To Your Eternity – ep 2 – O monstro e o sacrifício
A March é uma graça, não é? Se você não gosta dela saiba que está errado, assim como qualquer tradição que maltrate a vida humana. Dentro da nossa cultura não vemos isso de forma tão evidente, mas, por exemplo, a repressão a mulher no islamismo não é uma forma de tradição abusiva? Aliás, para lá de abusiva, não consigo imaginar obrigar alguém a se vestir e agir de uma forma tão restrita como algo minimamente racional.
Entretanto, não se engane, isso também ocorre no cristianismo, a diferença é que há mais “saídas” sociais, ainda que para muitas seja difícil acessá-las, apesar de muitos costumes problemáticos ainda serem banalizados e até incentivados. Sei que não é o mesmo que sacrifício humano, mas determinar o destino de alguém é uma violência sem igual não importa a forma. Cercear a liberdade de escolha de outra pessoa é em si matá-la em algum nível.
A March será mesmo sacrificada para aplacar a ira do urso branco? Há indícios de que isso pode acontecer, mas também há indícios de que não (eu diria, inclusive, que a abertura meio que encerra a questão), o relevante é discutir os problemas com tradições que não respeitam a vida, o bem mais preciso que o ser humano tem e que deve preservar entre os seus, afinal, ninguém têm o direito de roubar o futuro de uma criança, nem se for um deus.