[sc:review nota=4]

E depois de malhar o anime semana sim, semana também, eu sinceramente gostei desse último episódio. É insuficiente para redimir uma série inteira, claro, mas pelo menos não estou morrendo de ódio. Terminei de assistir esse episódio sorrindo, inspirado até. E pensei: por que todo o resto não foi assim? Por que Perfect Insider não foi desde o começo uma história sobre um relacionamento entre duas pessoas, Moe e Souhei, com um mistério correndo paralelamente no fundo com parábolas e metáforas sobre o relacionamento deles e sobre relacionamentos e sobre seres humanos em geral? Teria sido muito melhor que um mistério cuja resolução é tão artificial quanto óbvia – duas coisas que mistérios não podem ser em hipótese alguma. Provavelmente as duas coisas que mistérios menos podem ser, dentre todas as coisas do Universo.

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[sc:review nota=2]

No episódio anterior o professor Souhei disse o que aconteceu, e ele chegou a tal conclusão sem um pedaço de informação crucial que apenas nós, os espectadores, tínhamos (bom, o criminoso também, mas isso não conta né?). Como o anime nunca procurou desenvolver muito seus personagens secundários não é como se houvesse qualquer outro suspeito de todo modo, então o básico em si não é difícil de entender e aceitar, aí que se torne fácil engolir a brilhante dedução do Souhei, embora ela seja aparentemente baseada em avestruzes e não em fatos. Pessoas um pouco mais exigentes ou atenciosas poderiam contudo perceber que o Souhei resolveu uma equação de física quântica sem saber a tabuada, mas o episódio tenta evitar isso mantendo olhos e mentes ocupados com uma longa, confusa, desnecessária e errada explicação sobre sistemas de arquivo e sistemas de vigilância.

Esse episódio foi igual. Dentro do Second Life que a doutora Shiki desenvolveu, ela e Souhei conversam em uma praia virtual, detalhando como ocorreram os assassinatos e porquê. Enquanto isso, a Moe fica de castigo em uma sala trollando no chat até tomar block. A Moe em si já foi uma distração, mas além dela Perfect Insider nos presenteou com outra longa, confusa, desnecessária e errada explicação sobre tecnologia. Os temas desse episódio foram estruturas de dados e malware.

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[sc:review nota=3]

Quem matou Shiki Magata? Não foi o diretor, seu tio. Nem o vice-diretor Yamane, nem a esposa dele. Também não foram a Moe ou o Souhei (vai saber). Não foi a Shimada, a programadora maluca, nem o outro programador lá, o gordão que eu não sei o nome. Não foi nenhum dos guardas. Não foi ninguém que veio para a ilha com a Moe e o Souhei, e também não foi a Setsuko, que veio para a ilha nesse episódio retornando ao anime só para irritar a Moe e deixá-la com ciúme do Souhei. É sério, ela gosta de provocar a Moe, não gosta? Enfim, só para ser completo: também não foi a Michiru, o robô, nem aquele boneco de lego gigante, nem o urso de pelúcia.

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[sc:review nota=3]

Nenhuma pista nova nesse episódio. Os detetives Moe e Souhei passaram o episódio discutindo sobre o que já sabem e sobre como proceder com relação à polícia. E além disso a Moe ficou andando pelo laboratório de biquíni e toalha também. Eles deduziram um ou dois pedaços de informação que, estando corretas, mudam a forma de encarar e tentar resolver o mistério, mas como são apenas conjecturas podem muito bem estar erradas. E nesse vazio de novas pistas, somado ao ruído ensurdecedor dos gritos dos suspeitos que não existem, uma hipótese antiga que eu já havia descartado porque não queria que estivesse correta pede para ser reexaminada.

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[sc:review nota=5]

E de ignorar totalmente, teria dito Pascal. Durante a madrugada escrevo esse texto, apenas com as luzes do corredor e a da própria tela do notebook, ouço o canto de pássaros (que não deveriam ser) notívagos, gotejamento de algumas horas atrás, o som da ventoinha do notebook programada para resfriá-lo, e que no entanto é ineficiente e por isso há também um ventilador de chão em cima da mesa ligado, que também faz barulho e me deixa com frio nas mãos. Há o som da minha digitação, e meu reflexo no espelho atrás do notebook olhando para mim sorrateiramente por cima dele. Há várias outras coisas que estou vendo, ouvindo ou sentindo, mas não vem ao caso descrever todas. O que eu quero dizer é que enquanto tudo isso deve estar mesmo acontecendo, as minhas sensações não são mais do que a interpretação que meu próprio cérebro dá a elas. O que eu acho que estou vendo não é A Verdade. Não são meus olhos que enxergam, eles meramente captam a luz e a transformam em impulso elétrico. O cérebro interpreta essa informação, e é uma coisa muito louca, com coisas diferentes sendo interpretadas (e sentidas de forma consciente) por partes distintas desse órgão vital. Existe uma condição médica rara em que cegos reconhecem rostos. Bizarro? Ocorre que o cérebro recebe a imagem em uma parte, a transporta para a consciência em outra, e reconhece rostos numa terceira. Há outras partes envolvidas em várias outras operações relacionadas apenas à visão, mas concentre-se nessas. É possível que o dano em alguma parte muito específica prejudique ou impeça a formação da imagem, mas seu cérebro ainda a recebe corretamente e interpreta. Assim, a pessoa reconhece outros que estão a sua frente mas ela “não está enxergando”. É tudo muito louco.

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[sc:review nota=3]

Como eu disse no twitter, esse episódio não foi só uma recapitulação. Eu andava lendo isso por aí e vinha me preocupando. Felizmente não foi só uma recapitulação, mas foi quase isso. Eu lia título de artigo atrás de título de artigo (não li os artigos em si para não ler spoiler, é o que sempre faço quando encontro artigos sobre episódios de animes que ainda não assisti) e todos eram unânimes: é uma recapitulação. Eu já estava pensando naquela coisa tosca, cheia de recortes com os episódios anteriores, que os estúdios fazem normalmente porque, por um motivo ou outro, não conseguiram finalizar o episódio antes (é, não são recapitulações para ajudar os espectadores; você que assiste anime sabe que ninguém precisa disso e que pode ser contraproducente, ao invés de ajudar). Com tão pouca animação, quase todas as cenas cheias de quadros parados, seria possível que o episódio não tivesse ficado pronto a tempo? Minha dúvida quanto a isso foi sem sentido: o episódio é todo animado do início ao fim, com cenas novas (talvez com reaproveitamento de cenário, o que não é nenhum crime), e pouquíssimo reaproveitamento de cena dos episódios anteriores. Ainda assim até a metade mais ou menos era só uma recapitulação e eu já cogitava desistir de escrever sobre o episódio porque, sinceramente, o que eu escreveria? Mas teve uma ou outra informação nova que é digna de nota.

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[sc:review nota=4]

Nada de novo é descoberto sobre os assassinatos atuais, mas um bocado de flashback e revelações sobre a doutora Shiki ajudam a entender um pouco melhor o que pode ter acontecido no episódio do assassinato de seus pais. Confirmado (se é que ainda precisava de confirmação) que o diretor assassinado foi o amante da Shiki quando mais nova, e que o professor Souhei está bêbado e deveria voltar para casa. Com efeito, ele decide pelo menos voltar para o acampamento. O que achou desse episódio?

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[sc:review nota=4]

A característica mais divertida de certo tipo de histórias de mistério é a possibilidade do leitor (ou espectador) “investigar” junto com o detetive, tentando deduzir através dos fatos apresentados quem é o culpado (ou deduzir qualquer coisa, mas quase sempre se trata de um culpado e quase sempre culpado de assassinato). A Moe reclama a certa altura desse episódio que o professor Souhei estaria escondendo o que ele está pensando. Fica implícito que assim ele teria vantagem por possuir mais informações do que ela. E é isso mesmo. Para uma história de mistério funcionar dessa forma, com o espectador investigando, é condição necessária que ele e o detetive possuam as mesmas pistas. Mas Perfect Insider não é esse tipo de história. Claro que dá para tentar deduzir muita coisa com as informações disponíveis, mas a Moe sempre vai estar na frente. Há uma pista vital que ela e o anime estão segurando de nós.

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[sc:review nota=5]

Como diria a Xuxa no Teleton, esse episódio me deixou feliz que nem pinto no lixo. A cuidadosa montagem da sala fechada no episódio anterior foi na medida correta para manter o suspense não muito alto nem muito baixo, mas com certeza presente o episódio inteiro e exercendo uma pressão crescene, até culminar com temporização perfeita no final do episódio, quando o mistério começa. Nesse episódio descobre-se o que afinal era e significava aquele carrinho andando sozinho com a Dra. Magata em cima em vestido de noiva. Eu juro que a vi se mover ali em cima no final do episódio anterior!

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[sc:review nota=5]

Embora Moe e a Dra. Magaki não tenham interagido uma só vez durante esse episódio, a direção fez um trabalho magnífico em relacionar as duas personagens. A Dra. Magaki é uma gênia e a Moe é só uma estudante desinteressada, as duas não poderiam ser mais diferentes mas ao mesmo tempo elas não poderiam ser mais parecidas. Curiosidade: o título completo em japonês é Subete ga F ni Naru (????F???), sendo The Perfect Insider, o nome pelo qual decidi chamá-lo, apenas subtítulo. Vejo a maioria das pessoas chamando-o pelo nome em japonês completo ou incompleto (apenas Subete ga F). O significado: Tudo se torna F. Tem até uma tecla F de teclado japonês (que acompanha o kana ? – Ha) na capa do livro. Então tudo se torna f-alguma coisa, ou ha-alguma coisa, ou nada disso. Bom, o mistério desse anime começa logo pelo título, legal né?

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