A segunda temporada de DanMachi foi uma verdadeira montanha-russa. Não estou falando no sentido das emoções, fazendo o público rir e chorar, mas sim dos altos e baixos da trama. Tiveram arcos interessantes, mudanças drásticas na dinâmica do anime e personagens com potencial desperdiçado. Analisando como um todo será que valeu a pena? Foi melhor que a primeira? Vamos discutir isso abaixo.

Assim como falei no artigo do último episódio, uma das coisas que mais curtia nesta animação era a dinâmica entre Hestia e Bell. O conceito dos Deuses viveram com os humanos como se fossem uma família é bem interessante e os protagonistas são bem carismáticos. Sempre foi divertido acompanhar sua evolução paulatina, onde os dois viviam em uma casa pequena e conquistavam tudo com muito esforço. Aí chegou a segunda temporada.

Uma das mudanças mais drásticas feitas aqui foi a entrada de novos membros na Família Hestia: Lili e Welf, que já eram praticamente da família, além de Mikoto e Haruhime. Também houve a mudança de uma humilde residência para uma mansão incrível. Claro que é legal ver os personagens evoluírem e tendo uma vida melhor, assim como todas essas alterações têm uma justificativa plausível, mas confesso que senti falta dos velhos tempos.

O que mais me incomoda aqui é que a Família deixou de agir como uma família de fato. Mikoto parece estar perdida ali dentro, assim como Haruhime praticamente só interage com Bell – e não teve uma recepção de boas-vindas. Todas essas pessoas deixam a relação entre Bell e Hestia mais distante, enquanto o convívio não é desenvolvido. Felizmente, a essência do anime é resgatada no episódio final, provavelmente o melhor de toda temporada. Não reclamaria se tivessem mais como aquele.

Em relação aos vilões, também tiveram altos e baixos. Um ponto a ser observado é que praticamente todos têm em comum uma certa obsessão por Bell. Tudo bem que o personagem é o “The Chosen One”, mas precisava todos terem o mesmo objetivo? O arco de Apollo teve um início empolgante, colocando toda Orario contra o protagonista e culminando em um War Game não tão empolgante assim. A expectativa para o confronto era muito grande para ser resolvido de forma tão rápida e simples.

Já o arco de Haruhime talvez tenha sido o mais estável, introduzindo a Família Ishtar e um novo ambiente de Orario: o Bairro dos Prazeres. Aqui tivemos inimigos mais poderosos e riscos maiores, incluindo a presença da Deusa Freya. Apesar dela aparecer pouco, foi o suficiente para se tornar marcante e instigar a rivalidade entre as deusas do amor. Haruhime também foi uma boa adição ao elenco, explorando mais o lado dramático do anime e trazendo diversos questionamentos para Bell. Além disso, ela é uma ótima aquisição para a Família Hestia, que estava precisando de alguém para buffar os aventureiros.

Agora, a apresentação de Ares foi bem decepcionante, pois o Deus da Guerra é tratado como um idiota que não passa o mínimo de respeito. Eu entendo que o anime apostou em uma escolha voltada para a comédia, mas nem engraçado ele é. A única coisa que senti foi vergonha alheia. É difícil julgar esse último arco, pois teve poucos episódios para ser desenvolvido, mas, entre seus méritos explorou lugares além de Orario.

No fim das contas, a segunda temporada de DanMachi foi bem mediana, mas o fato de terminar muito bem faz a gente até esquecer dos pontos negativos. A terceira temporada já está confirmada e não precisa se esforçar para superar esta. Espero que o anime melhore e traga de volta os elementos que me fizeram gostar dele. Respondendo a pergunta do início do artigo, é a temporada mais fraca e não supera a primeira. Ou pelo menos do que me lembro dela.

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