Yuuki Yuuna – Sacrificando-se pelo mundo, sacrificando-se pela amizade
Série para TV, 25 min12 episódiosEstreou dia 16 de outubro de 2014
Informações técnicas
Enredo | Original |
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Estúdio | Studio Gokumi |
Diretor | Seiji Kishi |
Roteirista | Makoto Uezu |
Quatro adolescentes normais levando suas vidas escolares normais quando de repente se descobrem a última defesa da humanidade contra os vertexes (o português correto para isso seria vértices, mas não quero, não vou usar). Não só da humanidade, mas do mundo mesmo. Se eles chegarem até onde repousa a divindade protetora do mundo chamada Shinju (que significa Árvore Divina, não vou dar spoilers mas isso é importante, anote) e a matarem, acabou-se tudo, é o fim do mundo, o apocalipse. E mesmo se elas quisessem, não poderiam recusar-se a lutar: não há mais ninguém além delas para fazer esse trabalho.
A história e as personagens lembram Madoka Magica, enquanto o cenário lembra um pouco Evangelion sem robôs gigantes, Nerv e Geofront. Para quem gosta de Madoka Magica ou Evangelion pode ser bom. Para quem gosta muito de Madoka Magica ou Evangelion pode ser ruim. Eu recomendo com ressalvas para todo mundo.
O mundo de Yuuki Yuuna é bem interessante e a história tem duas reviravoltas muito boas. As personagens não são as mais carismáticas do mundo mas elas chamam atenção e algumas delas despertam bastante curiosidade ou empatia. A protagonista em si, a Yuuki Yuuna que empresta seu nome para o título do anime, é a típica voluntariosa “se precisa ser feito, eu vou fazer”, sempre otimista mesmo diante das situações e prospectos mais atrozes, sempre pulando de cara no perigo, mas não é estúpida ou tapada como personagens assim costumam ser, o que é um bônus. A cadeirante Mimori Togo com certeza é objeto de fetiche, me lembro que desde as prévias desse anime isso me incomodou e foi um dos motivos de não querer assisti-lo na época. Impossível não lembrar da cena em Bem-vindo à NHK onde o protagonista recluso e seu melhor amigo criam em um brainstorm muito louco (que está mais para brainfart) a protagonista do jogo que estavam desenvolvendo e adicionaram a ela todas as deficiências imagináveis porque, afinal, são fetiches. Mas não se preocupe que isso é muito bem resolvido no anime e é um ponto muito importante do enredo, então acho que acabou compensando.
O cenário que inicialmente lembra Evangelion (criaturas bizarras vindas de sabe-se lá onde para se encontrar com um ser místico e destruir o mundo) depois tem um desenvolvimento próprio muito interessante também, achei uma das partes mais criativas e com potencial de Yuuki Yuuna. Infelizmente não foi aproveitado em todo o seu potencial.
E isso, provavelmente, pode resumir muita coisa nesse anime: não foi aproveitado em todo o seu potencial. As personagens têm muito menos desenvolvimento do que poderiam. A que realmente mais se desenvolveu é a quinta garota, que apareceu depois (isso é spoiler pequeno, não estraga a história) e era uma tsunderê irritante e anti-social que termina sendo uma tsunderê não tão irritante e capaz de ter amigas e se importar com elas. Se ela ocupasse uma posição diferente no enredo sua história de vida teria mais significado.
As batalhas são divertidas, bonitas e bem coloridas. Bem coloridas mesmo, se você se irrita com coisas excessivamente coloridas talvez não vá gostar. Os vertexes são criaturas surreais mas que não parecem exatamente assustadores, principalmente considerando o poder absurdo que possuem. A escala de poder e o crescimento do poder das garotas ficaram meio mal explicados, mas podem ser entendidos como força de vontade, algo bastante subjetivo, no melhor estilo Madoka Magica (no qual o poder deriva do desejo). As ações das garotas em campo de batalha pela primeira vez são razoavelmente críveis.
Aliás o comportamento das garotas a maior parte do tempo é bastante crível. Suas razões, emoções, preocupações e reações são verossímeis, e cada uma delas possui uma personalidade única e a forma como elas interagem entre si define praticamente tudo o que acontece no anime (também pudera, além das cinco só existe uma outra personagem com nome e importância na história). O maior problema de Yuuki Yuuna foi não ter encontrado o equilíbrio entre uma série de ação com garotas mágicas e o dia à dia de suas protagonistas.
Ao invés de episódios com ação e desenvolvimento, algo que fosse mais fluído, a regra no anime é ter um episódio ou de ação, com as garotas lutando magicamente no mundo mágico, ou um episódio no mundo real com elas lidando com suas vidinhas simples de adolescentes (e com o crescente desespero depois de certo episódio). Eu tenho a impressão que isso foi proposital, mas não ficou bom, essas mudanças de ambiente da forma como foram feitas deixaram a maioria dos episódios sem um bom gancho para o próximo. Você sabe, aquela coisa que te faz querer muito assistir logo o episódio seguinte. Além de ter alguns episódios com atmosfera muito calma para toda a desgraça que a gente sabe que tá rolando. Quero dizer, claro que as garotas não ficaram desesperadas chorando em posição fetal o tempo todo, é compreensível e necessário que pessoas tentem lidar com essas situações e uma das formas de fazer isso é a fuga da realidade, mas episódios inteiros assim acabaram me incomodando um pouco. É um anime razoável sem ser genial ou memorável, e vale a pena para quem gosta dos temas ou simplesmente gosta de assistir garotinhas sofrendo.
alex
Só gostei da ost e das batalhas(otima animação!),mas fora isso é só um anime que tentou ser madoka,mas deu no pé dando um “final feliz” a obra
Fábio "Mexicano" Godoy
A trilha sonora é muito boa mesmo =) O final deixa muito a desejar também, provavelmente porque quiseram deixar aberto para uma continuação, mas àquela altura não acho que só o final seja suficiente para piorar (ou fosse suficiente para melhorar) minha percepção geral do anime.