Kyoukai no Rinne – Ep 17 – Tsubasa ganha um Curse Note
[sc:review nota=3]
Pobre Tsubasa-kun, recebeu o mais ingrato papel possível dentro de uma trama romântica: o de rival amoroso. E mais, ainda foi construído com os piores clichês possíveis: amigo de infância, apaixonado desde sempre, nunca correspondido, saiu de cena pra voltar na adolescência prontinho para conquistá-la mas, que pena, ela já está na de outro. Reconheceu esse padrão? Pois é, é quase garantia de um final triste e solitário. Nestas condições, como julgá-lo por se sentir tentado pelo demônio em seus ouvidos?
A vida do adolescente anda complicada. Como se já não bastasse sua garota não estar lhe dando a devida bola e o seu rival estando sempre no meio dos dois, a pedra de poder que ele guardou com tanto cuidado agora está corrompida. Como desgraça pouca é coisa de desenho infantil, ainda surge alguém que quer tudo, menos ajudá-lo. Sim, é o retorno (nada triunfal) do rancoroso Masato, que vê em Tsubasa o instrumento perfeito para se vingar de seu aqui-inimigo. Para tanto, ele se vale de um tomo (uma espécie de livro de feitiços), que amaldiçoará Rokudou a cada vez que o exorcista tocar sua capa e desejar com força. Sim, o único vilão, por assim dizer, do anime chega, deixa um livro e vai embora. Não sei por onde começo a contestar. Vamos continuar acompanhando pra ver se melhora. Spoiler alert: não.
Eu costumo comparar mentalmente o Tsubasa a outros rivais amorosos da Takahashi, mas ele tem uma diferença crucial, que é a condescendência. Mesmo que não suporte Rokudou e o queira ver do outro lado do planeta, é incapaz de feri-lo, tanto que todas as vezes em que o amaldiçoou foram por acidente – o tomo tinha a característica secundária de sempre voltar a ele de alguma forma. Mesmo assim, ele se sentiu culpado e mais culpado, a ponto de ceder um medalhão para que o garoto se protegesse, e olha que as maldições em si eram inofensivas. Um raio, uma chuva e um bando de corvos esfomeados tiveram como consequência apenas a tristeza e frustração do alvo, resultados fracos demais quando a intenção deveria ser destruí-lo. Mas vejam só, não era! A cada vez que usava o tomo, a pedra de poder do exorcista, já corrompida, enegrecia mais e mais. Quando fosse completamente tomada, sua alma seria levada ao inferno. Ou seja: desde o começo o objetivo de Masato era ele, e não Rokudou, este era apenas uma diversão extra. Certo, Tsubasa pode tê-lo atacado com cinza benta, demônios e exorcistas podem ser inimigos naturais, levar a alma pode ser parte de sua meta, mas qualé! O único vilão da história (Sabato é mais um incômodo, não conta) demora eras pra reaparecer, vem sem ser anunciado, e no fim das contas queria outro que não seu alvo primário? Comassim minha gente, explica isso direito! Não, explica não, vai que piora…
Tsubasa não é idiota e já sabe de tudo, e como não conseguiu se livrar do tomo, decidiu armar uma arapuca para Masato. Um bom plano, se não fosse um certo shinigami rancoroso pela perda de sua comida interferindo e atrapalhando tudo. Ao ver que as maldições continuariam e sua alma seria tomada, ele foi tomado por uma súbita onda de autopiedade e puniu a si próprio. Para a sorte dele, se amaldiçoar ajudou a purificar parcialmente a pedra, algo a ver com expiar seus pecados, uma metáfora simples. Fazendo isso gradativamente, a pedra foi purificada, Masato punido e Rokudou ainda ganhou quilos de tofu para comer em casa (nem perguntem). Mais uma vez, tudo acabou tranquilamente como era de se esperar. As únicas coisas que posso levar como aprendizado destes 20 minutos e pouco de anime foram: Tsubasa ainda não percebeu que os bonzinhos nunca se dão bem? E que Sakura não irá corresponder a seus sentimentos? E Rokudou, o quanto será que ele realmente gosta dela? Porque todo mundo tá a fim de uma garota tão… Sakura? Vai saber, gente, eu só queria que o nosso garoto exorcista tão esforçado tivesse um futuro mais auspicioso, mas as estatísticas vão totalmente contra ele. Pobrezinho.