Digimon Ghost Game – ep 18 – A Terra do Nunca
Tivemos aqui um episódio muito inspirado em um dos clássicos da literatura infanto-juvenil: Peter Pan. Só que acho que o simpático menino que não queria crescer não estava tão simpático aqui…
Eu gostei bastante da referência que o anime fez. Que não foi apenas uma referência gratuita, já que o anime trouxe mais do que apenas símbolos visuais ou conceitos tratados apenas de forma superficial.
Não, a ideia central daquilo que é a história que o anime referenciou também esteve presente aqui. Isto é, a de aceitar a condição adulta, tanto aquela que se apresenta quanto aquela em potencial.
E o anime acabou exatamente com essa aceitação após o Petermon se juntar ao navio do CaptainHookmon. Logo antes dele liberar as crianças que havia sequestrado e que também já haviam aceitado a realidade do que é crescer. Aliás, uma bela mensagem para um belo episódio.
E não só belo, como também importante. Parece que a nossa sociedade está cada vez mais caindo numa infância eterna onde é cada vez mais normal estender a vida idílica da infância sem que nenhuma consequência imediata aconteça.
Mas ao mesmo tempo, uma vez que se entra na vida adulta é também muito fácil se esquecer de coisas muito importantes presentes na vida infantil.
Isto é, deixamos de lado aquele que gostaríamos de ser para focarmos apenas naquele que somos. E em ambos os casos o que acontece é estagnação.
Porém, ao se arriscar nessa tentativa de ser alguém há a possibilidade de você se tornar alguém que não gostaria de ser. Aliás, o Capitão Gancho é exatamente isso, é a imagem que o Peter Pan tem do mundo adulto e por isso mesmo que ele tanto o rejeita.
O problema é que com isso ele combate tudo aquilo que poderia ser, mesmo suas potências positivas, suas melhores versões de si mesmo.
A cena final desse episódio tem, portanto, um grande valor simbólico. É uma cena bem interessante e até bem-humorada. Gosto dela, assim como gosto desse episódio.
Ele não foi nada grandioso, mas creio que acertou naquilo que tentou fazer. Eu diria até que ser só uma referência, um episódio divertido e com uma mensagem importante na verdade não tem nada de “só”. Já é algo para ser destacado, sem dúvidas. Mas não parou ´por aqui, teve mais.
Uma das coisas que sempre destaco nesse anime é a sua capacidade de inovar em quase todo episódio. Ainda que a maioria deles sejam apenas medianos e de forma alguma especialmente memoráveis, é fato que ao menos alguma coisinha de especial foi apresentada em cada um deles.
Aqui eu teria que destacar a evolução de diversos digimons aleatórios e desconexos com o grupo principal.
É raro ver digimons assim evoluírem, ainda mais quando aparentemente o grande motivo para essa evolução foi uma espécie de conexão dos digimons para com outras crianças. O que já seria algo para ser bastante destacado, porém não acaba por aí.
Além disso, essas evoluções não foram “gratuitas”, na verdade elas tiveram uma grande importância temática. O anime entrelaçou o conceito de evolução com a ideia de crescimento, fazendo assim várias cenas que conseguiram ser significativas para o episódio.
Então sim, foi um bom episódio. Até mais.