Não é todo episódio que vai ter uma sequência de cena marcantes, mesmo esse tendo tido ótimos momentos dramáticos, então espero que você esteja preparado para o ritmo do anime, cadenciado em sua maior parte.

Se o primeiro episódio foi do Rikuo, o segundo da Shinako e o terceiro da Haru, então nada mais natural o quarto ser da última ponta do “quadrado mágico.” Todos já nos encontramos em uma encruzilhada na vida, e você, seguiu em frente?

Que o Rou tinha complexo de inferioridade em relação ao irmão eu já tinha notado, mas saber que ele lidou com isso desenhando, ou tentou em sua inocência infantil, foi bem interessante.

Não é todo mundo que lida com isso fazendo algo produtivo e, principalmente, buscando sentido além da carência afetiva de outro momento.

Se duvidar, o Rou é quem entre os quatro tem o caminho mais “fácil” a seguir na vida, que está menos desnorteado.

Quanto a discussão com a Shinako, gostei bastante do tom da cena, nâo foi exagerada e nem contida, o Rou falou o que pensava no seu tempo e ela reagiu de forma condizente a sua personalidade, inclusive, deixando transparecer que já havia refletido muito sobre seus sentimentos.

Ela teve tempo para isso e, apesar de não haver método certo, custo a acreditar que não saiba o que sente. Fosse só pena não teria problemas em direcionar essa pena a outra pessoa.

A discussão da Shinako superar ou não desembocou em outras cenas interessantes que elevaram a qualidade do episódio e se aprofundaram na tristeza que é encarar de frente a impossibilidade de um amor.

A sua maneira a Shinako me parece querendo superar, até mesmo motivada pelo movimento do Rikuo e a preocupação do Rou, o problema é que não se trata apenas de querer, mas também acessar feridas ainda não cicatrizadas que assustam.

Isso deve ser ainda pior quando envolve o luto e fico feliz que só possa imaginar, que no máximo tenha sentido a dor de ter perdido a companhia de quem não queria mais estar ao meu lado.

Ainda assim, consigo entender, ao menos em parte, o que a Shinako sente e me sensibilizar com a sua dor. É fácil achar que ela está demorando a seguir com a vida, mas como ter certeza sobre o tempo de outra pessoa, seja para se apaixonar ou não mais sofrer?

Então, peço que você, caro(a) leitor(a), acompanhe com carinho esse núcleo da história, o Rikuo e a Haru são os personagens mais importantes da obra, disso não tenho dúvidas, mas a Shinako e o Rou são bem importantes também e isso está sendo provado com a forma meticulosa e sensível como as histórias de ambos estão sendo contadas.

Me arrisco até a escrever que me liguei emocionalmente mais a ela que a Haru, apesar da Haru ser mais adorável, quero até proteger.

A Shinako já é uma mulher adulta que, assim como o Rou perspicazmente apontou, deve e precisa lidar com essa situação sozinha. A cena dela na casa do amado foi uma etapa importante para isso, além de ter sido extremamente melancólica e bonita.

Só acho uma pena esse irmão do Rou ainda não ter face, eu até entendo guardar o rosto dele para uma cena ainda mais pungente e definitiva, mas assim parece que é ela quem não quer relembrar sua face.

O que eu entenderia, nâo deve ser fácil fazer isso sem poder tocá-la, mas imagino que dói mais se defrontar com a realidade de ele não estar mais vivo, então uma hora ela vai precisar deixá-lo ir, compreender essa necessidade, mas sem exatamente esquecê-lo.

Ela nunca irá, isso só não pode fazê-la parar a vida com medo de dar um passo em frente, quando “viver” não significa trair seus sentimentos, só se permitir ser feliz de novo.

Aliás, preciso me retratar aqui, revi a cena do cair das pétalas de cerejeira em que a Shinako chora e devo admitir qus sua situação me corta o coração, mas não é só isso, a cena foi muito bonita, não deveu nada aos melhores momentos dos outros episódios.

Quanto ao Rou, ele é um raio de esperança em uma trama entrecortada por momentos tristes e a Haru trazendo alguma alegria com os seus sorrisos, só é uma pena que ela nem esteja assim tão feliz…

Quadrado mágico que nada, Yesterday é um quadrângulo amoroso apaixonante e não devo me cansar de repetir isso ao longo dessa jornada, ainda mais quando todos se conhecem e interagem, podendo se permitir aprender e ajudar, o que vai ser necessário, ao próximo, tornando ainda mais complexa e encantadora essa história.

Se você não tomou o caminho frutífero após sofrer uma grande tristeza quem sabe ainda seja tempo de tentar, né?

Até a próxima!

Vai ter especial da Haru sim e se achar ruim vai ter sempre

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