéreo conjunto e seu dragão, que já vivia estressado, estourou.
Mas as Hoshinos do mundo não seriam quem são se reconhecessem tão fácil assim que erraram. Ela briga com seu dragão, depois briga com a Hisone e fala mais bobagens sobre o dragão (basicamente o trata como arma, como objeto, não como ser vivo que ele é), e a Hitomi, que estava escutando tudo, não aguentou e entrou na briga também – por pouco tempo, pois logo em seguida saiu correndo e chorando. A Liliko também estava por lá, mas ainda prefere se isolar. A Hisone ainda não consegue escutar nem entender ninguém, mas essa é a base dela e se não for ela quem dará um jeito no clima pesado que ficou, quem será? A vendedora de Yakult?
Kondou-san
Este episódio de Hisomaso, foi dos que mais gostei até ao momento.
Eu tenho a mesma opinião que tu, eu também sinto falta daquele drama típico da Mari Okada, coisa que não se tem feito presente no anime até ao momento (não que eu esteja a reclamar do clima slice of life e comédia). Mas neste episódio, como bem referiste, com a introdução das novas piloto, o drama caiu do céu e em muita boa hora.
Antes de passar ,mesmo às novas piloto, tenho que dizer que amei os dragões delas. Desde um velhinho caça de defesa Mitsubishi F-2, a uma fortaleza voadora que é o C-130 Hércules que é um avião de transporte de tropas e equipamentos e a um Grumman E-2, um avião radar.
Passando às piloto, eu gostei de todas, mas com a introdução delas,percebi que nenhuma delas é normal, todas parecem ter algo em comum e isso é algum distúrbio ou problema (será que é dai, que vai sair os maiores dramas?).
De todas as pilotos, eu gostei bastante da Mayumi Hitomi, ela parece ser a única com uma personalidade mais acessível, mas também gostei bastante da Liliko. Já a Hoshino, ainda é muito cedo para eu formar opinião sobre ela.
Como bem referiste, a Hoshino foi a que teve mais destaque e eu acho que esse destaque foi merecido. A Hoshino tem todos os sinais de ser uma pessoa ressentida com a vida e consigo mesma, Durante o episódio, deu a entender que a Hoshino queria ser uma piloto de caça, mas pelo visto não conseguiu (essa situação é bem verossímil, no Japão actual é bem difícil uma mulher ser aceite na Força Aérea e quando são aceites, geralmente é para trabalhos de secretária ou então pilotos de helicópteros). Junte-se a essa situação, o possível assédio dos homens da base de Gifu, claro que a Hoshino seria uma bomba prestes a explodir num corpo humano. Dai fica bem fácil, simpatizar um pouco com ela, e entender o porquê daquela atitude rude que só afasta as pessoas dela e o porquê dela forçar o seu dragão a ficar na forma de caça.
Admito que na parte do jantar, a Hoshino foi um pouco bruta e mais bruta e provocadora, quando aquele militar lançou uma cantada para ela (mas esse militar, cujo nome não me lembra, também é muito sem noção).
A cena do treinamento conjunto foi muito boa, mas tive pena do Dragão da Hoshino, ele quando desfez a transformação, deu para ver, o quanto ele estava a sofrer (ele não aguentou a pressão da sua piloto, nem a pressão do outro piloto do F-15 Eagle).
Na cena do balneário/vestuário, deu para ver, que a Hoshino ainda é imatura, ela está frustrada, stressada, mas devia ter pensado naquilo que iria dizer às pessoas que a rodeavam naquele momento de explosão. Ela foi tão sem noção, que ia tirando do sério, a piloto mais calma dali (se a Hitomi tivesse partido para a violência, teria havido sangue derramado).
A Hisone, de todas, acho que é a quem tem pior personalidade, ela não é má pessoa, mas as suas capacidades de comunicação e de ouvir o que os outros dizem é quase nula e isso além de gerar problemas, começa a ser grave.
A Nao neste episódio, protagonizou das melhores cenas deste episódio no banheiro (quando ela fez aquela posse e disse Sexy Jaguar, eu ri muito. A Nao pelo visto, é daquelas que engana em termos de personalidade).
Como sempre, mais um excelente artigo, de Hisone to Masotan Fábio.
Fábio "Mexicano" Godoy
Esse episódio e mais dois depois e agora não resta mais dúvidas: não falta drama em Hisone to Masotan! Ele só é de natureza um pouco diferente do melodrama okadiano com o qual já estamos acostumados. Aposto em amadurecimento da roteirista. Me sinto um pouco feliz e um pouco velho, pois acompanho o trabalho dela desde Anohana, isso foi o quê, em 2011? O tempo passa até para fãs de anime, hehe.
E poxa, se o F-2A (fabricado entre 1995 e 2011) é velho, o que dizer do F-15J, do dragão protagonista Masotan, fabricado entre 1981 e 1997, hehe?
A altura do episódio 6 já sabemos exatamente qual o drama da Hoshino a respeito de sua recusa em aceitar que pilota um dragão, então deixo a discussão para o artigo do episódio adequado. Só registro aqui que gostei do desenvolvimento, da motivação, da resolução, e principalmente da execução de tudo isso.
Ainda quero ver a Hitomi explodindo de verdade com alguém. Ela própria já admitiu que tem problema para se controlar, hehe, vai ser divertido ver isso. E a Liliko … não sei o que esperar, de verdade, mas é a personagem mais divertida das novas ainda. E gostaria que a Nao passasse a ocupar uma posição mais central. Não acho que vá surgir um dragão para ela chamar de seu nem que ela irá pilotar o dragão de alguém, mas gosto tanto da personagem que não quero vê-la sucumbir a um papel totalmente secundário assim.
E a Hisone já conseguiu fazer amigas! Será que agora ela começa a melhorar??
Obrigado pela visita e pelo comentário =)
Kondou-san
Começando pelo caça Mitsubishi F-2, eu me expressei mal sobre ele, eu disse que ele é velhinho, por causa da forma como ele é utilizado. O F-2 surgiu numa época, em que o Japão queria reforçar a sua segurança e o Mitsubushi F-2 foi a solução (o F-2, hoje em dia é mais usado como caça de treinamento e e de vez em quando em missões de reconhecimento. Mas nunca deve ser utilizado, como caça de ataque, ele não tem capacidade para isso).
Já o F-15J é uma autêntica máquina de ataque, e melhor ainda, ele pode ser sempre melhorado, todos os caças da linha F-15 são excelentes para modificações e se bem utilizado, ainda faz muitos estragos.
A Hoshino já se tornou uma das minhas personagens favoritas do anime eu tinha razão sobre ela (mas isto eu comentarei nos outros dois artigos de Hisomaso.)
A Hitomi tem daquelas personalidades que têm tudo, para dar para o torto, afinal até a pessoa mais pacifica, pode entrar em estado de fúria.
A Liliko é muito engraçada, mais um pouco e ela me convence que o estilo de vida dela é excelente.
Agora que a Hisone já tem amigas, ela tem tudo para melhorar, eu já comecei a simpatizar mais com ela.