Terceira temporada anunciada. Novos Hashiras em cena. Um final digno para Ume e Gyutaro. Nenhum dos heróis morreu. Não tem como o Arco do Entretenimento ter tido saldo mais positivo. E ah, eu não poderia esquecer, teve Nezuko chibi e Uberzuko. Esse anime é bom demais, né?

Antes de mais nada, sim, precisamos falar do protagonismo da Nezuko, que com seu kekkijutsu consegue anular os efeitos dos kekkijutsus de outros onis, algo que deve ter a ver com seu sangue Kamado e sua rebelião contra o sangue do Muzan, mas não deixa de ser conveniente.

A forma como ela foi curando os envenenados evitou mortes certas e tornou o saldo desse arco extremamente positivo para eles, mas se em parte o kekkijutsu da Nezuko é um problema por sua conveniência, por outro, é inegável que não é de agora que esse cenário se constrói.

Além disso, tem como se importar menos com esses detalhes quando a Nezuko chibi nos acerta em cheio com toda a sua fofura? Sabe o que é melhor? É que pensando no gasto de energia fazia todo sentido ela assumir essa forma encantadora e que trouxe leveza ao anime.

Depois de um desfecho intenso, foi bom parar para respirar, até levando em consideração que o Tanjiro e os outros foram curados do veneno, não dos ferimentos. E para tornar a coisa ainda mais divertida vimos a Uberzuko em ação. A autora sabe como entregar o que o público gosta.

Mas também sabe não esquecer da construção de mundo necessária para o longo prazo, o que foi o sangue coletado dos Luas Superiores e enviado a Tamayo. No futuro ela vai aparecer com algo desenvolvido por causa desse sangue que vai ajudar os exterminadores, certeza.

Enfim, deixando isso de lado e focando nos irmãos, por mais que tenha sido um tanto pesada a conversa da Daki com o Gyutaro, como não dizer que ela foi compreensível? Uma relação, ainda mais familiar, é composta de ônus e bônus, e no fundo do poço é fácil cuspir o ônus da coisa.

Mas aí que entra o Tanjiro, não só com sua intromissão pontual, mas com o que ele sempre faz, que é se sensibilizar com os onis, tentar ver o lado deles, e isso sem ter visto o passado deles como vimos no caso dos irmãos. Tanjiro é um exemplo de que dá para ter empatia sim, e muita.

Mas claro, isso sem deixar de cumprir seu serviço essencial, pois os onis, por mais que tenham sido vítimas até serem transformados, não vão mudar. Eu diria até que não devem, ainda mais após ver a história de vida sofrida dos dois, que só devolveram ao mundo o que receberam dele.

E isso não é passar pano para vilão, passar pano para vilão é perdoar sem consequências que correspondam aos seus malfeitos. Tem animes e mangás que fazem isso ao “converter” os malfeitores. Kimetsu no Yaiba não, no máximo o anime tenta ver o lado dos vilões e isso é ótimo.

Ainda mais levando em consideração que muitos onis foram convertidos contra sua vontade ou depois de sofrerem em vida. Por isso é tão importante o que o Tanjiro faz, “oportunizado” pelo fato de sua irmã ter se tornado uma oni e ele conhecer o outro lado desses seres.

Mas antes de me aprofundar mais nessa questão, não posso esquecer de falar do Doma, que com sua beleza diabólica me impactou de cara. Ele é o Lua Superior número dois e uma figura que ainda vai dar o que falar, o que é de se esperar, pois ele é muito forte, até criou Luas Superiores.

Sendo eles a Ume (que virou Daki) e o Gyutaro (que imagino ser o nome de nascença dele), uma dupla de irmãos que brigou acaloradamente em seus últimos momentos, mas se redimiu antes de partir para o interno ou para onde diabos eles tenham ido, o que não importa agora.

Importa mais é entender o passado desses personagens, o que levou eles a se tornarem onis e porque eles matam indiscriminadamente; e seu longo flashback cumpriu bem esse propósito, ainda mais trabalhando com a ideia de que eles, como família, deveriam se unir contra o mundo.

Por mais que a Ume pareça ter só dado trabalho para o irmão, é errado pensar assim se você perceber o quanto ela o motivou a seguir vivendo, mesmo que fosse a vida de merda que ambos levavam. A Ume foi o sinal de esperança, o apoio emocional, do qual o Gyutaro precisava.

E foi só assim que ele conseguiu se tornar forte, para protegê-la. Essa ideia de ficar mais forte para proteger alguém também pode se aplicar aos vilões porque heróis e vilões podem estar lados opostos, mas são lados opostos da mesma moeda, e isso humaniza os onis formidavelmente.

Onis podem ser monstros na acepção da palavra, mas todo oni já foi humano, todo oni tem seu lado monstruoso e seu lado vítima, os onis não são tão diferentes assim dos humanos. Não é à toa o que o Kagaya (o chefe dos exterminadores) revela que ele e o Muzan são do mesmo clã.

Kimetsu não é uma história sobre o ódio indiscriminado e sim sobre a violência que nos assola, a nós seres humanos, que diante do poder e da imortalidade muito provavelmente repetiríamos os mesmos atos dos onis. Temos que nos aprender a nos colocar no lugar dos outros.

Em tempos de tanta intolerância e ignorância, um battle shonen de sucesso com uma mensagem dessas é de se elogiar, não é mesmo? Como elogio o final desse arco, que não escondeu as mazelas, mas deixou bem frisado o sinal de esperança que foi o extermínio dos Seis Superiores.

Por fim, com essa mudança de cenário após um século, o que vemos são os ventos soprando a favor do esquadrão, muito devido a participação do trio, que evoluiu de um arco para o outro, o suficiente para nos animar para o Arco da Vila dos Ferreiros, que promete bastante.

Até a próxima!

P.S.: O Tokito parece um patrão abusivo, né? Então, ele e a Kanroji vão ter destaque no próximo arco e mal posso esperar para ver certas “cenas” animadas hahahahaha. O Uzui vai se aposentar e o Rengoku morreu, ficou sete Hashiras para cinco Luas Superiores. Há chances? Há esperança!

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