Dragon Goes House-Hunting – Minha casa, minha vida – Primeiras impressões
Nenhum ser vive sem um lugar. O que seria esse lugar? De acordo com a biologia seria o habitat, ou seja, o ambiente natural onde uma espécie vive. Montanhas, savanas, as profundezas do oceano, florestas, desertos são exemplos de lugares onde espécies habitam.
Quanto mais o homem primitivo passou a usar a sua sapiência para sobreviver, o ambiente natural não era o suficiente para a garantia da sobrevivência. Se fez necessária a construção de moradias, e conforme o número de moradias foram aumentando, surgiram as cidades, e por consequência, as primeiras civilizações.
À medida que o Homo sapiens ia aprimorando sua capacidade cognitiva, o lar deixou de ser apenas um mero abrigo, mas passou a ser um ambiente fundamental para o fortalecimento das relações familiares, e também um conceito que está atrelado a ideia de dignidade.
O anime em questão aborda de forma cômica e fantasiosa a importância de um lar. O protagonista (um Dragão) é expulso do seu lar, por não cumprir, digamos, uma função social que era esperado dele dentro do mundo onde ele está inserido.
Dragões são conhecidos por serem criaturas imponentes, temidas e poderosas, mas nosso “herói” não possui nenhuma dessas características, pois contrariar expectativas e padrões definidos é um recurso fundamental na comédia, afinal, por exemplo, se o protagonista agisse como a gente espera de um dragão, não haveria a menor graça.
A voz do protagonista é irritante, mas nesse caso ela é bem utilizada, pois contrasta muito bem com a figura que ele representa naquele mundo.
A temática do anime é engraçada, mas na prática não ri tanto como nos trailers. Obviamente, humor é algo muito pessoal, mas se a história não variar as piadas, há o risco da obra ficar enfadonha com o passar do tempo.
O primeiro episódio explorou basicamente a piada do protagonista chegar num lugar e ser capturado. Tal piada ser usada uma vez tem sua graça, porém na segunda vez não teve o mesmo efeito para mim.
A ambientação e personagens típicos de jogos e animes de fantasia dão um certo charme e uma peculiaridade que dão um toque de humor á história.
Ver heróis perseguindo o pobre coitado do Letty foi engraçado. Aliás, convenhamos, ter o protagonista como um troféu não deve ser nada honroso, pois o mesmo é um oponente fraco, ao contrario do que se espera de um dragão.
Outro ponto importante a ser ressaltado é o elfo, que transmite uma aura de serenidade, e que ao mesmo tempo é muito forte e temível. Ele e o protagonista têm uma boa interação, mas que, infelizmente, nem sempre rende momentos cômicos.
No segundo episódio, as esquetes tiveram seus momentos engraçados. Na esquete do templo antigo ficou repetitivo o protagonista caindo em todas as armadilhas. Já a esquete da casa assombrada foi um pouco melhor, com direito a quebra da “quarta parede”, que é algo que acontece quando um personagem percebe que está dentro de uma ficção.
O uso de elementos de terror foi bem utilizado para dar a sensação de que a casa era minimamente assustadora. Algo que me chamou a atenção é que no final da segunda parte do episódio dois é que há a lição de não julgar o livro pela capa. Aliás, o próprio dragão julgou errado os zumbis e os fantasmas, da mesma forma que outros seres o julgam.
Outra coisa interessante é quando já estava aceitando que esses seres tenebrosos eram “gente boa”, o elfo diz ao Letty que não é bem assim.
Com relação á parte técnica, a animação não é um primor, mas não chega a ser um desastre, enquanto a trilha sonora não se destaca muito, mas é funcional.
Por fim, espero que não caia no marasmo, e que apresente mais bons momentos do que cenas sem muita graça. Sinceramente, gostei da proposta e não gostaria de que no final fique com a sensação que a temática foi desperdiçada.
Obrigado a todos que leram este artigo, e até a próxima!