Given é originalmente um mangá de autoria de Kizu Natsuki. Na história acompanhamos o encontro predestinado entre Satou Mafuyu e Uenoyama Ritsuka, motivado pela impressão que a música que um faz deixa no outro.

Mas nessa estreia vemos apenas a impressão que Uenoyama deixa, tanto em Satou, quanto em nós, o público. Está pronto para embarcar nessa aventura que promete uma mistura entre drama e música?

Um pai, um irmão ou um amigo? Não sei, mas com certeza um ente querido. Satou perdeu alguém e viu a cena dessa morte enquanto segurava uma guitarra que ele não sabia tocar, portanto, acredito que não fosse dele.

De toda forma, o que os momentos iniciais de Given indicam é que o anime deve enveredar pelas estradas sinuosas do drama, e seria inocente demais de minha parte acreditar que o drama do personagem não se ligará a música, seja proposto por ela ou apenas superado com sua ajuda.

Uma tragédia que envolve a música.

É aí que Uenoyama entra na história, um colega de escola de Satou que o encontra em seu lugar preferido para tirar uma soneca e a partir de então desenvolve uma estranha amizade com o garoto um tanto letárgico que abre um sorriso e demonstra reação quando se trata de música.

Enquanto isso, Uenoyama é o típico personagem rabugento que não consegue ser honesto sobre o que a constante presença de Satou em sua vida passa a fazer com ele, um guitarrista que passou a se sentir entediado com aquilo que no começo o incendiava, a música.

Curto bastante histórias em que um personagem é motivado a sair de uma zona de conforto que o entedia por causa de outro, e é exatamente essa a proposta de Given. E isso ocorre por quê? Porque o sentimento ainda está ali, o fascínio, a paixão por alguma coisa; o detalhe é que algumas pessoas se desestimulam mais fácil, mais rápido que outras, e precisam ser relembradas da empolgação que tinham no início.

Aliás, as personalidades dos protagonistas e a relação que eles desenvolvem pode cair naquele estereótipo do mais incisivo e do mais introspectivo que dão certo juntos, mas não se deixe incomodar por isso, pois Uenoyama não é tão estressado a ponto de sua infrutífera aversão incomodar, nem Satou tão letárgico ao ponto de não saber tomar uma atitude.

Cada um acaba fazendo o que quer e apesar da recusa é a insistência de Satou que o leva a agitar o coração do guitarrista, um momento canalizado no ensaio assistido pelo ainda candidato a aprendiz.

Antes disso, o momento cômico – aliás, o episódio como um todo foi bem divertido – dos parceiros de banda, a dupla do ritmo, foi bem legal e expôs algo que faz parte da cultura do rock: o desejo do músico de encantar o público, de se mostrar para ele e ser agraciado por isso.

É da natureza humana desejar isso e, sejamos honestos, até quem não é músico quer ser uma estrela do rock, não há nada demais em querer parecer legal para a “plateia”, o que, é claro, só seria possível com uma demonstração do que se tem.

Um anime de música sem música não passaria de uma farsa, não é mesmo? A jam session que a banda de Uenoyama promove é tudo menos algo que não pode ser chamado de true no meio do rock and roll. Uma música enérgica, contagiante e que cresce ao passo em que os instrumentos vão entrando em sincronia.

Infelizmente, ainda não uma música cantada, mas por essa faixa instrumental já deu para se empolgar com o que o anime pode apresentar de interessante para os nossos ouvidos.

É só questão de tempo para Satou Mafuyu entrar na banda? É só questão de tempo, visto que a sinopse destaca a voz do rapaz como algo que atrairá Uenoyama e, como podemos perceber, nenhum dos três assumiu a bronca de ser o vocalista. Ao menos não com tanta confiança, senão teria arriscado cantar algo, né.

Enfim, outra coisa que adorei foram as referências musicais feitas. Desculpe-me Thom Yorke, mas você sequer é o melhor guitarrista do Radiohead, Jonny Greendwood mandou lembranças, e Keith Richards com certeza influenciou o Arctic Monkeys, cujo álbum mostrado super indico a audição. Na verdade, deve ter influenciado até os todo poderosos Beatles!

A título de curiosidade, Boys in the Band é o nome de uma música, se quiser confira ela aqui, que duvido ter influenciado a autora em uma história sobre uma banda de rock, mas se foi uma brincadeira funcionou bem.

Isso é rock das aranhas que chama?

Ademais, Given teve uma estreia mais divertida do que eu esperava, mas com toda a pinta de que pode ser um bom drama, e tem personagens legais que não vão ser nada ruins de acompanhar se forem bem desenvolvidos. Tem personagem que mesmo com um bom background acaba sendo um poço de antipatia, né; cof cof Bakugou.

De toda forma, quero mesmo é ouvir a voz do Satou e ver como o Uenoyama vai ser ainda mais cativado pelo jovem pouco expressivo, mas certamente obstinado.

O encerramento foi uma música de piano não tão leve, mas muito bonita, que me lembrou que uma vez uma ex minha disse que eu tinha olhos de cachorrinho que caiu da mudança e que isso fazia ela querer cuidar de mim. Uenoyama me parece um pouco como ela, mas eu não sou o Satou; só que no Myanimelist um dos gêneros marcados é o shonen ai, então sim, o desenvolvimento de uma relação homoafetiva, ou uma forte inclinação a isso, deve ser explorada.

Quero ver se não cairá no fetiche que tanto ronda o shonen ai e o yaoi, e se a música se alinhará bem ao drama, então pode esperar por mais artigos meus de Given aqui no blog.

Não consigo dizer adeus, ainda estou à deriva com seus ecos.

Até a próxima!

  1. Aah, tudo de buenas? É tão bom entrar aqui no site e encontrar um artigo sobre Given! (nem parece que eu estava dando f5 toda hora >.> )

    Vamos lá.
    Sim, Given é totalmente um drama, e sim, o homem morto no começo é um pessoa muito mas muito querida para meu bb Mafuyu. Para mim se tornar impossível falar de Given e não dar spoiler ksksksk eu estou no aguardo dessa belezura desde que anunciaram e não me arrepende de ter pego o projeto para legendar e acompanhar, já que amo Given profundamente. <3

    Given é o tipo de mangá/anime que você começa assistindo achando que nada de mais vai acontecer, que vai ficar na vibe de música e os carinhas com a banda… Mas como já foi dito, é totalmente drama então em certo ponto irá sim fazer nosso coração dar uma pontadinha de dor. Seja pelos personagens principais ou os secundários.
    Então apesar de ser um Shounen-Ai eu sempre digo: "não assista por conta disso, é um Shounen-Ai realmente bom. Tem até certos momentos que você nem lembra que é focado em relações homo, mesmo não sendo tanto o foco assim", então não adianta julgar, esse projeto é incrivelmente bom para todos mesmo que não goste do gênero.

    Obrigada pela resenha do ep, sempre é bom ler algo de vcs por aqui. <3

  2. Erro na frase do comentário passado corrigida aqui. ~

    “Não deixe de assistir por conta disso, é um Shounen-Ai realmente bom. Tem até certos momentos que você nem lembra que é focado em relações homo, mesmo não sendo tanto o foco assim.”

  3. Fico feliz que tenha gostado do episódio, eu me diverti muito, tanto que acho que vou ficar com o coração apertado quando o drama se acentuar. Gostei muito dos personagens, da trama e do potencial que vi na série. Tenho essa preocupação com o fetiche, pois os poucos shonen ai/yaoi que vi tinham uma inclinação demasiada para isso e acho que mais importante que ser uma relação homoafetiva ou não é a história. Uma boa história vai agradar, não importa o sexo do casal, uma história ruim vai desagradar da mesma forma. Enfim, essa estreia de Given me deixou mais animado que receoso e estou ansioso pelos próximos episódios, pela música, pelo aprofundamento da relação dos protagonistas e o drama prometido. Agradeço o comentários e vamos seguir no embalo dessa música!

  4. Esse parece que promete vou dar alguma atenção….Acho que vai ser uma coisa na linha de “Rain Man”….Achei o primeiro ep meio devagar e pretensioso mas ainda tá com credito na casa veremos mais adiante Grato pelo comentário!

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