Esse episódio conseguiu tratar de vários problemas diferentes sem permitir que eles ficassem dispersos, todos foram corretamente ordenados e tiveram seu merecido foco e sua merecida atenção. Mas sem delongas, vamos ao episódio.

O episódio já iniciou com uma história; os três porquinhos. Eu sempre adorei essas histórias, elas sempre me passaram um sentimento de paz e ordem. E assim foi nesse início.

Mas aí veio algo que eu não esperava, que é o desconhecimento sobre lobos e porcos. Não lembro se o anime já abordou sobre animais, ou se mostrou algum. Memória boa nunca tive. E já que o anime se passa na área urbana, e não rural, faz sentido que não tenhamos visto muitos, tudo bem, mas não termos visto nenhum é muito estranho. Ao menos um cavalo, vai.

E isso me lembra como de fato Honzuki só se inspira em determinada época de nosso mundo, em especial em determinada cultura (além da própria influência da cultura do autor, óbvio), etc.

Sim, isso é uma coisa simples, é só um detalhe, mas são nessas pequenas coisas que “Honzuki no Gekokujou” constrói sua identidade própria. E isso é uma das coisas que mais me agrada dessa temporada.

As frutas e a vegetações já mostraram características próprias, então não é nenhuma novidade. Mas de fato, o mundo de Honzuki está muito fechado àquela pequena cidade, então ainda não sabemos até que ponto há uma semelhança ou uma total diferença daquele mundo com o nosso. O que não é nenhum problema, e nem vejo motivo para a obra focar nesses detalhes tendo em vista aquilo que ela quer contar.

O episódio teve muitos pontos interessantes para se comentar, mas vou passar por cima deles tecendo apenas alguns comentários. Primeiro, é que esse episódio de fato focou na Wilma. Porém focou bem menos do que pensei que focaria, e para a minha surpresa eu gostei disso.

Quero dizer, fiquei muito contente com a resposta da Myne para as crianças, que somente o tempo poderia curar as feridas da Wilma. Achei isso de grande humildade, ela soube reconhecer suas capacidades, aquilo que deve ou não fazer, e soube onde deveria ou não se meter.

E confesso que isso foi muito bom para a Wilma. É melhor pois foi ela mesma quem se reergueu e decidiu encarar os problemas que tanto fugia. Claro, a Myne criou uma situação confortável para que ela o fizesse, mas os méritos vão todos para a Wilma.

O Lutz apareceu bastante aqui também, o que é excelente pois o anime lembrou da promessa que o garoto fez, e de fato se for outro não tem tanto impacto, deve ser o Lutz aquela que irá tornar real as ideias da Myne. E voltando a Wilma, o anime deixou claro que ela era uma criança quando foi abusada.

A obra conseguiu apresentar o problema, ao mesmo tempo que não precisou expô-lo, pois aquele que assiste é capaz de entender o conteúdo do problema. Além disso não foi falado abertamente sobre o ato, e se calaram sobre uma solução ao problema, é como se percebessem que aquela memória dolorosa pertence a Wilma. Somente a ela. E por isso era ela a única que deveria e poderia encarar aquele problema, como o fez no decorrer do episódio.

A Myne revelar toda a verdade para o Ferdinand me surpreendeu. Sei que ela não gosta de mentir, mas mesmo para o Benno ela não disse nada, então talvez seja por ela já estar cansada de esconder aquilo de todos. De toda forma, aquilo é um completo absurdo, então é impossível o Ferdinand acreditar.

Porém, ele ficou em dúvidas pois também não acha que seja uma mentira. Então faz todo sentido ele procurar por uma forma de confirmar a veracidade das palavras da garota, e isso nos leva para a cena do início do primeiro episódio do anime. Já era tempo.

Por fim, após dois anos de trabalho e esforço, a Myne finalmente conseguiu criar um livro e tê-lo em suas pequenas mãos. E como ela tem as técnicas a sua disposição, assim como a mão de obra e o capital necessário para seus projetos, é bem capaz que pouco a pouco, tijolo a tijolo, ela construa sua própria biblioteca assim como disse.

É um momento de fato emocionante para ela, e de certo modo até mesmo para nós que acompanhamos toda a sua trajetória. Mas nem está no fato do livro, que eu realmente não acho que seja o tema da obra. Mas está no amor dela pelos livros, seu desejo, sua vontade, é a própria busca e agora a conquista, isto tudo é “Ascendance of a Bookworm”.

Na cena final a Myne citou Gutenberg e a impressão por tipos móveis. Com isso ela será capaz de produzir seus livros aos montes, o que deve revolucionar aquele mundo. Sem dúvidas será um grande desafio, espero que possamos ver isso até o final dessa temporada.

É só isso mesmo, até mais.

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