[sc:review nota=5]

 

 

Tempo é uma medida bastante relativa. Pensem comigo: alguém notou que fazem mais de 5 meses que acompanhamos Ore Monogatari? Que estamos concluindo o oitavo mês do ano? Que o terceiro milênio após Cristo está em seu 15º ano? Podemos ter notado, ou não. Dito isto, o que demora mais tempo pra passar, 16 anos de uma vida simples e fácil, ou 10 anos alimentando uma paixão nunca revelada ou alimentada? Quanto tempo é necessário para que uma pessoa não suporte mais que os seus sentimentos sejam apenas platônicos, e se sinta compelida a revelá-los? Muitas pessoas não conseguem esperar tanto, mas Amami Yukika conseguiu. Dez longos anos. Mas, mesmo para ela, não está dando mais.

Suna recebe cartas de amor, declarações e chocolates no dia dos namorados há anos, mas em alguns deles há uma característica curiosa: ausência de remetente. Se fosse só isso, nada de mais, mas o problema é que sem identificação ele não pode rejeitar a garota, nem retribui-la no White Day. Se esconder por si só nem é tão incomum assim, mas isso acontece desde sempre, e além do mais sempre há uma variação do seguinte recado: “Goste de mim”. Paradoxal, afinal como ele vai gostar de alguém que nem conhece? A autora das cartas é a Amami, que se apaixonou por ele desde os 5, 6 anos de idade, quando ele a protegeu de uma bola em uma partida de queimada. Desde então, ela o vem observando ávidamente, tentando descobrir seus gostos, apenas admirando e, é claro, deixando cartas e presentes anônimos. Issaê, a maioria de nós errou a aposta. Muita gente – eu inclusive – apostou que Suna se interessaria por uma garota com uma personalidade alegre e ativa, como o Takeo (Team Saijou!), outros pensaram em alguém tímido e calmo, como a Yamato (bom, a Amami tem um pouco disso); houve quem dissesse que ele poderia ser gay, mas eu nunca vi ninguém apostando em uma stalker profissional! E das mais determinadas, porque olha, ela foi muito longe. Mas, pensando bem, eu não tenho tanta certeza assim de que ela conseguiria cumprir a sua meta da vez se não fosse a interferência de Takeo. Aliás, esta é a primeira vez que eu agradeço profundamente por ele ser tão curioso e despudorado.

Ela sempre esteve lá. Ela sempre esteve por perto.

Ela sempre esteve lá. Ela sempre esteve por perto.

Takeo notou Amami quando a descobriu seguindo os dois no caminho de volta pra casa. Após um incidente com mais uma carta de amor não assinada, ela decide contar toda a sua história a ele, tanto para enfim desabafar com alguém quanto para pedir ajuda. Entre pensar que é curioso que o grandalhão nunca ter notado a presença da garota por perto (pôxa, são 10 anos não só de perseguição, mas estudando juntos!) e ficar frustrada em ainda não saber se não foi mostrada nenhuma declaração ao loiro desde o começo do ensino médio porque as garotas cansaram, se desinteressaram ou por se sentirem intimidadas por Takeo (Amami já o conhecia desde sempre, não conta), eu me concentro no fato de que, finalmente, os papéis de Suna e Takeo se inverteram. Muito mais do que na ocasião do Natal, afinal uma coisa é arrumar um casal de amigos. Outra completamente diferente é ajudar alguém apaixonada pelo seu bestie, que nunca teve um relacionamento e nem parece se interessar por isso, a se declarar. Eu esperava vê-lo empolgado, afinal ele sempre diz que quer que apareça alguém que faça Suna feliz como Yamato o faz, mas Takeo está mais preocupado do que qualquer outra coisa. Olha só, alguém pelo visto andou amadurecendo. Aplausos. Mas eu aplaudiria mais a performance desse cupido inexperiente se ele não tivesse pedido, mais uma vez mas de forma indireta, conselhos ao próprio alvo, ou se a maior parte do trabalho não estivesse sendo realizado pela própria Amami. Sim, claro que é trabalho dela, mas se fosse pra fazer tudo sozinha não precisaria da ajuda dele.

"Será que eu empurro essa doida pro meu melhor amigo?"

“Será que eu empurro essa doida pro meu melhor amigo?”

A garota decide que quer falar com Suna pessoalmente e bola um plano maluco com Takeo, mas quando descobre que Suna sabe exatamente quem ela é, manda tudo se ferrar e se declara. Espontanea e inesperadamente, até mesmo para ela. Depois sai correndo, claro – me lembrou eu mesma com 12 anos, hehe. Mas a reação do Suna foi o que me deixou mais empolgada: ele ficou sem jeito. De uma forma que ele não fica na frente dos outros, como se nunca tivesse recebido declarações antes e, mais ainda, ele associou a fala dela aos bilhetes anônimos na mesma hora! E ainda teve aquele “Ah…” gaguejado e fofo dele. GENTENEY! E vou começar a listar loucamente as razões pela qual isso pode, no futuro, dar certo: ele espera, paradinho, que Takeo traga uma Amami mais calma de volta; reage positivamente a ela (certamente ver a interação dos dois teve uma influência absurda); aceita conhecê-la melhor para só então dar uma resposta apropriada; troca telefone com ela, por iniciativa própria (!!!). Não surpreende que a reação dela seja perder as forças, e a de Takeo, ficar chocado. Todos ficamos. Ahhh mais melhora, já que Amami tem muita vergonha de falar com Suna então é socorrida pelo casal 20 (Yamato seeeempre metida nas confusões, hehe), então eles combinam de saírem os quatro, em dois casais. Suna topa; beleza que ele sempre topa, mas o convite veio da garota, e ele mesmo admite que não iria se não quisesse. Pode ter surtinho de fangirl? Ah, deixa pra depois de saber que ele tem guardada uma caixa cheia com as cartas e bilhetes que ela deixou pra ele em todos estes dez anos! Só os dela? Talvez não, mas o fato de ele ir relê-los só me faz pensar que ele está tentando entender melhor todo o sentimento que ela dirigiu a ele por todo esse tempo, absorvê-los não só mais como riscos em papel, mas como a dor e a alegria de uma garota real. Tudo, toda esta situação pela qual ele está passando, é algo completamente novo, faz sentido que Suna não compreenda direito e queira agir da melhor maneira possível. Se tudo isto não foi o suficiente para provar o quanto ele é atencioso (quando quer), não sei mais o que faria. Estou muito empolgada, mas também com receio. Tudo em Ore acontece rápido demais, e na próxima quarta-feira já teremos a resposta dele. Pode ser positiva, pode ser uma rejeição gentil. Não dá pra saber. Como Takeo, só posso torcer para que desta vez ele realmente tenha achado alguém que o faça feliz.

Ele guardou todas elas.  :3

Ele guardou todas elas. :3

Pra encerrar, algumas pequenas coisas me deixaram meio cabreira, e todas a respeito do plot montado sobre o histórico da Amami e no fato de garotas em geral reagirem negativamente a Takeo. Ela conversou normalmente com ele porque já o conhecia, mas não tinha intimidade nenhuma. Até que ponto isso interfere no tratamento que ela reserva a ele, ou seja, o de um cara qualquer? Se fosse uma garota que não o conhecesse, será que seria assim tão desinteressada sobre ele? E o Suna, até onde essa quebra no padrão de foras está ligado ao fato de ela e Takeo se darem bem? Eu queria, de verdade, saber o quanto de seus atos têm de sua lealdade ao amigo e quantas estão ligadas, pura e simplesmente, à sua admiradora e a curiosidade dele sobre ela. O roteiro esquematizado foi bonitinho e talz, mas não trouxe respostas a muitas de minhas dúvidas. Talvez, se Amami fosse uma simples colega de turma atual, desse para entender mais sobre o relacionamento deles com as turmas e como são vistos pelos demais. Mas talvez também ela nunca tivesse se aproximado, e não estaríamos aqui conversando sobre isso. É, deixa assim mesmo, que tá bom demais.

Parece tão... natural, e certo...  <3

Parece tão… natural, e certo… <3

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