Twin Star Exorcists (Sousei no Onmyouji, no original japonês) é uma obra publicada pela revista Jump SQ (Blue Exorcist, Claymore, Platinum End, etc) desde 2013 e conta com 69 capítulos em andamento e disponíveis em português, compilados em 18 volumes. A obra teve uma versão animada em 2016 com 50 episódios produzidos pelo estúdio Pierrot (Naruto, Black Clover, etc) e sinceramente foi péssima. Geralmente, nessa coluna, eu exponho algumas diferenças entre o mangá e o anime e depois menciono alguns acontecimentos que vem depois. Mas, no caso de Sousei, nem dá para fazer isso pois a suposta adaptação foi um anime baseado na obra, com os mesmos personagens, no mesmo mundo e com um pouco da essência que o original tem.
Eu escolhi assistir Twin Star Exorcists com bastante expectativa. Eu sei, comédia romântica hoje em dia raramente é grande coisa, e misturada com ação costuma ser pior ainda, mas hei, pelo menos não é harém, certo? Ainda assim não foi isso o que me atraiu. Eu gostei de estética. Vendo o material de divulgação, imagens e vídeos, achei-a interessante – e continuo achando. E achei que a premissa tinha potencial: o casal previsto em profecias para salvar o mundo do mal.
E tudo isso é muito legal mas em uma temporada onde eu comecei assistindo 33 animes (sem contar os curtos) nada disso seria determinante. O que me fez assistir Twin Star Exorcists foi ele ser uma obra baseada em mangá do mesmo autor de Binbougami ga!: Yoshiaki Sukeno. Eu só assisti o anime, que foi ao ar quatro anos atrás (2012), e como eu ri daquilo. Eu morria de rir. Pelo menos comédia tenho certeza que é o forte do senhor Sukeno.
Havia quem aqui e ali apontasse com preocupação o Studio Pierrot, mas eu não me importava como ainda não me importo com isso. Acho a animação, a arte visual, importante sim, mas sou do tipo que se tiver uma história que me diverte não ligo muito não importa que porcaria esteja na tela. E o enredo é de um mangá do mesmo autor de Binbougami ga!, o que poderia dar errado?
Depois do Arima, que eu perdoo porque ele parece ser louco mesmo (não perdoo não), apareceu mais uma personagem disposta a juntar Benio e Rokuro a qualquer custo: Subaru, ex-mestra da Benio e uma das doze cavaleiras do zodíaco dos exorcistas. Até agora já conhecemos três deles: Shingen, pai da Mayura, ex-mestre do Rokuro e comandante celestial (esse é o título de verdade deles, mas acho que vou continuar chamando de cavaleiros do zodíaco) extremamente mau humorado que gosta de contar histórias de forma enviesada para causar o máximo de treta possível e o Shimon, o comandante celestial menino. Se Galvão Bueno narrasse Twin Star Exorcists ele seria chato pra caramba, ahn, bom, ele sempre é, mas ele seria especialmente chato na hora de falar do Shimon: “Lá vai o Menino Shimon! Olha como ele mata os kegares! Mata um, mata dois, mata um monte de uma vez só! Não tem pra ninguém, olha a malemolência dele! Casão, você acha que o futuro dos exorcistas está garantido com o Menino Shimon?”. Algo assim.
Agora são três com Subaru, a ex-mestra da Benio (eles só se ferram com ex-mestres), a girl with gun elizabetana, a cavaleira do zodíaco que só pensa em homens (no que mais uma exorcista super-poderosa pensaria, não é mesmo?). Aliás, se entendi bem, já são quatro na verdade: o cara de emoji Tatara também é um. Eu achava que ele fosse só, sei lá, um shikigami da Subaru. Mas ok, se ele gosta de seguir a Subaru por aí quem sou eu para dizer que ele não deve, né? Adicionalmente acho que o Facebook estaria melhor se adotasse as expressões dele como emoticons ao invés da palhaçada que fizeram essa semana (quero meu Pac-Man de volta!).
Cada vez que vou escrever um artigo sobre Twin Star Exorcists e que vou citar o Yuuto eu pesquiso de novo para ter certeza que ele e a Benio são mesmo irmãos gêmeos. Ele é mais alto do que ela, tem cabelo azul, não guarda a menor semelhança física com a garota, e tudo leva a crer que os dois tinham potenciais sobrenaturais bem diferentes também. Tudo bem que eles sejam irmãos, mas tem certeza que são gêmeos? Pergunto eu ao Google. E ele sempre me responde que sim, eles são gêmeos.
Tudo bem, são apenas gêmeos fraternos então, por isso são diferentes. E que diferença hein? Pesquisando sobre gêmeos (porque eu sempre arranjo coisa pra perder tempo) descobri que em caso de relações inter-raciais, caso haja gravidez, caso ela seja gemelar e caso seja de gêmeos fraternos, há aproximadamente uma chance em um milhão de que os irmãos nasçam com cores de pele diferentes. Também pode ocorrer gestações gemelares fraternas em que o material genético paterno de cada embrião é fornecido por um homem diferente – é possível ser meio-irmão gêmeo! E o que tudo isso tem a ver com Twin Star Exorcists ou com esse episódio? Ora, nada.
Começo o artigo com um informe: como estou bem atrasado nos artigos, vou adiar Re: Zero e Joker Game para a semana que vem, quando escreverei daí um artigo sobre dois episódios em ambos casos. O episódio 8 de Re: Zero é bem lento, mas até valeria um artigo, só que como não é conclusivo e o episódio 9 já está disponível hoje, achei por bem deixar para escrever um artigo só sobre os episódios 8 e 9. Joker Game ainda não saiu o episódio 9, mas ele irá explicitamente fechar um arco com o 8, mesmo que haja bastante o que comentar sobre o 8 sozinho eu considerei que, já que estou atrasado, será melhor escrever um artigo só para os dois episódios semana que vem.
Assim o próximo na fila é Twin Star Exorcists! Apareceu um personagem novo pra contar um monte de coisas e amarrar várias pontas do enredo. De forma previsível até, mas admito que mesmo assim fui pego de surpresa. Não esperava que o mundo dos exorcistas fosse tão pequeno!
Episódio forçado. Demais. E eu reclamando do ciúme clichê e da reação desproporcional da Mayura no episódio anterior. Nossa, mil vezes aquilo (que ainda é bem ruim), volta Mayura! Não deixa fazerem isso com o Rokuro e a Benio não!
É tudo forçado, dentro da história Rokuro e Benio são literalmente forçados a viver juntos em um ambiente que os aproxima, eles de fato se aproximarem é uma forçada do roteiro, e eu aqui estou sendo forçado a assistir tudo isso. Pô Japão, é por isso que sua taxa de natalidade está caindo e o país está experimentando um crescimento populacional vegetativo negativo! Porque os jovens são ensinados que um relacionamento começa quando um cara esquisito e podre de rico te junta com alguém em uma casa maluca!
Você já conheceu uma pessoa de quem você queria ser amiga de qualquer jeito? Se esforçou, correu atrás, procurou conhecê-la aos poucos, tentou se conectar? Sem se deixar abalar quando parecia que sua tentativa de amizade não tinha futuro, você continuou tentando entender o que aquela pessoa esperava para te aceitar? Ou de forma completamente altruísta, mesmo sendo rejeitado em todas as oportunidades, você ainda se preocupou e tentou ajudar quando a chance se mostrou? Eu nunca.
Mas talvez você já tenha conhecido o tipo de pessoa que faria isso tudo não é? Talvez você tenha assistido de camarote enquanto alguém buscava implacavelmente a amizade de outra pessoa. Talvez essa outra pessoa tenha sido você e aí você não exatamente assistiu de camarote, mas ficou parado tentando entender porque queriam tanto ser seu amigo. Segundas intenções? E talvez você nem queria amigo nenhum! Já presenciou alguma dessas situações na vida real? Eu nunca.
Em anime isso acontece de vez em quando. Aliás, de vez em quando nada, acontece quase sempre. Em gêneros que tem a “amizade” como conceito fundamental a gente vê isso o tempo todo. Os personagens precisam ser amigos ou a história não anda. É o caso de Twin Star Exorcists.
Desde o começo do anime a questão sobre se o Rokuro voltaria ou não a ser um exorcista era um não problema. A pergunta correta não era “se” ele iria voltar, mas “quando” e “como”. Sendo um anime curto, o “quando” era provavelmente rápido. Sendo um anime com uma dupla de protagonistas em vias de se tornaram um par romântico, o “como” também era previsível.
Então é um anime previsível! Em seus fundamentos mais básicos, sim. Não é uma história sobre o Rokuro voltar a ser um exorcista. É a história sobre o Rokuro se tornar o maior exorcista que já existiu!
Correção: eu havia escrito o nome do protagonista como “Rokuro”, quando na verdade é “Rokuro”. Já está corrigido no texto inteiro e no título.
Desde o começo eu apenas assumi que kegares fossem o sabor de demônio ou youkai de Twin Star Exorcists e não pensei muito mais nisso. Mas ver um kegare com a aparência dos ex-donos da casa que ele assombrava me deixou pensativo nesse episódio. Kegare (ケガレ) significa apenas “impuro”, não tendo relação direta, desde o batismo, com demônios ou o sobrenatural. É apenas impuro. E só aquilo que um dia foi puro ou que poderia ser puro é que pode ser ou se tornar impuro, não é? Demônios não são impuros – eles são a própria impureza. Não existe “demônio do bem”. A sujeira não é suja, mas ela torna as outras coisas sujas. Não seria razoável querer que o pó fosse menos poeirento.
Acho que o anime ainda está longe de revelar alguma verdade mais profunda sobre os kegares mas vou especular um pouco nesse artigo mesmo assim. Se bem que considerando o quão simplório (no sentido de simples, não de ruim) Twin Star Exorcists é, é bem possível que ele revele algo logo ou que não haja nada para ser revelado no final das contas. Correrei esse risco. Mas vamos falar também sobre nossos protagonistas?
E o primeiro anime da temporada que vou cobrir com artigos semanais é Twin Star Exorcists. Um anime de ação sobrenatural com humor, que adapta um típico mangá battle shounen do mesmo autor de Binbougami ga!, uma comédia nonsense também sobrenatural, e é só na arte e nas etiquetas que os dois são parecidos, um é de ação e o outro não, o tipo de comédia e o tipo de sobrenatural são diferentes. Ah, e os dois têm mais uma coisa em comum: eu gostei.
Esse primeiro artigo cobre os episódios 2 e 3, para minha opinião sobre o primeiro episódio leia o artigo de primeiras impressões. Vamos lá?