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Confesso que depois do anúncio sombrio no episódio anterior eu esperava que esse arco dos estudantes-assassinos transferidos fosse fugir um pouco à regra de Assassination Classroom e se parecesse menos com um anime escolar. Não sei porque eu não me mantive com minhas próprias análises anteriores. Quando a “aluna” surgiu, era apenas uma máquina com inteligência artificial! Uma máquina assassina, claro, um sistema de artilharia fixa autônoma (o tipo de coisa que você encontra em jogos de tower defense, LOL). Mas ela é, para todos os efeitos, uma “aluna” nessa escola, e portanto a regra que impede o professor Koro de machucá-la se aplica. Como ele vai resolver esse problema?

E é um problema mesmo. A arma de guerra o ataca em vagas durante todo o período de aulas, usando seu sistema de inteligência artificial para reajustar seus parâmetros e aumentar as chances de atingir o polvo. Segundo cálculos da própria máquina, ela tem 90% de chance de conseguir matá-lo até a formatura. E por causa da regra que o impede de machucar os alunos não há nada que o professor possa fazer além de se defender. Ainda, como ela é uma máquina, ela não tem pudores em atacá-lo durante toda a aula, mesmo que o professor diga a ela que não pode tentar matá-lo durante a aula e que os demais alunos comecem a hostilizá-la. Essa situação extremamente desconfortável (e desesperadora para o professor) é exatamente o que provoca a mudança.

Porque, veja bem, ela é uma arma sim, mas ela é também uma aluna! E uma aluna transferida ainda por cima. Os demais alunos ficaram ansiosos para conhecê-la, e se frustraram com seu comportamento individualista, que desconsidera o que pensam e sentem todos eles. Não é porque ela é uma máquina que os alunos da 3-E, acostumados a todo tipo de maus-tratos e educados pelo professor Koro a terem orgulho próprio e não abaixar a cabeça para ninguém em nenhuma situação, vão se intimidar. Muitos a criticam logo no primeiro dia, alguns abertamente, e no segundo dia a amarram toda para que não possa continuar atrapalhando as aulas! Apesar de inteligente, ela não entende o porquê disso. Ela precisa da ajuda de um profissional, um professor, e ninguém melhor que o polvo amarelo da 3-E para o serviço.

O professor Koro a explica basicamente isso que eu acabei de dizer, que os outros alunos estão incomodados com ela porque acabou de chegar e está agindo como quem não se importa com seus colegas. Bom, ela não se importa mesmo já que é uma máquina, ainda que inteligente, então o que fazer? Como bom professor, Koro tem resposta para isso também! Ele não pode machucá-la, mas ele pode melhorá-la, porque esse afinal é o trabalho de um professor, esticando um pouco o conceito, não é? Então ele adiciona diversos programas e faz várias melhorias de hardware para que ela interaja melhor com seus companheiros de sala. E funciona! Ela imediatamente se torna popular com seu novo comportamento mais amigável e que agora leva seus companheiros de classe em consideração. Ela até ganha um apelido (Ritsu), já que seu “nome” Artilharia Fixa de Inteligência Autônoma é um pouco complicado e sem graça. Claro que alguns ainda a criticam, mas se é difícil ser uma unanimidade em uma sala de aula normal, que dirá em uma sala de aula como a 3-E.

Mas um aluno problemático pode sê-lo por várias razões, e em muitos casos, por causa dos pais. Ritsu não tem pais, mas tem criadores que funcionam como pais nesse caso. E eles querem que a “filha” seja o que eles querem que seja, não o que ela gostaria de ser. É divertido ver o anime usando uma arma com inteligência artificial para lidar com a questão dos pais super controladores. Eles inspecionam as modificações feitas pelo professor Koro e retiram tudo o que consideram desnecessário para o assassinato. Mais ou menos como pais que dizem que os filhos “não precisam” praticar um esporte, estudar um idioma, fazer alguma arte, sei lá o que mais, e ao invés disso apenas estudar. E também aqueles que ficam escolhendo de quem os filhos podem ou não podem ser amigos (no caso, a Ritsu não poderia ser amiga de ninguém).

Felizmente o professor Koro já havia a ensinado o que é realmente importante e ela tem sua própria individualidade, então foi capaz de se opôr silenciosamente a seus “pais”. Se não dava para evitar alterações de hardware, ela pelo menos conseguiu ocultar os programas que aprendeu serem importantes em uma memória escondida (como aquele filho ou filha que guarda coisas em cantos escondidos do quarto, ou que sai com muda de roupa dentro da mochila quando vai para a escola para ir passear com os amigos depois sem que os pais saibam) e restaurou sozinha depois. Agora ela mantém a aparência que seus “pais” a obrigam, mas é quem ela quer ser no convívio com seus colegas de escola. Já disse e repito: é divertido pra caramba ver esse tipo de crítica em Assassination Classroom, ainda mais feita dessa forma. Haveria outro “aluno” transferido, estou curioso para conhecê-lo agora. Será que já aparecerá no próximo episódio?

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