Entre várias idas e vindas lutando contra seu passado, suas dúvidas e a própria imaturidade, a Kukuru finalmente entra nos eixos e mostra que nada como um dia após o outro para que cada pessoa possa pensar com calma e crescer no seu devido tempo e com um pouquinho de esforço, item que a nossa protagonista tem de sobra.

O que a espera agora que redefiniu suas ideias e entrou de verdade em conformidade consigo mesma?

Flávio: O amadurecimento é um processo longo, mas a Kukuru deu passos importantes na sua vida pessoal quanto profissional.

JG: Acho que agora podemos dizer definitivamente que a garota aprendeu com seus erros e acertos. A fuga por mais que não tenha sido um ato profissional e racional, acabou sendo de fato bom, porque ela pôde encontrar com uma pessoa como a esposa do Umiyan para lhe dar o norte que precisava para seguir em frente.

Flávio: A Kukuru foi irresponsável e o chefe dela estava certo ao apontar essa irresponsabilidade para a Fuuka que tentou sem sucesso aliviar a situação da amiga. Além disso, o chefe mais uma vez estava correto ao afirmar que a Fuuka tinha que fazer o trabalho dela em vez de cuidar dos problemas da outra.

JG: A Fuuka age como uma irmã mais velha quase mãe, talvez pelo fato da amiga não ter a sua, então realmente na tentativa de proteger ela acaba amaciando demais pro lado da Kukuru.

O chefe embora seja uma pessoa complicada de explicar, estava correto, assim como você falou. Na verdade diria que ele me surpreendeu inclusive no pós desse processo.

Flávio: Não vi nenhuma mudança nele.

JG: Eu não diria que houve uma mudança, embora eu quisesse, porém eu esperava que ele fosse ser mais duro com sua funcionária e no fim ele se mostrou tranquilo – quiçá até ajudou com a possível transferência.

Mas de qualquer forma não é sobre ele que quero falar agora, e sim da figura importante que foi a esposa do Umiyan. Em sua simplicidade a personagem soube mostrar através do seu trabalho, o que a Kukuru precisava absorver pra colocar as engrenagens no lugar.

Flávio: A personagem foi importante ao dar suporte a Kukuru, desde conselhos a um lugar para ficar temporariamente. E não foi só ela que aprendeu com as tartarugas, a Fuuka ficou interessada em problemas ambientais.

JG: Do mesmo ponto, cada um extraiu algo diferente para si, então a função da personagem foi bem cumprida. Gostei de como ela soube ensinar sem necessariamente estar ensinando, mas sim mostrando as coisas como são e como cada ser vivo lida com sua realidade.

Inclusive o pesquisador auxiliar dela foi providencial, ao mostrar a Kukuru que mesmo os maiores protetores da vida, precisam encontrar caminhos diferentes para conectar a vida animal com a humanidade – o que ela não tinha captado antes para compreender a essência do seu trabalho.

Aproveitando que mencionou as tartarugas, é curioso como elas acabam se entrelaçando com a Kukuru, pois para mim ficou notório que todo o ciclo dos bebês praticamente descreveu o momento dela, talvez por isso ela também tenha se conectado com tanta força aos filhotes que iam nascer.

Flávio: A tartaruga é um símbolo de sobrevivência. Ao sair do ovo tem que se virar sozinha contra todos os obstáculos possíveis, que vão dos predadores á interferência humana.

JG: Praticamente isso é o que a personagem vem vivenciando, já que precisa constantemente se pôr a prova para lutar pelos seu ideais e pelas coisas que ama, como a vida marinha, o trabalho de cuidadora e o Gama Gama.

Acho que ver esse processo foi fundamental para a protagonista, e para a Fuuka me parece que serviu como um indicativo de que verdadeiramente a ex-idol está encontrando um novo sonho, esse lado mais pesquisador dela tem mostrado como ela tem se interessado gradualmente pela biologia.

Flávio: Os episódios mais recentes estão bem informativos.

JG: Eu tenho tido essa mesma impressão, e o mais curioso é que esse lado mais instrutivo tem ganhado um bom espaço, não ficado apenas como um detalhe qualquer na trama.

Dito isso, quem também ganhou espaço foi o Kai, embora não de um jeito legal. Me pergunto o que exatamente passa pela cabeça da Kukuru com o problema que o amigo está vivendo.

De começo pensei se tratar apenas de um pouco de remorso por perceber que diferente dele, no momento em que ele quis conversar, ela se esquivou. Mas depois lembrei que ela perdeu os pais, então pensei que talvez ela esteja preocupada com o que pode acontecer com o pai, e consequentemente com ele.

Flávio: É curioso que o Kai não foi entrevistado pela Kukuru sobre casamentos. Certamente ele ficaria tão vermelho quanto um tomate.

JG: Fico pensando que mesmo a Kukuru mais focada no problema dele, provavelmente isso não vai mudar muita coisa para os dois – ainda que eu gostasse de ver os dois evoluírem com essa coisa unilateral.

Mas se a saída dele não muda o fator romance, muda o profissional. A protagonista ganhou sua oportunidade de sair do marketing e de brinde essa movimentação serviu de incentivo para a Karin, que pode finalmente realizar seu sonho de uma vida, depois de seguir um caminho oposto ao de sua amiga, sendo madura até demais.

Flávio: A Karin correu atrás do sonho de ser cuidadora em vez de se conformar com o trabalho atual achando que a vez dela já passou.

JG: Ela sempre se mostrou mais pé no chão e consciente, então acabou mais contida que a Kukuru, mas agora esse ciclo finalmente teve o seu fim e a moça se jogou no seu projeto. Falando em projeto, foi bem interessante como a Kukuru conseguiu utilizar a ajuda de todos para formar seu novo planejamento para a proposta de casamentos no Tingaara.

A forma como ela se desenrolou, já mostra que ela não tem o mesmo problema com o setor de marketing – e a necessidade de conciliar seus cuidados com uma boa promoção. Uma pena que justamente quando conseguiu ficar em paz, surgiu a chance da mudança, o que me leva a perguntar qual será sua decisão agora.

Flávio: A mulher da agência de casamentos me deu um susto. Achei que não iria aceitar a proposta.

JG: Tive a leve impressão de que a mulher estava um pouco aborrecida por pensar que a Kukuru iria vir com outra proposta incipiente e desfavorável, mas no fim ela acabou se interessando ainda mais pelo conjunto da obra.

Com isso a confiança da menina também ganhou um up, então se me perguntar, penso que seria bom ela decidir pelo marketing para continuar afiando suas habilidades, e posteriormente – quem sabe num salto de tempo -, ela poder ser a grande cuidadora lendária que tanto almeja.

Levando em conta todo o desenvolvimento da personagem, me parece o melhor caminho, especialmente por ela já ter conhecimento, experiência e um dom natural com os animais, lhe faltando outro tipo de talento de que ela só poderá desenvolver no outro setor.

Flávio: Agora que ela tá pegando o jeito na atual função, ela mudará de departamento, e detalhe, foi o próprio chefe que a indicou. Acho que ela pensará duas, três, quatro vezes antes de mudar de setor.

JG: Fico intrigado para saber que problema pesará mais para ela agora que a história está as portas de seu final. Vão trabalhar mais algo em cima do Kai, ou a preocupação dela será apenas qual caminho escolher profissionalmente? Aguardemos os próximos capítulos.

Agradecemos a quem leu e até a próxima!

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