Kuroko no Basket 3 – Ep 9 – Respeita o senpai, moço!
[sc:review nota=4]
Esse episódio foi um bocado interessante, por diversos motivos. O próprio jogo ficou em segundo plano em diversos momentos, dando prioridade aos sentimentos dos jogadores. O coração do Kise, o orgulho do Kasamatsu, o choque de Kuroko, a determinação de Teppei. E, no meio de todo este caos, apenas uma dúvida me incomoda há tempos: alguém arranja banquinhos pro Tatsuya e pro Murasakibara?
A rivalidade existente entre Kagami e Kise não é de hoje. Aliás, a rivalidade entre o Kagami e todos os membros da Geração dos Milagres, mas isto não vem ao caso. Tudo indicava que os dois dominariam a partida sozinhos, mas há um pequeno problema: a lesão do loiro não pode ser ignorada por mais ninguém. Seu técnico e colegas já haviam percebido que o pé o incomodava, mas quando até mesmo os espectadores notam que seus saltos estão mais baixos, é hora de sair de time baby. É claro que ele não aceita a ordem calmamente, e reclama, protesta, faz birra. Não adianta. Obedece o seu capitão, garoto, você pode até ser um talento nato mas ainda é um primeiro anista.
Kasamatsu usa palavras duras para convencer o garoto, deixando-o frustrado em saber que está com o desempenho comprometido por causa da lesão. Moriyama acha que o capitão foi duro demais, mas ele retruca, argumentando que se fosse algo realmente sério ele sequer teria recebido permissão para entrar em quadra. Kise apenas precisa reconhecer os próprios limites, e saber que o time não depende completamente dele.
O jogo continua, com a Kaijo perdendo terreno por causa dos Phantom Shot do Kuroko, os arremessos supremos que apenas o Kise conseguiu bloquear. Kasamatsu fica irritado, mas percebe um pequeno detalhe que muda completamente o ritmo da partida. Enquanto Riko planeja a hora certa de tirar Kuroko da partida, o moreno resolve marcá-lo e, quando este arremessa, se posiciona mais longe do que o usual em um bloqueio de arremesso, revelando para todo mundo a natureza do Phantom Shot. Não se trata de um arremesso alto e impossível de bloquear, mas apenas de uma boa distração (como todas as jogadas do Kuroko, convenhamos), em que ele arremessa velozmente a bola da altura do peito ao mesmo tempo em que Kagami surge na sua lateral, roubando a atenção do adversário ao mesmo tempo em que dá a impressão que a trajetória é muito mais alta do que realmente ocorre. Um bom truque, mas que foi por terra. E, quando Kuroko finalmente é tirado do jogo, ao invés de poupá-lo a impressão que se tem é de que ele foi derrotado e se retirou. Golpe duplo, para o bem da Kaijo e o azar do Seirin.
Kuroko está abatido, mas conta com Kagami para tomar a dianteira. Fominha como sempre, ele insiste em fazer tudo sozinho, tática que dá certo e finalmente gera o empate entre os times, justamente ao fim do segundo quarto. Durante o intervalo Kise volta a contestar o fato de estar no banco, mas é lá que ele permanecerá até os dois minutos finais, e nem adianta reclamar. O fato é que a ausência dele tem o seu peso, e agora os adversários dominam o placar por três pontos a frente. Seria o momento certo para que qualquer um comentasse que, sim, o time não seria capaz de vencer sem o seu trunfo, mas precisamos lembrar de algumas coisas: a Kaijo não é um time iniciante. Ela já tem história, chão, vitórias. Já existe um orgulho que domina a escola, orgulho este que foi colocado à força dentro de Kise quando ele entrou no time e se descobriu não mais uma estrela, mas sim um mero novato. E a Kaijo não desistirá tão facilmente assim do jogo. Kasamatsu e os demais provam isto muito bem, roubando a bola do rival e aproveitando os rebotes para pontuar. A Seirin não fica atrás, com os saltos do Teppei e o Olho de Águia do Izumi fazendo a sua parte.
E foram estes momentos finais os melhores do episódio e do jogo até agora, justamente por serem momentos em que os novatos famosos estão no banco, assistindo, apenas torcendo pela vitória de seus senpais. Os jogadores mais velhos não podem depender dos mais novos para sempre, e precisam mostrar o seu valor em quadra. Afinal, ao menos no Japão, o respeito pode surgir simplesmente pela ocasionalidade da hierarquia, mas ele se mantém através da determinação e do exemplo que os mais velhos passam aos mais jovens. Como o próprio Kasamatsu disse, eles não são mais importantes por terem nascido antes, mas por estarem lá, de pé, há mais tempo. É esta a verdadeira essência de um veterano.