É fácil fugir de qualquer lugar quando se tem dois infiltrados, né, mas fico me perguntando por que não colocaram a candidata sob custódia em um lugar menos vulnerável? Além disso, como ela fugiu por baixo e pela frente. Não ficou ninguém vigiando ou ela usou mais flechas?

Não sei, só sei que o plano nem me pareceu exatamente ruim, só acho que deveria ter sido mais difícil mesmo com os infiltrados ou que eles deveriam ter provido um suporte melhor. Na verdade, isso vale para o anime como um todo, que não está ruim, mas também não está bom.

Tem um detalhe que me incomoda mais que a fuga e é o apartamento não estar grampeado ou eles ainda não terem sido pegos de alguma forma. Inclusive, não seria mais plausível se o governo intervisse com descrição? Essa ação unilateral de dois agentes é meio difícil de engolir.

Mas engolindo esse sapo, temos outro. Não acho que o anime peque por mostrar que as massas clamam pelo Red (o homem) como deus, mas sério que ninguém sequer fala na Yellow (a mulher)? Sim, não é estranho esse desprezo, o histórico do anime é patético nesse sentido.

Tem a nova candidata que apareceu nesse arco mesmo, ela é uma inútil. Além da Saki, que outra personagem feminina teve alguma relevância na trama? Aliás, mesmo a Saki foi muito maltratada, ao ponto em que fica muito difícil ver justificativas além do óbvio machismo estrutural.

Até por isso, repito, o anime melhorou, ele já foi bem pior que isso, mas ainda conserva muitos problemas, chafurdando em uma mediocridade que só não é pior por ter trazido um antagonista com algum “potencial”. Mas ele vai ser maltratado pelo roteiro e a gente sabe disso hahaha.

Enfim, falando agora da reunião de cúpula, as revelações do Ogaro claramente induziram os outros a escolherem seu candidato, o tipo de movimento que corrobora com uma das poucas ótimas ideias do anime, que é os anjos terem interesses próprios na disputa.

Enquanto uns querem curtir, outros realmente fazem de tudo a fim de favorecer seu candidato, demonstrando uma “humanidade” que anda lado a lado com o conceito de um deus humano. Sim, na história de Platinum End deus é um humano, e um suicida em potencial.

Gosto disso, desgosto é das escolhas narrativas para explorar isso, e pior, da quase nula construção de personagens interessantes (mesmo levando em conta que são humanos normais e suicidas em potencial) e mais que isso, de situações interessantes e minimamente coerentes.

Nisso temos o protótipo de L, que “roubou” a candidatura do Red e se tornou o primeiro na linha para a sucessão, falta só o sexto concordar com isso. Uma pessoa que concordou foi a Saki e não teria como ser diferente, afinal, se o Mirai virasse deus como os dois ficariam juntos?

É claro que depois das revelações do Ogaro pode acontecer de tudo, até levando em consideração que deus faz o que quiser e livre arbítrio é só uma piada, pois se existisse mesmo, os candidatos teriam a opção de “sair” da disputa. Se fosse comigo eu sairia depois de enriquecer.

Voltando ao L 2.0, a verdade é que não importa as propostas de campanha dele ou as dos outros, é tudo parcial, baseado no ponto de vista individual, não tem como eu dizer que o que ele deseja está completamente errado, nem que está completamente certo. Aliás, isso importa?

Deus é humano, só não vai ser brasileiro, talvez já seja, não sei. O importante é que as revelações do Ogaro poderiam provocar uma mudança de paradigma maior se ele tivesse as feito todas, mas é normal guardar segredinhos para o fim, ainda mais envolvendo a vida dos candidatos.

Isso tende a ser usado lá na frente a fim de promover o desfecho desejado pela equipe criativa, que imagino ser o mesmo do mangá, o qual vi receber muitas críticas, mas não faço a mínima questão de conhecer de antemão, pois acredito que se não ruim, também não será grande coisa.

Apesar disso, não acho ruim a ideia do último candidato a se revelar ser um cientista ganhador do Prêmio Nobel. Só espero que, no mínimo, ele seja mais inteligente que os outros antagonistas que se apresentaram na trama atá aqui, o que não vai ser muito difícil, nada, nada mesmo.

Minha impressão dele é de que seu tédio e aparente inteligência são o que o tornam tão perigoso, mas que o elemento externo (a interferência de outros países e órgãos governamentais) é o que vai provocar o ruído na comunicação entre os polos que os transformará em opostos de fato.

Tem o detalhe do anjo bizarro dele ser o da destruição, e a gente já viu como os anjos agem deliberadamente em prol de seus desejos mesmo com certas limitações, então esse deve ser mais um fator a alimentar o conflito, só nos resta saber em que pé isso vai se desenvolver.

Por fim, quando falava dos candidatos serem normais, me referia mais a designs chamativos ou personalidades muito excêntricas, não exatamente a posição social deles. O Yoneda é um cientista “louco” e um dos poucos que não descartaria em uma “reformulação de elenco”.

Mas o que temos para hoje são seis candidatos separados em dois grupos, interferências externas que certamente terão peso no diálogo entre as partes e uma eleição mais flexível do que aparentava ser, mas também mais perigosa. Para onde esse último peão nos levará?

Até a próxima!

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