Sono Bisque Doll wa Koi wo Suru – ep 6 – Temos uma desafiante?
A Marin tá tão na do Gojo que é doloroso esperar para ver os dois ficando juntos, o que não deve rolar nessa temporada, até porque o anime certamente terá uma segunda e, ainda mais determinante que isso, as “desafiantes”, comuns em um romcom, começaram a aparecer.
A primeira é a Juju, a cosplayer fofa que a Marin admira e que aparece na abertura. Apesar de uma cena um tanto questionável, foi hilário vê-la interagindo com o Gojo e a Marin, quebrando preconceitos e pisando em territórios ainda mais longínquos no vasto universo do cosplay.
Antes de mais nada, a reação do avô a presença feminina de uma estranha em sua casa não poderia ter sido muito diferente. O Gojo já está na idade de namorar e transar, então é compreensível que ele se preocupe e que o garoto queira desfazer qualquer mal-entendido possível.
Depois a Marin se pega pensando nas palavras do amigo e no que a relação deles pode se tornar se ela der vazão aos sentimentos que estão a “possuindo” cada vez mais, e nisso é muito fofo ver a Marin notando mais o Gojo, um pouco como ele fazia com ela nos primeiros episódios.
E isso já com uma relação de amizade estabelecida, mas, principalmente, em vertiginoso crescimento, afinal, comer na casa de um amigo pelo qual você está apaixonado e ir para lá logo após o trabalho de meio-período são sinais de uma intimidade crescente.
Sendo assim, a tendência é que com o tempo os dois só fiquem mais à vontade um com o outro e a confissão possa surgir naturalmente, de qual lado partir primeiro. É claro que isso é o mundo ideal, não seria evitar isso um pouco a fim de sugar o máximo do sucesso da obra.
Isso tanto no mangá, quanto no anime. Em todo caso, o importante é que a progressão da trama segue muito boa e consistente, trabalhando bem a forma como um vê o outro, primeiro com o Gojo notando o quão atraente a Marin é, depois com ela o vendo de outra forma.
Deixando reações fofas que não aconteciam antes de lado, a chegada da Juju a trama se dá com um mal-entendido compreensível do avô do Gojo se a gente levar em consideração que a garota veio se abrigar na frente da loja dele. O velho viu uma garota e se “empolgou”.
Mas não digo isso no mau sentido, ele se empolgou ao achar que o neto teria não uma, mas duas amigas. Deixar ela entrar, tomar banho e se secar foi gentil da parte dele, enquanto o neto pensou mais precavidamente e não agiu mal não ao entrar no banheiro.
Porque “tomodachi” não tem gênero e, diferente do avô, ele pensou que seria um garoto, pois seria muita surpresa duas amigas aparecendo na casa dele na mesma semana. A construção da situação é compreensível e, honestamente, o resultado do mal-entendido também.
Sono Bisque Doll não é o primeiro e não vai ser o último romcom a usar a cena da garota caindo pelada no banheiro, a diferença para outros animes do tipo é que esse e melhor ao mesmo em que sabe pesar a mão no ecchi (relativamente falando) sem cair na “vulgaridade”.
Sim, é clichê demais esse primeiro encontro da Juju com o Gojo, mas não, isso não significa necessariamente que o anime vai piorar a partir de agora ou que a cena não foi bem feita. Digo, o pós-cena para disfarçar a mensagem foi muito fetichista, mas a gente sabe que o anime é assim.
Reclamar dele “dobrar a aposta” agora é de uma inocência cavalar, pois tanto isso é algo que já foi testado (no quesito recepção do público) no mangá, quanto é algo que faz sentido em se tratando de “soltar” mais a trama ante aquele que é um de seus objetivos: excitar; sim, excitar.
Não que eu tenha ficado excitado, na verdade eu ri, com os acontecimentos desse episódio, mas tenho certeza que esses mesmos momentos dialogaram com o apelo claro fetichista que a obra vem tendo. Por exemplo, a cena da Juju de calcinha com a câmera por trás foi muito isso.
Não acho que isso vai ser tanto um problema, ao menos não se não abusarem, pois ainda que eu compreenda uma certa “resistência” do Gojo a essa sensualidade toda da Marin, e por ventura de outras garotas, ainda é mais interessante ver do ponto de vista dele.
Muitos flashes de calcinha gratuitos e coisa mais “forte” meio que banalizaria um elemento que mesmo tão controverso consegue ser muito bem explorado na trama. Até porque, convenhamos, em se tratando de cosplayers fofas, oportunidade para ecchi não vai faltar, não é mesmo?
Ainda mais agora que após mais um mal-entendido (foi fofo ver a Juju conhecendo as bonecas hina de perto, vai mentir?) o Gojo praticamente foi coagido a colaborar naquilo que a gente sabe muito bem que vai ser um cosplay em parceria. A Juju foi só tsundere ao responder a Marin.
Situação essa que foi outro ponto alto do episódio, e talvez o mais interessante se pensarmos na interação com a nova personagem e o quanto ela agregou ao nosso entendimento sobre vários dos meandros que compõem o ato do cosplay. Não é só pôr uma fantasia e pronto.
Só um detalhe antes de me aprofundar na questão, a Juju assusta um pouco ao se mostrar uma fina stalker e uma tsundere em potencial, mas de que outra forma ela “chegaria chegando” na trama? Deixar claro o quão longe ela é capaz de ir por cosplay caiu muito bem para mim.
A própria Marin também é maluquinha em muitos aspectos, então nem adianta reclamar, as próximas heroínas que aparecerem certamente terão seus parafusos a menos. Enquanto isso, o Gojo é o cara mais simples do mundo e talvez esse seja um de seus maiores charmes.
Quanto aos cosplays que elas farão, me pareceu bem clara a paródia de Precure, ainda mais levando em consideração os públicos-alvos atingidos, garotinhas do primário e marmanjos fetichistas. Com Precure é o mesmo, não que eu veja por fetiche, garanto que não.
Mas voltando ao cosplay em si, naturalmente a Marin vai quebrando os preconceitos da Juju sobre o compromisso e o conhecimento da heroína referente não só as obras, como também ao ato de fazer cosplay, no que foi uma das construções mais bacanas desse episódio.
Se pensarmos que a Juju é mais experiente e é capaz até de cometer crimes por um cosplay, não é estranho que ela julgue outros cosplayers sem conhece, apenas pela impressão que passam, e a Marin, com seu sorriso fácil e leveza, realmente passa uma sensação de “noob”.
Mas ela não é, só que só sabia disso que conhecia a personagem como a gente, não como a Juju, então romper essa primeira barreira do preconceito deve facilitar muito uma amizade entre as duas, em uma relação na qual uma pode sim aprender coisas com a outra.
Por fim, adorei ver que o overreact todo da Marin se dá não só com o cosplay, mas também quando se trata do Gojo. É extremamente fofo vê-la tão apaixonada e empolgada com aquilo que gosta, cosplay e seu cosmaker, do qual ela não vai abrir mão para nenhuma “desafiante”.
Até a próxima!