Após uma estreia legal com alguns detalhes um pouco negativos (que inclusive foram bem pontuados no artigo de primeiras impressões), Kimisen seguiu com a mesma receita. Sim, eles estão em guerra e sim, eles são inimigos, mas parece que isso é apenas fachada para esse Romeu e Julieta diferenciado que usa tal plano de fundo para ser mais emocionante (ou pelo menos é o deveria ser, aparentemente).

Já de cara eu quero deixar claro que eu gostei da estreia (mas do que o esperado) e como um leitor da versão em mangá, até agora não posso reclamar de nada, nem se quisesse. Os visuais estão bem feitos e mesmo em simples detalhes conseguem encantar. A parte técnica foi competente quando necessário e claro, conseguiram esconder bem as “economias” aqui e ali. Mas enfim, vamos ao que interessa.

Seguindo de onde a estreia parou, Itsuka e Alice se reencontraram numa cidade neutra. Assim como comentado no artigo de primeiras impressões, esse encontro é no mínimo algo curioso. São duas “armas” importantes que na teoria não deveriam se expor tanto e muito menos se encontrar. O fato de estar numa cidade neutra e isso resultar em possíveis problemas no caso de um confronto é interessante e provavelmente vai ajudar e muito no desenrolar da relação dos dois.

De cabeça, consigo lembrar da Suíça que em plena segunda guerra mundial era um país neutro, frente a uma Europa toda destruída. Inicialmente não sabia o motivo, mas achei um artigo bem interessante sobre bem aqui. Enfim, o ponto é que ao meu ver essa cidades neutras vão ser de grande importância na história, assim como sempre são, de uma forma ou de outra.

O fato de ser impensável ter um confronto numa cidade desse tipo abre espaço para especulações sobre as nações neutras citadas pela Alice. Mostra que são uma força a ser temida uma vez que incite um combate armado. Aliás, talvez o problema não seja enfrentá-los diretamente mas sim, estar em duas frente de guerra ao mesmo tempo, afinal, é uma tática extremamente arriscada.

Porém, como é de se imaginar, locais neutros sempre são territórios ótimos para espionagem e obtenção de informações. Se possível, assassinato. E vimos que aqui a tranquilidade de fazer um passeio pela cidade se mostrou grande até demais. Nem mesmo quando a Alice estava perdida em ruelas houve algum tipo de abordagem (que seria um clichê fraco, inclusive).

Mas acredito que o grande problema do episódio nem foram as coincidências repetidas mas sim, esse clima tranquilo e amistoso. A resistência que ambos deveriam ter considerando tudo é inexistente, ao mesmo tempo em que as conversas não avançaram apesar de estarem cientes do objetivo do outro. Então no final das contas nós temos dois jovens iniciando uma paixão e descobrindo coisas em comum, tudo isso esquecendo da situação tensa em que se encontram.

Inclusive a cena em que a obra praticamente bate o martelo nessa falta de “seriedade” é quando ambos se encontram sentados no banco. Itsuka adormece no ombro da Alice e a mesma apenas aceita o acontecido, sem sequer considerar assassiná-lo. Sim, ela poderia fazer isso ou pelo menos pensar nisso, mostrando que apesar de tudo, são inimigos. Mas ok, se você tirar essa questão que envolve a guerra e afins, o que resta?

Fica uma relação legal que está se desenvolvendo muito bem e num ritmo ok. O casal tem uma ótima química, isso é inegável e deve ficar ainda melhor conforme eles forem se conhecendo mais (principalmente se a informação vier de seus aliados). Até então, Kimisen se apresenta como uma opção legal de anime para assistir nessa temporada. Não acho que vá mudar muito disso que foi apresentado até agora, o que para mim, está de bom tamanho.