Ciência só não é sinônimo de vida (ao menos a humana) para cientista louco ou negacionista. É hora de Dr. Stone 2 no Anime21!

Não é meio triste ver uma atleta, que depende da ciência para desempenhar seu ofício com excelência, estar ao lado de um brutamontes como o Tsukasa e não do cientista Senku?

Ela vai ser convertida eventualmente, nem que seja só pela derrota do Tsukasa, mas fica aqui o registro de que a ideologia do vilão é tão furada que não entendo mesmo como tantos se aliam a ele.

Claro, há a dívida de gratidão por terem sido despetrificados, mas nem a Homura vendo as coisas que o Senku é capaz de fazer foi o suficiente para convencê-la?

Enfim, a princesa gorila Kohaku encarou a ginasta de fogo Homura e, apesar delas terem feito movimentos um tanto exagerados para um ser humano sem habilidades sobrenaturais, foi um trecho bacana o delas pulando de árvore em árvore tentando se sobressair uma a outra.

O Senku não é mesmo de trabalho braçal e deixou a garota fugir, mas sem isso não teríamos uma caçada científica e um ataque em pinça com direito a armadilha e uso bem perspicaz do próprio trunfo a fim de evitar o prosseguimento do plano.

Não tem mesmo como ficar alheio as coisas que o Senku promove com seus seguidores, então não lembro se foi assim no mangá, mas imagino que a derrota da Homura a ajude a enxergar qual é o melhor lado.

Isso faria mais sentido, mais que o Mecha-Senku aparecendo e interrompendo o anime sem pudor, não que eu não goste desses momentos mais didáticos, mas acho que o anime consegue passar mais conhecimento sem isso, de forma mais natural.

Uma ideia que vem sendo trabalhada de maneira natural e gradativa é a da ciência não negar a morte enquanto processo natural da vida humana, mas negar a necessidade de matar, afinal, a ciência pode progredir em tempos de guerra, mas progride tão quanto ou mais para evitar a morte.

Saindo dessa ideia maior e focando no anime, nesse episodio vimos o racional e ardiloso Gen impedindo o Magma de matar, a Kohaku falando com o Senku sobre a necessidade de matar em prol do sucesso dos planos do Reino da Ciência e a reafirmação dos princípios do herói.

O que Dr. Stone quer passar esbarra nessa ideia tão típica ao mangá shounen de que a morte deve ser valorizada e impedida mesmo que pareça ridículo fazer isso aos olhos do público, mas a diferença reside no que a história tem para trabalhar e qual é sua grande bandeira.

Não existem poderes sobrenaturais em Dr. Stone, tudo o que ocorre deriva da ciência (dando os devidos descontos de forma), então a ideia de não matar me parece ainda mais razoável mesmo que acabe parecendo uma forçada de barra em alguns momentos.

Além disso, é normal que um cientista não renegue a vida por mais que seja racional e prático e que contamine aqueles ao seu redor com essa ideia. Até porque a ambição do Senku é restabelecer o mundo para o mais próximo possível do que era antes da era de pedra.

Quem quer despetrificar pessoas não poderia querer abrir mão de suas vidas tão fácil, né? E de um ponto de vista científico faz sentido pensar assim porque a ciência precisa de pessoas para ser difundida e é em prol das pessoas que ela é estudada e posta em prática.

Não significa que ela não possa ser usada para a morte, como é desde antes do homem reconhecer a ciência como tal, mas a ideia primordial não é essa, obviamente, e faz sentido que outros personagens além do Senku passem a comprar essa ideia, como o Gen, por exemplo.

Outros personagens não bonzinhos porque obviamente personagens como a Kohaku têm dificuldade em tomar a decisão. De toda forma, o lance com a Homura deu certo e o que vem a seguir é uma apresentação rápida do arqueiro do ouvido biônico e a volta do Taijo e da Yuzuriha.

O primeiro a gente põe na conta do anime que Dr. Stone é, pois é super exagerado e bobo alguém ouvir tão bem assim, mas apenas quando convém praticamente. O primeiro era esperado, só não entendi como o Taijo e a Yuzuriha sabiam do celular, o Gen falou? Não lembro mesmo.

Em todo caso, foi muito bonita a cena dos amigos se falando pela primeira vez em meses e a amostra que o rolo com a Homura deu de como a informação deve influenciar na guerra foi pontual para vermos do que o Senku estava falando quando lançou mão da ideia do telefone.

Com o celular, mas não só com ele, com a participação do Taijo e da Yuzuriha também, esse embate parece ficar menos desbalanceado a cada episódio. Inclusive, a despetrificação das estátuas que o trio da operadora do Reino da Ciência encontra pode ter relevância para o desfecho.

Por fim, gostei do encerramento, se não me engano ele retrata etapas no processo de animação, algo mais técnico que combina com a ciência, né. Quanto ao episódio, curti ele pelas ideias sendo trabalhadas, principalmente a de valorização da vida humana, mas não foi nada de outro mundo.

Ainda assim, repito, é bacana e faz todo sentido que em Dr. Stone se insista nessa ideia porque a ciência não existe justamente para combater a ignorância? Então, desistir da vida humana sem buscar o diálogo não é racional e nem “emocional” em se tratando de cientistas bonzinhos, né?

Até a próxima!

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