Burn the Witch é a mais nova obra de Tite Kubo, autor de Bleach. Por um lado, isso já seria motivo para conferir a obra, mas, uma vez que iniciasse, precisaria de motivos para ir até o fim. Com isso, essa resenha tem um simples objetivo: comentar um pouco sobre e talvez ajudar você, que pode ter alguma dúvida sobre e gostaria de saber um pouco mais antes de assistir.

Confesso que sou um grande fã do Tite Kubo. Consequentemente sou fã de Bleach e quando vi anunciarem Burn the Witch, fiquei bem animado. O traço dele, a forma como constrói a história e os personagens, a atenção em pequenos detalhes e claro, a possível relação com Bleach foram detalhes que me animaram muito. E como mencionei acima, Burn precisaria mostrar algo além disso, para fazer jus à expectativa que qualquer fã de Bleach criaria.

Antes de mais nada, vamos comentar sobre a produção em si. Apesar de ser classificado como filme, você vai encontrar a adaptação feita em 3 episódios na Crunchyroll. O formato facilita e confesso que parece ser bem mais fácil do que ver um filme, algo no mínimo curioso. O estúdio responsável, Studio Colorido, está longe de ser um dos conhecidos da indústria, tendo como maior destaque o filme Taifuu no Noruda (provavelmente tu não conhece, mas vale a pena conferir) e ainda assim, parece ter feito um bom trabalho.

Sobre a história, se eu pegar a sinopse original, é literalmente: bruxas, dragões e Londres reversa. Sim, a sinopse é extremamente curta, mas resume bem o que temos na história. Bruxas que combatem dragões em um lugar que chamam de Londres reversa. Tendo isso em mente, você mergulha numa história que têm estruturas similares a Bleach, porém se passando em Londres e com bruxas.

Em alguns momentos, eu fiquei refletindo em como Burn é tipo Bleach, só que adaptado para o ocidente. Em alguns momentos fica escancarado que certas características têm as mesmas estruturas, algo que passa uma certa nostalgia. Porém, vale destacar que o “filme” (dividido em 3 episódios) não explica muita coisa sobre os dragões e tudo que os envolve, ou melhor, faz uma introdução pobre e rasa sobre os dragões que assolam as pessoas.

Nisso eu acho que a adaptação falha e muito. Obviamente não era necessário se aprofundar na origem ou algo do tipo, mas uma simples explicação bastava e nem isso teve. Foi algo como: tem os dragões, eles matam pessoas e existem as bruxas, que combatem eles. Para quem leu o one-shot ou a adaptação do mangá, talvez tenha um conhecimento melhor sobre.

Aliás, ler o one-shot mostrou ser algo essencial, pois ajuda no entendimento de algumas coisas. Na história nós seguimos 3 personagens: Noel, Ninny (as protagonistas) e Balgo. Logo de cara, nota-se que o filme se passa depois do que aconteceu no one-shot, onde o foco recai sobre Balgo, que descobre sobre a Londres reversa, os dragões e as bruxas. Ou seja, se caiu de paraquedas no filme, talvez você fique meio perdido sobre os personagens e suas ligações.

Aliás, sobre o elenco eu diria que suas personalidades e a química entre eles é ótima. Noel é uma personagem que apesar de inexpressiva tem seus momentos que fogem dessa característica, Ninny é a personagem mais ativa e que completa a personalidade de sua companheira. Por fim, Balgo acaba sendo um ponto negativo, simplesmente por ser um personagem avoado e inútil. No mais, o elenco é bastante carismático.

Sobre os acontecimentos do filme, eles foram bem interessantes. Foi resumido (aliás, tem muita coisa resumida nessa história…) mas ainda assim mostrou a que veio e conseguiu fechar bem. Achei bem interessante que até metade do segundo episódio não dava para saber o que poderia acontecer no fim, algo incomum em muitos filmes hoje em dia (vide vingadores, por exemplo, que mostra o vilão logo no começo).

Enfim, apesar de ter apresentado mais críticas do que elogios, Burn the Witch é um filme que eu recomendaria facilmente. Tem seus defeitos, com foco nos vários resumos aqui e ali, mas visualmente é competente e a história consegue prender facilmente o espectador. Tem também a comédia que se faz constantemente presente e consegue ser uma ótima adição. Como bônus, o formato ajuda ainda mais, facilitando a vida de qualquer um que queira ver. Por fim, o que fica é o desejo de conhecer mais sobre essa outra face de Bleach.

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