Fugou Keiji: Balance: Unlimited – ep 4 – Pobre por um dia
Se tem algo que nenhum de nós pensaria, é que em algum momento da história o saldo ilimitado do protagonista, pudesse se tornar extremamente limitado, mas eis que o anime nos traz um episódio hilário e que nos deu a chance de ver um novo Kambe – muito mais “humilde” e desorientado, diga-se de passagem.
Assistir essa mudança de ares do personagem, me fez lembrar vagamente daquele programa “Troca de Esposas” – só que sem as esposas dos dois lados. A situação do milionário foi inesperadamente engraçada e eu achei parecida com a que acontecia com aquelas esposas que moravam no luxo e de repente faziam a troca com uma família mais “povão”, se readequando temporariamente a vida da outra pessoa e sendo ensinadas como agir nessa nova realidade.
Falando na família, o anime finalmente deixa um pouco mais clara a relação entre Suzue e ele, onde descobrimos que a moça é uma parente próxima, preocupadíssima com o seu bem estar. Sinceramente eu torcia para que fosse uma irmã ou quiçá a esposa – já que os dois são bem legais juntos -, porém não reclamo também, acho que independente da sua posição, ela seria divertida do mesmo jeito.
Enfim, não ficou muito clara qual a razão para a briga que levou o personagem a se irritar e sair de sua casa liso – e olha que apontaram muitas possibilidades bem doidas -, mas o fato é que sabemos claramente que o Kambe sem dinheiro, é completamente perdido e sem noção de como lidar com as coisas corriqueiras da vida de um homem comum da classe média.
Como se não bastasse seus problemas seríssimos, ainda tinha a questão do menino com o bichinho perdido, que fora o desfecho agridoce do cachorrinho, teve a função de humanizar ainda mais o Kambe, mostrando que ele se importava com as pessoas ao seu redor – um resultado já positivo da missão anterior com o assaltante youtuber do bem e as senhorinhas.
O molequinho me divertiu por conta do seu jeito malandrinho e abusado, mas ao mesmo tempo burro. Gente, como uma criança que sai todo santo dia para passear com o cachorro, não sabe onde mora? Nessa idade e já tem Alzheimer, coitado. Tá certo que existem pessoas que tem mesmo essa coisa do se perder fácil ou não decorar caminhos – eu tenho amigos assim -, só que ele realmente me espantou por causa do costume.
No meio dessa confusão de gente rica e crianças desmemoriadas, o mais engraçado era ver as reações do Katou frente a uma pessoa socialmente imprestável e ainda de mal humor. Por incrível que pareça o policial realmente se desarmou contra seu companheiro de equipe e ficou bem mais manso do que de costume, mesmo com a impaciência de ambos.
É sempre um deleite ver a química entre os dois crescer constantemente, enquanto a gente se diverte e a obra acerta bem nesse ponto. Normalmente no lado profissional, o policial é o idealista sonhador que precisa de apoio, então ter o Kambe lesado foi uma boa oportunidade para ele mostrar seu lado mais prático e funcional, com o controle da situação.
No começo o milionário até debocha involuntariamente do parceiro, porque acho que nunca viu tanta pobreza, falta de fartura e bagunça antes – achei hilária a cena dele cuspindo o presunto “chique” – porém ao prestar atenção no outro, ele vai enxergando coisas diferentes.
Ao vê-lo como um homem que mora sozinho e ainda se resolve para tudo tranquilamente, o Kato passa a ser um tipo de motivação para o Kambe, que no meu entendimento parecia achar tudo complicado demais para fazer por si, mas ao mesmo tempo estava cansado de não ter controle próprio das coisas – papel que a Suzue, a avó e a própria HEUSC fazem muito bem por ele.
Além disso, recordemos que o Kambe pouco entende sobre ser sociável, criar vínculos ou ter amigos. Certamente aquele instante entre homens, o passar tempo com um amigo, deve ter sido uma experiência que deixou outras boas sensações nele, aprendizados que irão aos poucos se incorporar a sua vida.
No final do dia temos um Kambe todo orgulhoso de fazer um prato com suas próprias mãos. Ter acompanhado de perto uma vida em que você não tem tudo na mão e nem pronto, fazendo cada coisinha e desfrutando disso, fez ele mudar mais um pouco e digo que estou bem curioso para ver os reflexos disso no futuro – claro que ele deve continuar gastando horrores, mas ao menos acho que ele vai gastar “manualmente”.
Curioso que nada de muito especial aconteceu no episódio, porém achei ele igualmente bom na sua proposta de continuar desenvolvendo a relação entre os dois protagonistas, principalmente porque esse é o mote do anime para mim, a junção entre dois mundos muito distintos e que precisam aprender um com o outro – o trabalho como defensores da lei é algo secundário.
Eu ri bastante e gostei da ideia apresentada nesse dia de plebeu, não sei se haverão mais outros momentos bobos como esse, mas desde que o anime se mantennha sem se esquecer de todos os seus elementos, eles serão sempre bem vindos.
Agradeço a quem leu esse artigo até o fim e até a próxima!