Cross Ange – ep 13 – Um episódio irritante
[sc:review nota=2]
Mais um episódio que tinha muitos elementos para ser bom, mas foi uma grande porcaria. Se a animação fosse boa, se as batalhas fossem bem feitas, se o drama fosse melhor explorado. Eu já disse em outro artigo que Cross Ange parece ser um anime auto-consciente. Em mais de um momento parece que seus produtores conversam diretamente com o espectador e sabem que estão fazendo um anime ruim – notavelmente nas narrações das prévias. É como se eles quisessem fazer um anime ruim. Mais do que isso: é como se eles quisessem ver até onde podem irritar o espectador impunemente. Se a Sunrise me odeia tanto assim, se ela não se importa comigo, também não vou mais me importar com essa porcaria. Alternarei para o modo preguiçoso nesse artigo.
- A nova abertura é uma droga hein? A nova música é ruim e não casa com a animação, que aliás consiste majoritariamente de cenas da abertura antiga rearranjadas. O “novo” encerramento é ainda mais cretino: a “animação” é exatamente a mesma, só mudou a música. E mudou para pior.
- Como esperado, Julius ordena o massacre das normas. Parece que a prioridade principal é matar Ange, seguido por capturar Vilkiss, e por fim capturar pilotas de para-mail. O resto ele quer mais que se exploda – ou que queime, já que a arma mais utilizada para chacinar normas indefesas, crianças inclusive, foi o lança-chamas. É preciso ser um soldado sem coração para carbonizar um monte de menininhas assustadas.
- Jill não se importa com nada disso. Ela tem seu próprio submarino de fuga e só quer levar Ange e Vilkiss dali. O resto, bem, se conseguirem fugir junto ótimo, senão paciência. Pior ainda, ela até manda as pilotas de para-mail (e outras normas) defenderem a base enquanto ela foge. Para as pilotas ela até envia as coordenadas de reencontro, caso elas consigam escapar da batalha. As que lutaram em terra, que pena. Salia precisa escolher melhor suas heroínas.
- O anime começou com tudo nos primeiros episódios. Morreram duas novatas que ainda eram crianças, depois morreu a capitã, e isso para não falar dos dois estupros que Ange sofreu. Bom, dos estupros não sinto falta, e não acho que seja positivo matar apenas por matar (estou olhando para você, Akame ga Kill!), mas a sensação no começo é que seria um anime bem tenso, com o perigo espreitando a cada curva. Mas que nada, tirando o acidente de Ange (e sendo protagonista ela não iria morrer mesmo), o dragão gravitacional que quase matou todo mundo por culpa da Hilda e a captura da Ange pelo seu irmão (e de novo, por ser protagonista a chance dela morrer era zero), o anime tem sido bastante suave. Teve até episódio de praia! Arzenal foi destruída por uma princesa semi-nudista extra-dimensional, nesse episódio está sob ataque militar comandado por Julius e por Embryo (que é nada menos que Deus desse mundo), mas os personagens nomeados continuam relativamente seguros enquanto criancinhas são queimadas.
- Chris toma um tiro na cabeça! Agora sim Cross Ange! Hilda e Rosalie decolam em seus para-mails abaladas por causa disso, principalmente a última. Um pouco de drama verdadeiro, um pouco de dor para esses personagens rasos, ainda que barata, que eu possa sentir, com a qual eu possa me identificar! Mas ai! Ainda bem que fiquei em alerta até o final do episódio, sabia que era bom demais (e “bom demais” para a média de Cross Ange ainda é bastante ruim) para ser verdade. Deus foi lá e ressuscitou Chris no final do episódio. Ele também resuscitou uma das menininhas queimadas, alegrando a desolada Ersha. Agora creio que ele tem duas pilotas a seu lado. Tá bom.
- Mas como ele pode ressuscitar pessoas? Ele tem mesmo poderes divinos? Por tudo exibido até agora parece apenas que ele possui poderes tecnológicos sobre esse mundo. E ele se teleporta, voa, e ressuscita pessoas. Retomo aqui minha teoria matrix: esse mundo é virtual, inclusive parte da população deve ser virtual, e Embryo é apenas o admin do servidor. Os rebeldes são cheaters e os dragões são hackers. E a súcubo que manipulou Julius é o quê? Eu sei lá! De todo modo, isso tornaria a Jill menos canalha por abandonar suas próprias subordinadas para morrerem, elas devem ser apenas programas criados por Embryo mesmo. E quem são os humanos verdadeiros nesse mundo? As famílias reais, com certeza, e imagino que alguns outros, não sei se poucos ou muitos.
- Mas a Vivian é um dragão. Ou um ser humano que nesse servidor assume a forma de um dragão. Ou um dragão que nesse servidor assume a forma de ser humano. Estou mais confuso que ela própria estava após a sua transformação. Detalhe notável sobre a Vivian, mas não se apegue muito a isso porque Cross Ange pode apenas estar zuando com a nossa cara de novo: nas memórias passadas da Ange e da pilota extra-dimensional semi-nudista a Vivian foi o único outro ser humano que apareceu. Que pena que o personagem mais irritante e mais sem graça do elenco secundário provavelmente é o mais importante.
- Villkiss reage e se transforma de acordo com as emoções de Ange. Ele muda de cor e ativa um poder especial. Claro que a forma dourada saiyajin deve ser a suprema, mas outras duas aparecem nesse episódio: vermelho ele ativa uma barreira protetora e azul ele pode se teleportar. E é depois de um teleporte de Villkiss que o episódio acaba, com Ange acompanhada de Tusk e Vivian. Foi legal, né?
Emmannuel Alexandre
Meu Deus, fui ver o primeiro episódio desse anime e sinceramente não chamou minha atenção. A princesa é uma personagem caricata e iludida com uma paz utópica, e tanto quanto a sociedade em que vive, despreza os “diferentes”, que ironicamente são referidos como Normas. Enfim, a execução não é das melhores, parece que se está acompanhando um amontoado de clichês na forma de uma personagem que no fim, serviu para ser “lecionada” nas instalações destinadas às Normas de formas… nada convencionais. O fato de termos um elenco onde o foco fica majoritariamente no grupo feminino e cuja principal preocupação além de espalhar a desordem e combater os DRAGONS de outra dimensão é receber convenientes closes mostrando suas gigantescas… peculiaridades corporais. Enfim, pra quem ainda curte o Ecchi, vão fundo, mas eu particularmente já estou cansado de ver animes sendo sustentados quase que inteiramente por fanservice e com personagens rasos e com uma história que em si não parece ser interessante.