Esse aqui demorou um tantinho mais do que eu imaginava, mas acho que valeu a espera, por aqui nos apresentaram uma história tão gostosa de se assistir que quando dei por mim, acabou. A história de Himeno, suas amigas e a arte de fazer cerâmica começa agora, no que venho defender porque você leitor e otaku, deve ver essa pequena pérola da temporada.

O enredo de Let’s Make a Mug Too – ou Yakunara Mug Cup mo – se passa na cidade de Tajimi, na província de Gifu, uma cidade com um cilma caloroso e agradável, feita sob medida para uma obra desse gênero que tanto aprecio.

Himeno e o pai vem para refazer suas vidas na cidade de sua falecida mãe, após alguns percalços financeiros, e aqui a menina já começa exalando simpatia desde os primeiros minutos. Confesso que gostei do seu ar alegre e tranquilo, mas especialmente da sua personalidade direta.

Normalmente um estigma muito forte dessas obras mais “moe“, é a protagonista central ser expansiva demais ou tímida demais, não possuindo muitas peculiaridades que se destaquem em cima dessa. Ela por sua vez se, mostra como um ponto de equilíbrio desses extremos, me chamando atenção pelas suas ações e reações em algumas cenas.

Achei engraçado como a menina reagiu de uma forma realista a sua colega chamativa, Mika, ao passo em que soube ser oportunista e não perdeu tempo em usar sua apresentação para ajudar o novo negócio da família – olha aí que moça visionária e prática.

Curiosamente é graças a sua atitude que ela descobre um pouco mais sobre a mãe e o seu hobby, que acredito também ser um dos pontos da  trama – para além do gosto hereditário. Himeno deixou claro que pouco lembra ou conhece da mãe, e aqui percebi nas cenas finais que essa aproximação com a cerâmica, também é uma forma de se conectar a ela e assim entender melhor quem foi.

Na verdade o anime me surpreendeu ao mostrar outras camadas em sua história, como o drama do pai dela, que tem um certo trauma com as cerâmicas e se culpa por não cuidar melhor da esposa e agora precisa encorajar e proteger a filha, que quer trilhar o mesmo caminho brilhante de sua mulher – tópico esse que se bem tratado pode somar bastante mais para frente.

Embora o anime tenha mostrado uma animação decente para os padrões, não teve nada de muito grandioso a comentar e mesmo assim, penso que a direção tem uma boa noção do que fazer com suas cenas para não deixar a obra se contentar só com a atmosfera calma e  bonitinha do gênero.

A transição do momento alegre no começo, para um tom mais melancólico quando a Himeno relembra da mãe, é bem interessante de assistir. Claro que isso não é algo incomum, mas a mudança delicada no cenário, os detalhes – como a chuva passageira que vai concordando com o sentimento dela -, acho que deram um up no que acontecia ali.

Falando das outras meninas, mesmo elas mostrando pouco, todas tem seu charme, com a Touko me ganhando pelo ar maduro e sereno. A Mika é barulhenta demais, porém sua animação é necessária se consideramos que as outras três tem um comportamento mais neutro, já a Nao e as suas poucas palavras são uma graça.

Acredito que a decisão de usar apenas meia duração foi um acerto da obra, porque nesse pouco tempo ele conseguiu dar um bom ritmo a narrativa, sem esticar muito o que está bom. Em compensação para quem gosta, o anime tem um extra que acompanha cada episódio onde as dubladoras das quatro protagonistas revelam um pouco das referências usadas na produção, curiosidades sobre a cidade em que se passa a história, além de outras sobre as vidas delas mesmas – são 8 minutinhos igualmente agradáveis, vale sim dar uma olhada.

Bom, eu sintetizo essa estreia como uma sólida, relaxante e divertida, que me convenceu do seu potencial e as possibilidades que pode explorar com essa temática mais artística e “caseira”. A experiência da parte animada junto ao live action é algo bem diferente e que funciona nessa proposta, agora só resta esperar para ver o que Himeno, Nao, Mika e Touko vão criar juntas com as próprias mãos.

Agradeço a quem leu e até a próxima!

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