Como seria para Mob, um garoto que se sente desajustado socialmente e que imagina que a causa desse desajuste seja seu proeminente poderio psíquico, viver sua vida sem os poderes e dependendo exclusivamente de seu desempenho como ser humano comum?

É evidente que Mob preza por um convívio social saudável aos seus poderes psíquicos e imaginava que se não os tivesse, assim como evita usá-los em seu dia a dia, sua vida social seria harmoniosa e completa. Mogami, através de uma ilusão em que aprisiona Mob por cerca de seis longos meses, prova que esse raciocínio estava errado. Não ter poderes não ajudou em nada no crescimento pessoal, de acordo com a visão de mundo que possuía, de Mob e acabou por jogá-lo na base da cadeia alimentar social em que vive em sua vida de adolescente.

Foi cruel e humilhante a forma como Mogami mostrou a realidade para Mob, seja através das transgressões sofridas pelos opressores em seu colégio, e isso inclui a própria Assagiri, seja pelo seu irmão que, em outra realidade o admirava e almejava ser como o mesmo, agora o despreza e se mostra promissor tanto socialmente quanto academicamente. Sofrer bullying, agressões verbais e físicas durante estes seis meses fizeram Mob enxergar o mundo como Mogami enxerga, afinal esse era o plano. O último ato de Assagiri dentro da ilusão foi a ponta do iceberg para que a revolta psicológica de Mob ocorresse e fosse liberado o lado insensível e egoísta do mesmo. Agindo em benefício próprio através de suas habilidades psíquicas, Mob reage brutalmente aos seus agressores, exibindo o seu lado hediondo originado da revolta.

Em um momento de clímax emocional, Covinhas surge e quebra o transe em que Mob se encontrava. Foi uma atitude corajosa, mas dependeu muito de um empurrão de responsabilidade e confiança que Reigen exibia. Percebi que Reigen, além é claro do poder psíquico, confia muito no senso crítico de Mob e sabe que ele é uma boa pessoa. Independente das intenções, a princípio maléficas de Covinhas, ele aprende que deve retribuir a confiança que Mob lhe deposita.

A partir desse momento se inicia uma das situações de maior atividade paranormal por parte de Mob e uma das melhores cenas de combate já exibidas em todo anime. Devo primeiramente parabenizar o estúdio por esse show de animação e trilha sonora, ficou incrível.

Por um momento Mogami derrota Mob, mas daí ele lembra para o que veio e o que tem feito todo esse tempo: salvar as pessoas. Sejam humanos ou espíritos, essa é sua missão, aquela esquecida e negligenciada por Mogami, simplesmente por ter tomado caminhos incorretos.

Achei muito interessante o fato de Mob atingir seus 100% e não perder a consciência. Não sei se aprendeu a dominar a situação ou se foi um caso específico. Todavia, atingir um nível incomensurável de poder (representado pelos espantosos ???%), e ainda deste modo manter a sanidade, esse sim foi um fato muito curioso e não creio que veremos novamente tão cedo, ou talvez vejamos, essa temporada está me surpreendendo muito.

A complexidade e o tamanho do poder demonstrado em seu ápice foi algo que surpreendeu até Mogami, isso ao ponto de perguntar quem seria aquele garoto, afinal era completamente diferente do que inicialmente o desafiou.

E assim, em uma luta tão emocionante, comparável a Saitama lutando contra o Rei do Submundo (em seus sonhos), Mob salva o dia, derrotando Mogami e a gigantesca massa de espíritos malignos que o mesmo havia absorvido ao longo de anos e anos exercendo sua profissão de paranormal.

Mais um momento de comoção que foi adicionado, Assagiri pedindo perdão a Mob. Conseguimos ver que, apesar de ter exibido uma personalidade impassível e abusiva perante sua classe social, Assagiri pôde mudar e ver que tudo o que fez com o Mob durante a ilusão foram coisas horríveis. Fico feliz de saber que Mob não foi o único a aprender alguma coisa importante.

Ao fim desse episódio, pudemos presenciar coisas importantes como, a Organização Religiosa do Capacete Psíquico receber uma doação que alavancará seus objetivos e um pai reencontrando uma filha. As coisas vão ser diferentes a partir de agora, consigo sentir.