As informações que a Mio 2.0 deu nesse episódio contribuíram na mudança (gradual) de como vejo a “flexibilidade” dos poderes das sombras. Não que não possam mais ser usadas como recurso de roteiro, mas cada vez mais o que as cerca está tendo um “porque” decente.

Além disso, o episódio trabalhou bem com a parte sentimental que cabia aos protagonistas, mas também aos coadjuvantes. Não querendo passar pano para o pai, mas entendo suas atitudes, ainda mais se pensarmos nas sombras como “extensões” do original.

Mas antes de me aprofundar na questão eu pergunto, você também curtiu o contraste que a Mio 2.0 trouxe ao anime? Ao mesmo tempo em que ela é a Mio, com seus sentimentos e experiências, ela trata as coisas de uma maneira mais objetiva e favorável a original.

Para quem queria matar a original e se tornar única ela mudou bastante, para a gente ver a extensão dos poderes da Ushio. Mas claro, o que ela pergunta ao Shinpei e o que deixa no ar sobre sua originária cai apenas na conta dela, que também ama o protagonista.

Sabe o que me pareceu? Que ela quer juntar o Shinpei com a Mio, para que ao menos a original consiga viver esse amor, afinal, ela vai desaparecer no máximo em seis dias e se sua primária sobreviver é sinal de que as sombras terão sido extintas, incluindo a Ushio.

Por que a Mio não chama o Shinpei de “onii-chan”? Porque não quer ser reconhecida apenas como uma “imouto”. Por que a sombra perguntou sobre a namorada? Para sanar uma curiosidade da original. Por que ela acha que só o Shinpei pode proteger a Mio?

Porque ele é o protagonista, obviamente. Se soubesse de mais coisas ela teria dito, então restou a essa nova personagem (que já existe na trama, só não nessa versão) agitar as coisas tocando nesse território sensível e trabalhando em favor dos heróis.

O que foi muito bem feito por meio da cópia que ela fez da Tokiko. Não é explicado porque a Tokiko ficou para trás, mas eu deduzo duas coisas. Primeiro, ela poderia proteger a Mio com as sombras sob seu controle. Segundo, o pai só falaria com ela lá e ela sabia disso.

Mas como estar em dois lugares ao mesmo tempo? Fazendo uma cópia, a qual evitou o que temi por um breve momento, um novo loop (que, ao menos segundo a teoria do Shinpei, seria fatal). E por que a Haine não aproveita o momento para atacar mesmo?

Porque está fraca demais, ainda se recuperando de seus ferimentos. Ela não é como a Ushio que estava fraquinha há uns episódios atrás e agora parece mais forte do que nunca. Aliás, a Ushio não parece muito um Stand quando sai do relógio e retoma a forma humana?

Brincadeiras a parte, se o anime fosse produzido como um Jojo jamais teria suas “questões” com animação como esse tem, as quais até entendo visto a resposta dada anteriormente. Ainda assim, os enquadramentos desajustados para disfarçar são dignos de nota.

Estragaram a experiência de assistir a esse episódio? De forma alguma. O mais importante dessa vez era a parte emocional e, apesar de eu ter achado um pouco rápida demais a choradeira em família no final, não nego o peso dramático das decisões tomadas.

Por que a Mio 2.0 não quer saber o que se esconde no coração do Shinpei? Para não ter certeza do que já sabe, que ele ama a irmã. Por que entendo o doutor ter atirado na própria filha? Porque ele não queria reviver a esposa coisa alguma, mas….

Sua verdadeira intenção era garantir tickets em família para a cidade natal da vilã. Ainda assim, ainda que ele sinta que original e sombra são o mesmo, foi bem pesado vê-lo atirando sem hesitar na própria filha, mas não dava para esperar menos convicção, né?

E aí retorna aquela pergunta que talvez seja a mais perturbadora (além de indecifrável) dessa trama, o que nós somos é apenas informação, fazendo com que as sombras sejam o mesmo que o original? Quem souber a resposta me conta ai, faz favor.

Por fim, o maduro Shinpei não cai na armadilha da Negoro, a Ushio demonstra maturidade (nem que seja da boca para fora) ao aceitar um fim próximo e a ideia de não matar a Haine (que não acho ruim a depender de como isso for trabalhado) foi levantada.

Não sei se será o suficiente para poupar a vida da deusa humana (desejar voltar para casa a todo custo é algo bem “humano”, né), mas indo de baixo para cima (entendendo a origem do Shide, que se confunde com a da própria comunidade) eles devem descobrir.

Fica a certeza de que o “survival” que o anime se tornou está ótimo e que, pensando alto agora, talvez não houvesse outra forma de prosseguir com a trama e que isso não é nenhum problema, pelo menos não se os pais do Shipei não tiverem morrido em vão no final.

Até a próxima!

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