Ore Monogatari – Ep 11 – A razão dele, os desejos dela
[sc:review nota=4]
Takeo e Yamato são um casal perfeito. Não por gostarem tanto um do outro, não por colocarem o outro acima de si próprios, mas por se completarem de forma de forma tão leve e harmônica. Eles são parecidos no que importa, ao mesmo tempo em que são tão diferentes no que seria conflitante, caso fosse diferente. Takeo é força, Yamato é dedicação. Takeo é pelos outros, Yamato é pelos dois. E, a parte mais divertida de tudo, é que Takeo é tenta ser razão onde Yamato quer o mais puro instinto.
Uma das frases que eu mais repito nos meus artigos é que a Yamato-chan é uma pervertida, mas preciso admitir, quando colocamos ela ao lado do Takeo fica fácil exagerar, afinal ele é contido de forma exagerada. Então, se ela não tomar a iniciativa nesse relacionamento, quem o fará? Um dos dois precisa ser o lado que quer calor humano, e como ela é muito mais inclinada a libertar os próprios desejos do que ele (imagina se o Takeo libera tudo, meus deuses), o relacionamento avança devagar, mais sempre. Só que, mesmo que ela não tenha realmente se dado conta, a maior oportunidade de sucesso está bem à sua frente. Afinal, é verão. E verão significa praia. Praia significa corpos seminus. Em se tratando de um casal que teve um episódio inteiro de conflitos apenas para conseguirem segurar a mão um do outro, isso significa muito. Os garotos estão doidos pra ver a mulherada de biquíni, mas o lorde inglês Gouda-san corta logo a empolgação deles. Roupas de banho sao feitas pra nadar, e não pra admira (ele claramente surtaria por aqui). O extremo cavalheirismo dele é tão antiquado que ele se torna rude. Ora vejam só, a namorada está toda empolgada pra vestir algo que o impressione, e ele diz que a roupa dela não importa? Takeo-kun, não seja assim. Você não está no século XIX, pode se soltar e admirar aquele monte de pele branquinha à mostra, é isso mesmo o que ela quer. Já viu os maiôs que ela queria vestir? Até eu fiquei com vergonha, hehe.
A pose dele acaba rapidinho quando ela aparece de biquini. E olha que tinha um casaco por cima, mas a visão foi o bastante pra travar o Takeo que nem um garoto quando é flagrado vendo revista de mulher pelada. Ah, mas o contrário também rola, quando a Yamato quase se descontrola ao ver o torso musculoso nu de seu amado. Os dois têm reações bem parecidas, rosto corado, guagueira, constrangimento… E Suna só suspira, o pobi. Takeo usa de todas as formas possíveis pra conter a excitação, mas a namorada não ajuda, correndo inclusive risco de ser morta por no lugar na melancia. Após sofrer lavagem cerebral do Suna, ele enfim volta ao normal e as coisas ficam mais tranquilas. Menos pra Yamato, que ainda acha que não disparou o coração dele como queria. Querida, sua falta de roupa disparou muito mais coisa do que deveria, você ainda acha que falhou? Aiai.
Cansada de tanta enrolação, ela o chama pra irem até as pedras. Sozinhos. Tá na cara as intenções da garota, e não tem nada a ver com caranguejos, poxa Takeo! Ela quer sentir seu corpo nu… Só que de roupa, claro. Ela quer te enlouquecer, te pirar de paixão, o que eu pessoalmente acho uma péssima ideia, já que um Takeo descontrolado me parece a receita perfeita pra um desastre, haha. Mas tudo se complia quando ela tem outros daqueles surtos de culpa, se achando egoísta por só pensar nela mesma quando ele é atencioso com tudo e com todos ao redor e blá blá blá. Ó, esse papo até fazia sentido no episódio passado, cês tavam perdidos no mato e tal, mas aqui é a praia, garota. É pele de fora, é admiração corporal, é calor, é clima de romance no ar. Então deixa eu te dar a mesma dica que já dei pros outros dois garotos, que é: seja egoísta. Se não for você a parte hormonal desse namoro, vocês vão estagnar e nenhum dos dois vai conseguir ir em frente. A propósito, quando quiser algo do tipo, apenas fale em voz alta! É como se as experiências anteriores não houvessem te ajudado a compreender que seu namorado não entende nas entrelinhas, e que ele não vai te rejeitar por tão pouco. É assim que funciona o amor, o amor de verdade.
Bom, os dois cresceram mais um pouco depois deste dia, mas claramente ainda há muito o que ser trabalhado. Por hora eu já posso desmentir minhas afirmações anteriores de que o relacionamento deles era frágil. Creio que ninguém mais tenha o direito de dizer isso. Os dois se amam, quase se beijaram (dammit!), e estão felizes juntos. É só o que importa.
Por último, há mais dois fatos interessantes relatados neste episódio. O primeiro é que, pela primeira vez, mulheres desconhecidas demonstraram interesse pelo Takeo. E eram adultas, mães ainda por cima. Eu até achei que isso deixaria a Yamato com ciúmes, mas ela só ficou mais admirada ainda por ele. Ok. Esses segundos me deixaram mais tranquila, o fato de todas as fêmeas da história tratarem-no quase como um Quasímodo me incomodava por demais. Tá, foi só pelo corpo dele, mas ele é sim uma deliciosa massa de músculos, e daí? Boa, mulheres desconhecidas.
O segundo fato foi mais distração minha mesmo: eu não havia dado importância ao fato de que Yamato chama o namorado pelo primeiro nome, mas ele só a chama pelo sobrenome. Pode não ser nada, mas somado com as características que já coletamos dele, arrisco dizer que este é apenas mais um exemplo de seu cavalheirismo extremo. Talvez ele pense que chamá-la de Rinko seja falta de educação ou mesmo forçar a barra, mas me fez pensar que os dois darão um grande passo quando ele mudar a forma de tratamento para com ela. Pode ser que isso aconteça ainda no anime, pode ser que nuca role. Não tenho pressa. Casais como Misaki x Usui levaram a trama quase inteira para que isso acontecesse, e em Love Hina o Keitarô chamava a Naru pelo sobrenome (antigo) mesmo após o casamento. E isso não mudou o amor deles, não fez diferença nenhuma até. Era só algo que eu queria, muito, ouvi-lo dizer.