A sede de sangue da Elsa só não se comparou a inocência do Garfiel ao achar que o Subaru lidaria com o majuu com bravura. Aliás, cadê o golpe que ele usou para derrotar o próprio Garfiel? Não dava para usar de novo ou o risco era muito grande?

Qualquer que seja o caso, o importante é que dessa vez não tivemos Beatrice ou Echidna, mas Garfiel, Ram e Emilia; cada um dando o sangue por aquilo que quer proteger, com destaque óbvio a Ram.

No auge de sua coragem a maid de cabelo vermelho se rebelou contra aquele que ganhou seu coração. Ela foi a MVP desse episódio do anime. Sem mais delongas, vamos ao vermelho do sangue e da paixão!

Mas antes de falar dela, queria escrever que gostei do terceiro teste da Emilia tanto pelo modo como ele se deu, quanto por seu conteúdo e, claro, naquilo em que desembocou.

Não imaginava como a Echidna saberia o futuro exato, então fez mais sentido que mostrasse a Emilia alguns futuros possíveis, e os piores porque a bruxa odeia a meia-elfa. Foi um teste parcial, mas, na verdade, qual não foi até agora, né?

Outra coisa boa foi que a parcialidade dela levou a interferência da Minerva, a Bruxa da Ira que de raivosa não tem nada. Pelo contrário, sua gentileza deu um belo suporte a Emilia.

Mas antes de discorrer sobre a cena do chá, posso escrever que gostei também da cena em que a Rem e o Subaru aparecem para a heroína. Não lembrava da frase da maid de cabelo azul, mas gostei dela mesmo sem ser religioso.

Concordo que seja arrogância orar para pedir as coisas, faz mais sentido orar por redenção. Isso me pareceu uma recompensa pela forma decidida que a meia-elfa enfrentou a tentação ao desespero pelo qual passou.

Desespero esse que, aliás, pensei que seria mais claro e voltado ao Subaru. Mas não foi esse o caso, dos cenários apresentados alguns tinham a ver com ele, outros não, mas todos eram ruins, só que nenhum era definitivo.

De outra forma, talvez não tivéssemos visto toda a coragem que a Emilia demonstrou ao enfrentar esses possíveis futuros. E ela nem precisou do Doutor Estranho para lhe dar um fio de esperança de que um futuro bom existia, ela deve saber que um futuro feliz depende dela.

E não só dela, claro, mas das ações de todos, afinal, não estar sozinha é o que a dá força. Nesse multiverso de Re: Zero não é difícil de imaginar que muita coisa ainda vai acontecer, de ruim inclusive, mas tudo, ou quase tudo, terá “remendo”.

O que talvez não tenha muito remendo é a coragem daquela que deve ser a mãe biológica da Emilia, a Satella, ou no caso, a falta de coragem que ela tem e a Minerva revela a Emilia. Mas isso é algo com o qual a heroína não se identifica por um motivo bem óbvio.

A Emilia foi criada pela Fortuna, então é de se entender que a garota se pareça com sua mãe de criação ou pelo menos queira ser como ela. Já a Minerva se mostrou uma chorona convicta, mas também alguém sensível que se preocupa com as partes envolvidas nesse rolo.

Enfim, a resposta da Emilia a todo esse envolvimento das bruxas, falando que queria um dia tomar chá com elas, foi bem madura e eu gosto disso, só me pergunto se um dia isso será possível. Aliás, se ela sabe que são nove e não sete bruxas, e que tem que ter uma ‘inimiga” entre elas.

Na verdade, a Satella e a Bruxa da Inveja são duas entidades distintas, né, então dá para supor que uma seja antagônica a outra e que também seria difícil se sentar a mesa com ela… Em todo caso, isso é irrelevante, eu só espero que isso não se perca de vista.

O Subaru mesmo já havia declarado que salvaria a grande vilã, ao menos a sua parte “vítima”, demonstrando mais ou menos a mesma empatia as bruxas que a Emilia demonstrou nesse episódio.

Em todo caso, sei que mais importante que isso foi o cenário que a Emilia encontrou após quebrar o encanto do santuário. Encanto esse que me fez rever um pouco meu conceito sobre a Echidna, afinal, ela também se “sacrificou” para dar vida a barreira, não apenas usou os outros.

Quanto ao inverno, é só impressão minha ou pode ter sido apenas uma cena para chocar, sendo aquela nevasca a luta do Roswaal? Se não isso, então a Emilia saiu do santuário depois daquela luta, já em um momento futuro? Não sei, mas duvido do segundo e acredito mais no primeiro, apesar de que seria meio decepcionante…

Por fim, a Elsa é o tipo de personagem que vejo contando sua história de vida para explicar sua “excentricidade”, então por mais que saiba que esse é um recurso narrativo manjado, ainda assim, não achei tosco vindo dela, diria até que gostei de sua história, o que não gostei foi dela não se ferir.

Apesar de que ela ser uma vampira que se regenera rápido justifica muito de suas lutas insanas até agora no anime, só que essa pode ter sido a última e se for, ela pereceu para o Garfiel, um inimigo formidável, mas longe do poder do Reinhard ao qual ela sobreviveu.

A Elsa é uma personagem ardilosa e interessante da qual não sentiria falta exatamente, mas também não reclamaria se sobrevivesse mesmo após ser esmagada pelo corpo do majuu. Majuu esse controlado pela irmã? Isso não ficou muito claro para mim, não que seja relevante nesse momento.

Em outro local, aquela a qual o Garfiel dedica seu interesse estava lutando por aquele ao qual ela dedica seu interesse. Sorte na luta, azar no amor? Talvez isso valha para o Garfiel, mas espero que não para a Ram, afinal, ela conseguiu destruir o livro na posse do Roswaal, mas e ele?

Isso não vai fazer com que ele odeie a Ram? Ódio esse que ela poderia muito bem dedicar a ele após tudo que ele lhe fez, mas não vingou (em nenhum sentido), foi justamente o contrário, a convivência fez com que a Ram se apaixonasse por seu algoz. Essa Ram não é meio doida?

Se alguém reclamou da irmã ter se apaixonado pelo Subaru, o herói tagarela e atrapalhado, não tem mais o que reclamar. Mas sério, eu entendo os sentimentos que ela desenvolveu, assim como se rebelar contra seu amado e mestre ser a melhor forma de dar vazão a esse amor.

É algo que vai além, um amor que não parte da subserviência, do concordar convicto, mas da discordância, do enxergar daquilo que se pensa ser o melhor para a pessoa amada. Foi pensando nisso que a Ram agiu e com muita coragem e convicção conseguiu queimar o evangelho do Roswaal.

O desdobramento que isso trará eu não sei, mas espero que seja o melhor possível, que o Roswaal se liberte das amarras que colocou em si mesmo e possa ser capaz de dar uma chance ao amor da Ram, mas, antes de tudo, dê o braço a torcer em sua “disputa” com o Subaru.

Re: Zero precisa disso, que esses personagens se alinhem, não necessariamente concordem em tudo e se tornem melhores amigos, mas não tentem puxar o tapete um do outro para provar seu ponto, coisa que só deixará de acontecer se as ideias de um se sobressaírem as do outro.

Por fim, esse foi um episódio para lá de agitado, cheio de boas cenas de ação, o desenvolvimento de situações interessantes e até de personagens como o Garfiel e a Ram. Principalmente a maid, que abriu seu coração e se expôs como nunca antes na série, mas também foi forte como nunca.

Essa ligação entre o vermelho do sangue e o vermelho ardente da paixão criaram um fio narrativo que muito me agradou e me fez lembrar de algo que, na verdade, o anime nunca me deixa esquecer; o quanto é bom, o quão emocionante, belo e divertido Re: Zero pode ser.

Até a próxima!

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