Bom dia!

E bem-vindo ao Café com Anime! O projeto no qual eu, o Vinícius Marino do FinisgeekisGato de Ulthar do Dissidência Pop, e o Diego do É Só Um Desenho conversamos sobre os episódios de alguns animes e publicamos artigos transcrevendo nossos bate-papos.

Nessa temporada, o Dissidência Pop está publicando nossos bate-papos sobre Mahou Shoujo Site, o Finisgeekis continua publicando os bate-papos de Sakura Cardcaptor: Clear Card, o É Só Um Desenho publica os bate-papos de Sword Art Online Alternative: Gun Gale Online e Legend of The Galactic Heroes: Die Neue These, e o Anime21 publica os bate-papos de Hisone to Masotan!

Veja a seguir o que achamos sobre o episódio 6!

Fábio "Mexicano":
Está cada vez mais difícil. Quero dizer, esqueça frustrar; quando é que Hisone to Masotan não vai emocionar em um de seus episódios? Foi como vocês disseram: acabou o conflito da Hoshino e foram embora da ilha. E foi de forma previsível também: seu dragão a salvou e ela finalmente amoleceu seu coração. Previsível desde o episódio anterior. Tão previsível, na verdade, que o anime nem perdeu tempo mostrando o dragão salvando a Hoshino. Assim teve mais tempo para mostrar a relação entre as demais garotas se desenvolver e mostrar um flashback da pilota do Norma.

Digam aí o que acharam!

Gato de Ulthar:
Já disse que estou apaixonado pela dublagem da Ririko Kinutsugai? Acho que já, mas nunca vou cansar de repetir! Quanto ao episódio, pensei o mesmo que o Fábio, essa resolução da Hoshino era super previsível. Mas e daí? Emocionou e funcionou, então foda-se o resto, não estou pedindo um roteiro mirabolante, mas algo que me encante, e Hisone to Maso-tan está oferecendo isso. Então a velhinha do Yakult pilotava um dragão disfarçado de Mitsubishi A6M Zero na 2ª Guerra Mundial? Agora tudo se encaixa no seu papel de ajudar as meninas com Yakult.
Vinícius Marino:
Preciso continuar babando ovo? O Gato disse tudo. Toda temporada tem um anime irretocável, daqueles que nos deixam ansiosos pelo próximo capítulo. Nesse trimestre, Hisomaso faz esse trabalho com louvor. E esse episódio, em particular, me fez sentir algo que não imaginava que sentiria: simpatia pela Hoshino. Eu a achava birrenta além da conta, mas agora percebi que é porque voar em dragões é algo que me parece muito legal. Mas não é isso que ela queria da vida, não é? Ela é uma militar, que se juntou à Força Aérea para fazer a diferença. Ela quer ser reconhecida como piloto. E, se pensarmos em termos militares, ser piloto de OTF não é nada mais que uma animadora de torcida. Ela não vai ser remanejada para a guerra. Não vai proteger seu país na capacidade de militar. Vai apenas se “disfarçar” entre os pilotos de verdade para proteger um bichão. Ela não é uma piloto de verdade. É quase uma civil vestida de farda vivendo na base aérea!

Sou tentando a arriscar uma referência às OLs (Office Ladies) do Japão, mulheres que são mantidas em posições simbólicas dentro das empresas, sem plano de carreira, a espera de um marido que as permita parar de trabalhar. Mas pode ser que esteja com os olhos “viciados” por Aggretsuko, uma excelente série sobre esse tema que também estou assistindo.

Diego:
A Hoshino me deu raiva a maior parte do episódio… Mas tenho de ecoar o Vinicius aqui: o episódio é mais que competente em nos fazer ter simpatia por ela, especialmente depois de todo aquele discurso que a garota faz sobre ser uma mulher piloto. E depois ainda temos aquele final. Clichê, previsível, mesmo um pouquinho piegas… E ainda assim simplesmente excelente. O momento das quatro chegando na base sendo talvez o melhor do episódio.

A velhinha do Yakult ser a piloto que as garotas viram no sonho é um detalhe que eu não tinha pego, mas que faz bastante sentido parando pra pensar. Me pergunto se ela é uma antiga piloto do Masotan. Digo, se repararmos nas pinturas rupestres na caverna, as silhuetas lembram os quatro dragões, dando a entender que eles estão vivos há um BOM tempo.

Gato de Ulthar:
Que eles estão vivos há um bom tempo, acho que isso já foi mostrado naquele episódio expositivo sobre os dragões. Desde tempos antigos os humanos tentam esconder os dragões. Mas ainda me pergunto qual o real objetivo do ministro.
Fábio "Mexicano":
Bom, existe algo de místico acontecendo. As quatro garotas tiveram o mesmo sonho. Comentários a respeito?
Vinícius Marino:
Parece-me que o tal “matsurigoto” envolve um ritual de comunhão entre garotas e dragões. Neste caso, as pilotos estariam apenas repetindo a função que, muitos séculos atrás, foi desempenhada por sacerdotisas, princesas ou sabe-se lá o quê. A gente teve um vislumbre disso quando a Hisone (foi ela mesmo?) descobriu o santuário perdido no centro da ilha.
Gato de Ulthar:
Bom, todas viram a garota do Mitsubishi A6M Zero, que por sinal foi o avião japonês mais icônico da 2ª Guerra Mundial. E essa garota é a velha. Então qual a função dela, servir como um guia para as próximas gerações? E quanto a comunhão das garotas, os dragões na ilha entraram em comunhão, então acho que seja natural essa união onírica das meninas.
Diego:
Acho que também é algo que tem a ver com as memórias dos dragões, já que pelo visto eles haviam esquecido uns dos outros. Mas me parece ainda muito cedo pra dizer.
Fábio "Mexicano":
Enfim, estão satisfeitos com a forma como o conflito da Hoshino foi resolvido? O que pensam dela agora?
Diego:
Sinceramente, eu gostei. Foi exatamente como esperado, mas tão bem executado que (quase) fez valer a chatice da personagem em episódios passados.
Gato de Ulthar:
Foi uma resolução sincera, gostei bastante. Foi exatamente o que era esperado para o anime. Alguns dirão que é clichê, nas e daí? Quando o resultado esperado fica bom, deve ser louvado.

Tem uma coisa engraçada nisso tudo, o nome do dragão da Hoshino é Norma, que é um nome masculino, me lembrou o Ruth de Mahou Tsukai no Yome 😛

Fábio "Mexicano":
Bom, acho que todos os dragões são machos, não? Provavelmente são, por isso as pilotas são sempre garotas. Quero dizer, nunca é dito o sexo destar nenhum deles. Por tudo o que a gente sabe, podem ser até assexuados. Mas vocês não têm a sensação, seja pela dublagem dos dragões (principalmente do Masotan) ou comportamento, que eles sejam machos?
Gato de Ulthar:
Me parecem machos, mas é um tanto ambíguo né? O Masotan poderia ser uma fêmea, mas como ele sempre foi tratado no masculino… Além disso, eles serem machos reforça o aspecto de sacerdotisas das meninas, que devem se “casar” no sentido místico com os dragões por um objetivo obscuro. Tanto é que aquela piloto que apareceu lá trás que estava casada e tinha um filho deixou de ser pilota do Masotan.
Diego:
De fato parecem machos, ou no mínimo falta a eles qualquer indicador do contrário, como costuma ser normal na ficção.
Vinícius Marino:
Confesso que nem pensei sobre isso! Mas acho que ambas as opções são possíveis. Em várias franquias de fantasia os dragões são todos fêmeas. Quer dizer: existem dragões machos, mas costumam ser pequenos ou reservados. Isto é para imitar o dimorfismo sexual acentuado que encontramos em algumas espécies da natureza.
Fábio "Mexicano":
Eu queria perguntar e especular mais, mas já saiu o próximo episódio e sinto que especular aqui nesse Café seria inútil. Greve de caminhões, demoramos a chegar ao Discord, os leitores vão entender.

Últimas palavras sobre esse episódio? Derramem suas almas, vamos tentar compensar a discussão curta com uma impressão ou reflexão final encorpada 😃

Diego:
Mais do que gostar do episódio, eu gostei de gostar dele (se isso faz sentido…). Considerando o tanto que eu mesmo reclamei da Hoshino e do quão previsível é o seu arco, eu fico muito feliz que a finalização deste, por previsível que fosse, ainda teve uma mais que excelente entrega. De certa forma me dá nova confiança de que este anime sabe muito bem o que está fazendo, aonde quer chegar, e como entregar o que promete ao espectador.
Gato de Ulthar:
Hisone é o anime que está fazendo tudo certo nesta temporada, e raros os animes que são capazes de quase nunca sair minimamente dos trilhos. Dizendo isso, mesmo sendo uma espécie de “slice-of-life” militar, possui um enredo envolvente. Quem diabos poderia esperar dragões disfarçados de aviões? E falando da Hoshino, eu simpatizei com ela, não é fácil ser uma mulher nas forças armadas, que é um ambiente extremamente machista e discriminatório. E não era como se ela não soubesse que o Norma era um dragão, ou não considerava ele como tal, mas apenas como um objeto, ela se importava com ele, mas teve que engolir todos os seus bons sentimentos para sobreviver naquele meio opressivo.
Vinícius Marino:
Gostei da sutileza com que o anime vem inserindo seu conteúdo mais “espiritual”, e do bom humor com que trata seu propósito. Não temos um profeta, um Deus ou um mestre dos magos. Pelo contrário, temos um sujeito estranho obcecado com iogurte que faz metáforas com doces de loja de conveniência. Há um limite de blá blá blá pseudo-místico com que um anime consegue arcar. Seriedade demais à lore pode ser um calcanhar de Aquiles, sobretudo se a exposição for capenga, ou se vier em detrimento de outras coisas. Vimos isso ao vivo com Kujira, um tempo atrás.

Hisone foca no que importa, e isto me faz perceber quão raros animes como ele são. Eis uma série que sabe exatamente que história quer contar e não perde tempo colocando a mão na massa.

Diego:
Vamos e venhamos, qualquer elemento pode virar um “calcanhar de Aquiles” se for mal utilizado. Acho que uma lore pesada não combina muito com o tipo de história que Hisone to Masotan é, isso é verdade. Mas histórias com uma boa lore certamente têm o seu mérito, e acho que nisso todos concordamos, não? 😛
Vinícius Marino:
Com certeza, mas acho que chega um ponto em que devemos pensar para quê, exatamente, ela serve: queremos usá-la de base para contar uma história, ou contar uma história de base para apresentar um mundo novo? Nenhum dos jeitos é errado, embora o primeiro seja comumente associado à “alta cultura”. Fantasia e Sci Fi estão aí para provar que ideias podem ser a estrela de uma série. Mas animes que deslizam nesse equilibro não são raros. Fico feliz que Hisone tenha decidido espertamente.
Fábio "Mexicano":
Eu comentava por aí dia desses (o Diego talvez tenha visto) o quanto as pessoas parecem assistir animes com uma checklist na mão: – Desenvolvimento de personagem; – Animação; – Desenvolvimento de mundo; etc. E se um anime não preenche todos esses quesitos ao máximo, então ele “tem um defeito”. Eu acho isso muito errado, de muitas formas, mas lá eu fui resumido e aqui serei também: cada história tem seus objetivos, é contada de um jeito, destacando isso e aquilo. Não dá para comparar todas em moldes tão genéricos assim. O desenvolvimento de mundo em Hisone to Masotan com certeza é inferior a um Legend of The Galactic Heroes, poderia haver mais desenvolvimento de mundo, mas não precisa, esse é o ponto ótimo para esse anime.

Cada pessoa sabe porque valoriza mais esse ou aquele elemento. Tem quem goste muito de animação, tem quem goste muito de histórias super coesas com começo, meio e fim, e por aí vai. No caso de desenvolvimento de mundo, em fantasia (e isso inclui ficção científica), acho que acontece muito das pessoas se imaginarem vivendo naquele mundo. E aí elas querem saber como ele é, como ele funciona, cada detalhe dele, por menor que seja, para realizar essas suas fantasias particulares. Mas isso está além do escopo de uma história em particular.

Vinícius Marino:
Tem uma coisa que vejo muito em jogos, mas também em animes (sobretudo aqueles baseados em jogos, ou franquias multimídia): um preceito de que “mais é mais”, como se metralhar o apreciador com backstories, mundos diferentes, linhas do tempo paralelas e personagens nas centenas fosse de alguma forma “bom” ou desejável. Nada disto é necessário. É possível contar histórias excelentes com o mínimo do mínimo. E insistir no lado oposto só torna estas obras densas, inacessíveis a quem está de fora e (muitas vezes) ruins.
Fábio "Mexicano":
Às vezes é difícil, e às vezes as histórias são simplesmente ruins mesmo, mas o ideal é sempre tentarmos apreciar uma história por aquilo que ela oferece, por aquilo que ela é, e não por aquilo que gostaríamos de ver nela. Não estou aqui dando bronca em ninguém, até porque eu mesmo vivo querendo ver mais do que talvez seja o escopo, por exemplo, em Legend of The Galactic Heroes, só para ficar em um anime que eu mesmo já citei. Mas é um bom objetivo a se perseguir.
Vinícius Marino:
Acho que não é uma ciência exata. Às vezes histórias nos deixam com gosto de quero mais. E isso pode ser bom (ou ruim).
Gato de Ulthar:
Concordo com ambos, há diversas formas de contar uma história. Há um sério problema atual de que todo mundo se acha o crítico e não consegue apreciar uma boa história seja qual for se não preencher todo o checklist. E há outros, que caso a obra preencha todo o checklist é taxada de genérica ou clichê! Francamente, estamos em um momento muito chato!

Há tantas maneiras de se contar uma história como os grãos de areia na praia, nem os conceitos mais comuns de começo, meio e fim precisam existir claramente. Pegue um anime como Serial Experiments Lain, onde há um amontoado de textos e subtextos que se amontoam de forma totalmente desordenada e sem compromisso com uma linha temporal coesa. E isso não o faz um anime ruim, muito pelo contrário! Nem tudo se resume à jornada do herói com passos delimitados, esse é somente um jeito “fácil” de se contar uma história, com boas chances de sucesso, mas somente isso. O tempo também não é uma questão fixa, quantas obras brincam e abusam misturando o passado, o presente e o futuro? Diretores de cinema como David Linchy, Alejandro Jodorowsky e Glauber Rocha seriam taxados como lixo por essa geração do checklist.

E nem precisamos ir tão longe, ou de uma maneira tão “desconstruída” em relação às pretensas normas de estilo, e Hisone é um bom exemplo, onde simplicidade é mais.

Fábio "Mexicano":
Vale mencionar que a Jornada do Herói, conforme descrita por Campbell, é só uma espécie de “média ponderada” que ele fez de várias e várias histórias que já existiam. Elas não são iguais, ele só mais ou menos ordenou o que mais ou menos ele achou que elas tinham de mais ou menos igual. E é, até onde eu sei, um trabalho controverso ainda hoje.
Gato de Ulthar:
É mais um jeito de se contar uma história, e o mais famoso, só isso. Não quer dizer que tudo tem que ser pontuado pelo caminho do heroi.
Vinícius Marino:
Há trabalhos mais sofisticados de estruturalismo, que tentaram identificar “primitivos” narrativos em vários tipos de história. Mas a questão é que eles são apenas isso: primitivos. São peças de lego que usamos para nossos próprios propósitos. Cada história à sua maneira.
Gato de Ulthar:
E admito, o jeito mais fácil e seguro de se acertar com uma história é seguir alguns ou todos os passos delimitados por Campbell em sua obra. E Campbell nunca nem pensou em utilizar sua pesquisa na literatura, o interesse dele era estudar a mitologia comparada, pegando elementos semelhantes que poderiam até mesmo ter uma origem próxima, como as tradições proto-indo-arianas e etc.
Fábio "Mexicano":
Sim, Campbell não escreveu O Herói de Mil Faces para que ele se tornasse um guia para escritores, até onde eu saiba!
Gato de Ulthar:
O principal responsável pela expansão desse conceito para a literatura foi Christopher Vogler, com seu livro A Jornada do Escritor.
Fábio "Mexicano":
Usam até o trabalho de Jung como guia para criação de personagens e contar histórias…
Gato de Ulthar:
E o Christopher Vogler escreveu esse livro como um manual interno para a equipe criativa da Disney.
Fábio "Mexicano":
A Disney é e sempre foi muito formulaica. É o jeito que eles encontraram para criar histórias em ritmo de produção industrial com um mínimo de sucesso garantido.
Diego:
Teve Star Wars também, que até onde sei é sempre apontado como o “exemplo” moderno de uma jornada do heroi. E dado o sucesso que Star Wars teve, é compreensível a influência do formato até hoje na ficção.
Fábio "Mexicano":
Pegando esse gancho, se me permitem, eu sei que antes falei que seria a última pergunta, mas agora fiquei curioso. A Mari Okada é uma das roteiristas mais reconhecidas e mais reconhecíveis da indústria anime. Todo mundo aqui consegue citar três ou mais animes dela. E com isso começamos a notar certos padrões, certas, digamos, fórmulas comuns da autora. Como acham que Hisone to Masotan está se saindo nesse quesito? O que aqui tem cara de Okada, a ponto de terem visto e pensarem “ah, aí está!”, e o que é novo ou evolução da autora?
Diego:
Sendo bastante sincero, eu mal paro pra olhar os envolvidos em um anime, então enquanto eu certamente já vi alguns da Okada eu nunca realmente parei pra pensar em algum tipo de “voz” mais comum que seus trabalhos tenham. Conheço sua fama de “fazer chorar”, e alguns dos que vi dela certamente fazem jus a essa fama, mas é isso.
Gato de Ulthar:
Confesso que tenho dificuldade em responder essa pergunta. Se não me falassem que Hisone era da Mari Okada eu nunca conseguiria dizer que o anime era dela francamente. Minha resposta, então, já está viciada, pois sei que ela gosta de apelar para o emotivo de maneira intensa, com conflitos que demandam evolução e aprimoramento pessoal. E estou vendo isso em Hisone, então acho que ele pode mesmo ser considerado um anime da Mari Okada.
Vinícius Marino:
O melodrama, sua característica mais marcante, aparece com bastante parcimônia em Hisomaso. Isto por si só é curioso. Acho que sua “digital” mais aparente é a ideia de um “teste” ou de um rito de passagem por que suas personagens precisarão passar. Um tratamento de cura espiritual, por assim dizer. Anohana teve isso com o episódio do fogo de artifício. Kokosake, com a peça de teatro sobre o ovo. Kiznaiver… não assisti, mas me contaram que tem coisa parecida. 😝

Agora acho que vou ser polêmico: há outra nota “Mariokadesca” em Hisomaso que quase passa despercebida. A Mari Okada disse em entrevistas que gosta de piadas sexuais e de tramas que envolvem sexo e sexualidade. O roteiro original de Anohana era, segundo ela, bastante calcado nisso. Uma fábula sobre adolescentes descobrindo a própria sexualidade. Isto perseverou na Anaru, cujo apelido é uma gíria para “anal” em japonês.

Eu vejo, aqui e ali, esse mesmo senso de humor brotar. E sem querer colocar a carroça na frente dos bois, acho que o episódio seguinte mostra isso muito bem.

Fábio "Mexicano":
Isso é algo mais difícil de reparar, até porque é um tema tabu e provavelmente muitas ideias dela já devem ter sido vetadas (mas além da Anaru, ainda tem o Yukiatsu travestido em Anohana, então imagine quão mais poderia ter sido…). Há os nossos vieses também; alguns podem não notar quando for muito sutil, outros podem preferir culpar “a indústria anime” por “todo esse ecchi aí”, ignorando que muitas vezes é a vontade do autor. Sem a própria Okada ter dito isso, talvez nunca notássemos. Agora nunca mais vou assistir animes dela da mesma forma 😃
Vinícius Marino:
Ela disse que estava trabalhando em um mangá sobre garotas adolescentes vidradas em sexo. O que me leva a crer que ela ou fez uma virada em sua visão artística, ou que nunca a conhecemos direito. 😝
Diego:
Ou não estavam deixando ela fazer o que queria 😛
Fábio "Mexicano":
Kunihiko Ikuhara que nada, quero assistir animes transgressores da Mari Okada agora!

Enfim, gostei do gás final da discussão, falamos um monte de coisas, a maioria apenas tangencialmente relacionadas ao anime e ao episódio, mas coisas muito interessantes, mesmo assim 😃 Até episódio que vem!

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