[sc:review nota=3]

Esse foi o primeiro episódio do anime que não foi auto-contido. Era natural que isso uma hora acontecesse, mas eu não esperava que fosse assim. Não parece que a história começou a andar, na verdade ainda estão contando o passado. Dessa vez, e pela primeira vez, não houve história do presente, mas houve alternância louca de linhas de tempo sim, entre o passado e o mais passado ainda. É a história do Jirou, o protagonista, e deve acabar revelando além de seu passado informações sobre sua personalidade que o fariam, nos anos obscuros da história, abandonar o Escritório de Super-Humanos. Reparei algumas coisas notáveis nele nesse episódio, mas não dá para concluir muito ainda antes do próximo, e quase pensei em deixar para escrever o artigo só quando ele saísse, mas quando me vi com o dilema “e se houver ainda um terceiro?” percebi que era melhor escrever logo, ou nunca escreveria, hehe.

O Jirou é filho adotivo do professor Hitoyoshi Magotake. Existe uma história complicada que envolve o Jirou, o Hitoyoshi e a Emi (que é um youkai raposa), mas além disso não consegui entender muito bem. Veja só, uma ilha no Pacífico era habitada por criaturas sobrenaturais e gigantes, e lá Hitoyoshi conhecia uma mulher-sapo (?) chamada Maria (??). Que não sabia falar muito bem, então vou assumir que foi o professor que deu esse nome a ela por qualquer razão (talvez seu nome em seu idioma não seja pronunciável por seres humanos, ou talvez seu povo não use nomes próprios mesmo). Por alguma razão Maria achava uma boa ideia beijar o professor na boca em situações de perigo. Ou talvez ela apenas não soubesse do perigo ainda mas o professor já sabia, razão pela qual a rejeitou. Um monstro meio macaco meio elfo gigante era o perigo. Anos depois um monstro gigante invisível atacou Tóquio, e desapareceu indo em direção a uma ponte onde coincidentemente Jirou estava desmaiado no chão, levado até lá por Emi. Emi e Maria podem ser a mesma pessoa? Bom, “Emi” pode ser só a pronúncia da primeira letra de “Maria”. Ainda assim, a forma humana escolhida por Maria foi a de uma mulher morena de olhos azuis, muito diferente da oriental de cabelos e olhos rosados da Emi (que quando aparece na ponte pela primeira vez tinha uma forma diferente, embora já com olhos e cabelos rosados). E Maria se torna uma mulher-sapo (ou algo assim), enquanto Emi é claramente uma kitsune. Kitsunes podem mudar de forma, mas por que diabos ela assumiria a forma de um humanóide verde reptiliano? A forma atual dela, aliás, foi copiada de ilustrações que ela encontrou na ponte. Foram levadas pelo Jirou? Ele estava nu! Dado o estilo artístico do anime também não posso descartar a hipótese de que sejam fotos, e não ilustrações. Não que eu saiba dizer a essa altura se isso faz alguma diferença.

Se a origem do Jirou é um mistério, o que ele se tornou depois não é muito menos misterioso. Quando encontrado na ponte ele possuía marcas por todo o corpo, não sei se são de nascença ou alguma cicatriz ou o quê. Mas ele certamente não possuía os limitadores que mais tarde ele passaria a ter, conforme visto no final do episódio. Aparentemente algo poderoso está selado em seu corpo. Ele, contudo, afirmou em episódio anterior ser humano. Então aquela mulher das ilustrações/fotos, provavelmente uma criatura mística, não poderia ser sua mãe, certo? Além disso ela parecia estar beijando uma criatura verde decididamente não humana em uma das imagens, e noutra carregava em seus braços um bebê que, embora possuísse mão humana, eu não consegui ter certeza sobre a cabeça – pareceu-me um reptiliano como Maria. A mulher de cabelos rosados das imagens era Maria, que quando apareceu possuía cabelos loiros? Droga, já fiquei tempo demais falando dessas imagens, não consigo tirá-las da cabeça. Enfim, o que é que está selado no braço de Jirou? Será aquele monstro que atacou Tóquio quando ele foi levado para lá? Ele andou na direção de Jirou afinal. Talvez Jirou e esse monstro estejam habitando o mesmo corpo desde antes de irem para o Japão e ele perdeu o controle quando Emi o levou para lá, e aí o monstro causou toda aquela destruição? E os limitadores foram instalados depois? De todo modo, Emi conhece o Jirou desde que era criança, é praticamente a mãe dele (parece ter adotado uma postura materna mesmo), então o ciúme que a Kikkou sente dela subitamente passou a parecer um pouco engraçado.

Jirou na ponte

Jirou na ponte

Mas nem origem, nem natureza do Jirou são tão interessantes quanto sua personalidade e motivação. Já no Escritório de Super-Humanos, ele é retratado inicialmente como alguém com o mesmo entusiasmo e a mesma visão em preto e branco do Fuurouta. Para ele, monstros são o mal, e super-humanos que os combatem são o bem, e ponto final. Para ele, contudo, talvez isso tenha mais a ver com trauma pessoal (a luta contra o monstro que habita seu corpo) do que com idealização infantil, como é o caso do Fuurouta. Nos episódios anteriores vê-se como essa postura era equivocada, e o próprio Jirou está bastante mudado. Na verdade, ele já parecia um pouco mudado antes. Lembra como no episódio da nuvem negra ele se ofereceu para tentar negociar antes de simplesmente atacar? Teria ele já mudado de opinião aí? O problema é que a ordem dos acontecimentos não ajuda. Já com o Fuurouta no Escritório, portanto depois daquele evento, é mostrado nesse episódio como ele ainda tinha problemas com monstros ao rejeitar o gagon. Talvez o problema dele seja específico com monstros gigantes, não com quaisquer criaturas sobrenaturais que ataquem a cidade? Bom, espero entender melhor no próximo episódio.

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