[sc:review nota=4]

Eu queria ter lido ou assistido KareKano para continuar fazendo piadas como as do título pelo artigo inteiro. Bom, paciência! Pouca coisa mudou em relação ao episódio anterior, o Adlet continua um fugitivo, nenhum dos demais heróis parece ter mudado de ideia ou me feito mudar de ideia quanto às suas intenções e culpabilidade, e o hipotético oitavo continua existindo apenas na cabeça do herói.

Tanto Adlet quanto Flamie passaram por traumas. O dela foi bastante recente, mas de um jeito ou de outro foram esses traumas que acabaram unindo os dois. Um relacionamento no começo difícil, agora em termos mais amigáveis mas que ainda não dá para dizer se já chegou a algum lugar ou se vai para algum lugar. Em um dado momento enquanto conversa casualmente com ela, ele se torna consciente que tudo o que diz e faz pode ter a ver com sentimentos que ele nem sabia que poderiam existir. Ele assegura que foi uma coincidência, que realmente não há sentimento romântico nenhum envolvido, mas sua face corada meio que o desmente. Se ela nutre qualquer sentimento por ele ainda está para ser revelado, mas uma coisa os dois têm em comum: por um motivo ou por outro, vivem atrás de uma fachada. Qualquer um que veja um deles não está de forma alguma vendo como eles realmente são. E se isso acidentalmente os uniu, agora eles sabem da história um do outro, e podem começar a enxergar além da máscara. Isso irá ajudar no relacionamento entre os dois? Será que evoluirão para algo além de amizade? Será que ele já está mesmo começando a se apaixonar por ela?

Olhe só tudo o que eu consigo escrever sem sequer conhecer a história. Imagine se eu tivesse lido KareKano. Ah se eu tivesse lido KareKano! Você não ia suportar ler esse artigo, hahaha! Mas bom, tudo o que eu disse é verdade, ainda que eu tenha dito de uma forma conveniente para soar outra coisa. Pois eis que nesse episódio descobrimos o passado de Adlet e Flamie. Ele era um moleque pacífico até, não queria saber dessa coisa lutar, mas um dia um demônio jacaré-alado, muito educado e culto por sinal, visitou sua vila. Segundo a Flamie, o cara é poderoso entre as fileiras demoníacas, o que mostra como até os demônios valorizam a educação formal para fins de promoção profissional. Ao invés de devorar todo mundo, ele fez um acordo muito justo: o Arquidemônio vai vencer, dessa vez já era, desistam, frágeis humanos, e ele vai matar todo mundo exceto aqueles que forem servi-lo em suas terras de bom grado. Quase a vila inteira aceitou a oferta, mais irresistível que TecPix, Super Ladder e Facas Ginsu. Quase a vila inteira. As exceções foram a irmã de Adlet, seu melhor amigo e, claro, o próprio. Como todo bom negócio vendido por bons vendedores, havia algo sinistro nas letras miúdas desse pacto arquidemoníaco: para provar sua determinação, os aldeões deveriam arrancar os corações daqueles que se negassem a partir para Hell Disney. Corações foram arrancados enquanto protegiam a fuga de Adlet, que procurou um velho maluco mas poderoso que, como já sabe-se, o treinou mais tarde.

Já conhecem a Palavra do Arquidemônio?

A história da Flamie é bem diferente, e é difícil dizer se é mais ou menos trágica que a do protagonista. Como já revelado, ela é uma meia-demônia criada para matar heróis. Ela foi bem educada na arte de odiar humanos (mais uma prova do valor que os demônios dão ao ensino), e foi muito amada por sua mãe e era bem tratada por todos à sua volta. Então imagine uma versão feliz de Flamie matando psicoticamente candidatos a heróis, porque pela descrição dela isso não poderia corresponder mais à verdade. E ela matou, e foi amada, e se divertiu, e matou um pouco mais. Ela tinha até um cachorro! Até o dia que ela chegou em “Chamot” na lista de alvos dela. Por sorte, escapou com vida. Por azar, ela era a única a pensar assim. Todos passaram a odiá-la imediatamente, foi considerada um fracasso e sua própria mãe tentou matá-la. Se me permite um comentário, tenho que dizer o quanto os demônios são rápidos em julgar, e julgar errado. Veja só: Chamot é considerada, ou pelo menos assim disseram, a mais poderosa heroína desde a própria Deusa em si. Aquela que derrotou sozinha o Arquidemônio. Se Flamie é um fracasso por ter sido derrotada por Chamot, o que isso torna o próprio Arquidemônio? Acho que os demônios estão negligenciando as aulas de lógica elementar em seu sistema de ensino já famoso pela qualidade. Depois desse episódio, Flamie fechou seu coraçãozinho dividido (metade odiando os humanos, e a outra metade odiando os demônios) e decidiu se vingar da própria mãe tomando dela o que ela considera mais sagrado: a vida do próprio Arquidemônio! Se a Flamie é um fracasso eu não sei dizer, mas te garanto que ela é ambiciosa em suas metas.

Quanto aos demais, como eu disse, pouco mudou. Conforme eu já havia percebido e o Adlet reforçou, dividir os heróis em duplas é perfeito para que o traidor mate e coloque mais uma culpa nas costas dele. E quem tomou essa decisão? De novo a Santa das Montanhas, minha suspeita número um, Maura. Nachetanya continua tentando de todos os modos defender Adlet, implorando para Goldov que, caso o encontrem, o capturem com vida. Claro que isso só deixa o Goldov com ainda mais ciúme, o que o faz prometer o exato oposto do que a princesa pediu. Hans enfrentou Adlet na entrada do templo, e o anime termina no exato instante que o assassino domina seu oponente e está prestes a dar o golpe final – e dependendo de como isso se desdobrar no próximo episódio, considerarei Hans definitivamente inocente ou definitivamente louco. Porque agora ele já sabe que a morte de um herói é perceptível a todos os demais heróis (aquela coisa de pétala que desaparece), então ele precisa ou ter certeza que o Adlet é o sétimo (o que ele só poderia ter não sendo ele próprio o sétimo) ou ele precisa ter um grande espírito aventureiro, não se importando de revelar que é o sétimo matando um herói inocente desde que ele possa, bem, matar o dito herói inocente. O destaque do episódio é a Chamot, que cansou de brincar de esconde-esconde e foi brincar sozinha no bosque.

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