O episódio já começou com uma notícia muito interessante, a Myne vai ter um irmãozinho! E por causo disso, animada com a notícia, a garota pensa em um presente. E não é surpresa para ninguém que ela só pensa em livros, ler, e principalmente, em ler livros. Então o presente é um livro, mas um livro ilustrado. Isso me deixou bem curioso, mas não foi o foco do episódio. E aliás, vamos a ele.

O foco era a Myne conseguir falar a “mesma língua” dos nobres. E o anime conseguiu aproveitar esse momento para explicar os motivos da Myne ter de fazer tudo aquilo, e que nos apresenta qual será o seu futuro, algo que ela mesma ainda não sabia.

E esse é um detalhe muito importante para compreender a própria sociedade dos nobres, o que deixa ainda mais claro a importância da mana naquele mundo. E torna em certo grau a relação entre os nobres e plebeus distantes, porém mais tênue, já que isso os prendem a esse detalhe para manterem sua posição.

Aqui nos foi apresentado a música daquele mundo, e foi uma parte muito divertida por sinal. O nome do instrumento é “fespiel” e sinceramente eu mal sou capaz de imaginar o que seja, pois se tratando de Idade Média eu sou um completo ignorante.

Gostaria de fazer uma diferença aqui entre uma obra que se inspira em um período histórico, das que se passam em um. Isso é, animes como Arte (que é dessa temporada), se passam durante um período, nesse caso o Renascimento. Por outro lado Honzuki só se inspira na Idade Média, e o interessante disso é que a obra tem liberdade para fazer uso de vários elementos culturais diferentes sem nenhuma limitação histórica e geográfica. Você pode ver no Império Galáctico de LOGH por exemplo, que só pelo nome dos personagens e pelo visual (roupas, arquitetura, etc.) se percebe a influência do Império Alemão e da própria cultura alemã.

Citei esse exemplo por se inspirar na Alemanha, mas tem centenas de bons exemplos sobre diversas outras culturas. Só observando os nomes dos personagens de Honzuki você percebe suas inspirações, e fica claro em exemplos como em “Frühträne”, que dá para ver de primeira que vem do alemão.

E sobre os instrumentos, eles me lembraram os alaúdes, por sinal usados pelos trovadores, mas não arrisco dizer se é um ou não, tanto por não saber nada sobre o período medieval como de instrumentos musicais. Mas parece um. Enfim, foi uma boa oportunidade para falar sobre algumas inspirações de Honzuki e o quão livre a obra é para usar delas e adaptá-las da forma que for conveniente.

Mas vamos falar logo da Rosina. Eu diria que ela foi uma personagem bem sincera, no sentido em que logo de cara nos apresentou qual era a sua qualidade e seu defeito. Ela é boa quando se trata de tocar fespiels, mas não entende, e não entende mesmo, qual é a sua posição. Parece, que em sua mente ela era alguma instrutora particular ou algo do tipo.

E logo de cara já ficou claro isso após ela dar ordens ao Fran de maneira descarada. Porém, logo de início ela não transpareceu nenhum tipo de maldade, não é como se fizesse aquilo para se aproveitar deles. Era mais uma questão de ignorância da parte dela sobre qual era o seu papel, qual era a sua posição.

Não quer um suquinho também?

E a coisa que a Myne melhor conseguiu fazer nesse episódio foi mostrar para a Rosina qual era o seu devido lugar. Isso fará ela respeitar a Myne, e somente assim vai conseguir a amizade dos outros criados, pois agora eles de fato serão iguais.

Foi um acordo, tipo um “assine aqui e ali” e então “claro, se você aceitar fazer isso em troca daquilo” e por aí vai. E o problema da Rosina não era se recusar a trabalhar, mas perceber e aceitar que tem uma nova mestre, e que sua antiga não está mais ali.

E, uma coisa que me encantou bastante na personagem, é o quanto ela se parece com a Myne em certo aspecto. Isto é, ambas são viciadas em uma coisa, e tudo que ´precisam é poder fazer aquela coisa. E além disso ambas as coisas são expressões artísticas, uma musical e outra literária.

O anime deu bastante atenção para a Wilma também, mas como o próximo episódio deve focar nela, não vou comentar nada aqui. Mas fato é um, Honzuki não para. É personagem para cá, história para lá, ele foca em tudo e em todos. Essa segunda temporada explora possibilidades que não tentara até então, e consegue guiar essa narrativa com grande segurança.

Não é de hoje que Honzuki se mostra uma obra de um nível muito maior do que aparenta. Esse foi um episódio calmo e preciso, e assim está sendo essa temporada.

E que assim permaneça. Até mais.

Comentários