Depois de assistir a Pop Team Epic, comecei a me interessar por esses animes diferentões e com propostas bizarras. Levando em conta que Gal to Kyouryuu é do estúdio Kamikaze Douga e dirigido por Jun Aoki, responsável por Pop Team Epic, imaginei que esse poderia ser um tipo de sucessor espiritual, mas estava errado.

Na trama, uma gyaru chamada Kaede fica bêbada e convida um dinossauro para morar com ela. Curiosamente, essa sinopse é bem parecida com Miss Kobayashi’s Dragon Maid, só que com um dinossauro. E é claro que Gal to Kyouryuu é um pouco mais esquisito.

A proposta do anime é mostrar o choque cultural entre essas duas personalidades totalmente diferentes. Já seria estranho o suficiente a convivência entre um humano e um dinossauro, então imagina um gyaru e um dinossauro azul humanoide?

Sem tempo, irmão

Se você é daqueles que ficam tentando entender o que está acontecendo na trama e o sentido para os eventos, vai ter alguns problemas com esse anime. Eu mesmo já me peguei questionando como é possível o Dino existir e suas “habilidades” especiais, mas a obra não se preocupa com isso.

Além da dupla protagonista, o anime ainda conta com outros personagens recorrentes: Shouta, o ex-namorado de Kaede que vive tentando voltar com ela; Yamada, sua melhor amiga; e Senpai, que trabalha com Kaede em uma loja de conveniência.

No começo, é divertido ver a reação das pessoas ao descobrirem que Kaede convive com um dinossauro, mas depois as coisas se desenvolvem ainda melhor quando todos viram uma grande família, interagindo como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Na adaptação, o projeto foi dividido em diversas seções com histórias curtas, tanto em animação quanto em live-action. É bem interessante como há uma variedade de derivações narrativas, incluindo episódios animados, curtas em outros estilos de animação, jogos interativos com o público, histórias com atores reais, clipes musicais. Enfim, acontece bastante coisa em um episódio.

Dá pra perceber que nos primeiros episódios as coisas ainda são bem malucas e podem deixar o público perdido, mas isso acontece por dois motivos: primeiro, porque é um tipo de obra com bastante experimentação, diferente dos animes tradicionais que assistimos; e o segundo é que o próprio anime vai encontrando seu caminho ao longo da temporada.

Tanto que, com o passar do tempo, comecei a vê-lo como algo mais simples e “normal”, bem menos bizarro do que achava no começo. Claro, é difícil se acostumar com um dinossauro azul, mas a trama vai ficando cada vez mais banal.

Enquanto a parte em animação conta histórias divertidas – e outras nem tanto – sobre o cotidiano dos dois em um estilo já conhecido por esse público, a parte em live-action é o maior desafio.

Aqui há muita vergonha alheia e uma tentativa de replicar o estilo de se contar histórias como uma animação japonesa, seja pelos enquadramentos, atuação e o próprio timing das piadas. Em alguns casos funciona melhor que em outros.

Se você estiver procurando uma anime no estilo de Pop Team Epic, talvez ele não seja Gal to Kyouryuu.

Ele pode ter a mesma pegada experimental de Aoki e até alguns poucos easter-eggs, mas não vai tão fundo quanto poderia e em alguns momentos acaba sendo decepcionante ou até tedioso por conta do ritmo.

Mesmo assim, humor é algo subjetivo, então vale a pena seguir a regra dos três episódios para ver se é pra você ou não.

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