Deca-Dence – ep 3 – Na direção certa
Dos animes novos da temporada acho Deca-Dence o melhor ao lado de Re: Zero. E você? O que acha?
E o que achou desse terceiro episódio? Eu achei ele muito bom e abaixo explicarei o motivo. Vamo nessa!
O tutorial de como lutar contra um Gadoll foi tudo menos didático e isso foi ótimo, pois era uma coisa que fazia todo o sentido conhecer junto da Natsume, a “desafiante” de uma realidade que ela nem imagina.
Se você me disser que o aparelho e a forma de lutar foram inspirados em Shingeki no Kyojin eu acredito, mas não vejo nenhum problema nisso, ainda mais porque houve o bom-senso de apresentar o mínimo de criatividade necessária para distinguir as coisas.
Demonstrar na prática como a ação funciona foi uma decisão bem feliz, até para mostrar o que sempre é importante para personagens como a Natsume, as adversidades que ela tem que enfrentar, porque é nelas que esse tipo de personagem cresce, com trabalho duro e determinação elas brilham.
Não foi diferente aqui, mas nem tudo são flores e trazer essa preocupação com os riscos reais era factível, ainda mais se vindo da melhor amiga que sentiu na pele a desgraça que é o campo de batalha, varrendo para debaixo do tapete qualquer ilusão que pudesse compartilhar com a amiga.
Enfim, para além desses momentos outro tópico que me interessou na primeira metade do episodio foi a obsessão pela manutenção dos bugs. A explicação didática do que é aquele mundo leva a crer que os bugs são um caminho para o rompimento do status quo e talvez o mais fácil, já que não há e nem deve surgir outra forma de oposição mesmo.
Aliás, os humanos também são considerados bugs e o trabalho do Kaburagi é justamente lidar com eles. O movimento deve partir deles por serem eles os usados, e ser captaneado por um bug faria sentido. De todo modo, a explicação mais didática no início da segunda metade já indicou um tanto do que deve ser o anime, mas isso não é nada ruim…
Como também não foi exatamente ruim a explicação, não gosto da expositividade, mas não se alongou e era para contextualizar algo que fazia sentido explicar dessa forma. Já deu para entender melhor o mundo “real” de Deca-Dence e não acho ruim que o anime se valha desse tipo de construção, ainda mais quando sinaliza um bom ritmo de desenvolvimento.
Por exemplo, em um mesmo episódio a Natsume aprendeu a lutar, treinou, foi melhorando e já deve partir para a primeira experiência com risco de vida real, mas não sem antes lidar com um problema bem lógico de se ter, a limitação física devido a prótese, a qual, na verdade, também podia ser encarada de uma outra forma. E a partir disso a coisa fluiu ainda mais.
A resolução do problema foi bem prática e divertida, sem dramatização em excesso, mas também sem menosprezar sua gravidade. O Kaburagi mostrou a sua pupila que ter uma prótese tem suas vantagens e bastava que a garota trabalhasse elas. Com alguns ajustes o que era uma fraqueza virou uma arma e eu não consigo pensar em forma melhor de tratar disso.
Até porque, e isso é bem importante, é na dificuldade e na superação dessas dificuldades que o Kaburagi se sensibiliza cada vez mais com a Natsume, passa a pensar mais no que fazia e gradativamente vem intensificando sua mudança. Ele não vai passar o anime todo fazendo trabalho de depuração, diria até que corre o risco de não fazê-lo nunca mais.
Em meio a tudo isso a Natsume se embrenha no subsolo para salvar o mascote feio, mas fofinho e deve se envolver em sua primeira luta real, mas dessa vez lutando. Como ela vai se sair? Não sei, mas aposto que não vai fazer feio. Álém disso, o Kaburagi vai atrás dela, não deve rolar nada grave.
Acaba que me interessa mais saber qual será o desenrolar dessa situação, afinal, nenhum dos dois deveria estar no campo de batalha e o cenário não é exatamente igual. Espero alguma consequência, né.
Por fim, o bacana é que o anime está conseguindo conciliar o melhor do entretenimento com a exploração de detalhes que desenvolvem os personagens e o mundo.
O Kaburagi está mudando e a Natsume também, de formas diferentes, por motivos diferentes, mas ambos nessa pegada de mudar a si mesmos e, com o tempo, o mundo ao redor deles deve mudar também.
Mal posso esperar para ver onde Deca-Dence poderá nos levar e até agora tenho a convicção de que o anime segue na direção certa, não está andando em círculos como a própria Deca-Dence, a fortaleza móvel de um mundo (que ainda é) de faz de conta.
Até a próxima!
João pedro
Perdão, mas realmente do episodio inteiro você não vai comentar sobre a explicação para a situação que a humanidade/ciborgues se encontram na qual é explicada no minuto 12:50 ?? A pequena historia de como o planeta ficou destruído e as empresas criaram/transferiram ciborgues não merece nenhuma atenção?
Kakeru17
Olá João, confesso que não lembro bem o porque de não ter comentado isso mais a fundo, mas acho que foi pela forma didática, fria, que foi explicado, sem profundidade. Mesmo agora, perto do fim do anime, poderia no máximo especular o que levou o mundo a ficar assim e relendo o artigo não achei muita brecha para entrar no assunto.
Digo, o planeta foi destruído e empresas criaram ciborgues para dar continuidade a “humanidade”, mantendo alguns humanos “clássicos” dentro de um jogo por diversão. É tudo bem escroto, é verdade, mas o que dá para esperar de humanos em primeiro lugar, né? Não surpreende.
Aliás, ainda não vi o episódio 10, mas dele até o final espero uma melhor contextualização dos fatores que levaram o planeta a ficar assim e a criação da própria Deca-Dence, aí fica mais interessante falar sobre isso. Mas sim, realmente poderia ter escrito o artigo de outra forma para dar ao menos uma especuladinha, falha minha 😅…
De toda forma, agradeço o comentário!