Utawarerumono – ep 3 – Todo mundo ama o Haku
[sc:review nota=4]
Já aceitei e estou em paz com o fato de que Utawarerumono é uma história de fantasia e ação, tendo pouco ou nada do psicológico que eu achei que pudesse ter após assistir o primeiro episódio. O Haku ter acordado com amnésia e camisola de hospital no meio da neve é só um elemento do jogo na qual o anime é inspirado, não tendo necessariamente nenhum significado mais profundo. Certamente há uma explicação para isso, mas ela só será revelada se for necessária para o andamento do enredo e na medida em que for necessária, nem mais, nem menos. Dito isso, é uma boa fantasia também! No mínimo contrasta com a maioria dos demais animes do gênero que mais parecem games do que animes, com os personagens explicando tudo o tempo todo, e frequentemente em termos de poderes, habilidades especiais, itens, e outras coisas que costumam ser encontradas em games. A ironia é que muitos desses animes não são games, mas Utawarerumono é. Ao invés disso, o protagonista está conhecendo e vivendo de forma bastante natural no mundo em que despertou – e foi isso o que me fez entender errado o anime em primeiro lugar. Confusão desfeita, continue lendo para saber o que eu achei do terceiro episódio!
Nesse episódio Ukon mais uma vez decide arrastar Haku e Kuon por aí em mais uma missão aleatória dele. E é uma grande missão: escoltar a princesa Rurutie para a capital de Yamato (sim, o país tem o nome ancestral do Japão). Me impressiona que ela tenha chegado até lá sozinha, acompanhada apenas de sua pomba gigante de montaria Kokopo. Ela é uma princesa e precisa de escolta para a capital, mas para chegar até ali foi sozinha? Ou já estava morando no vilarejo? Bom, no fundo isso é um game, então acho que não importa. Também não é outra a razão para Ukon querer arrastar Haku para todo lado: isso é um game. Nesse caso pelo menos o anime disfarça como se fosse um interesse genuíno pelo humano, em primeiro lugar porque a Kuon se interessou por ele e em segundo lugar porque ele se mostrou bastante inteligente. Mas para um game de ação até agora ele se mostrou bastante inútil em combate, hehe. Até o Maroro é mais útil com a magia que sabe. Bom, ele foi útil uma vez, no segundo episódio.
Aliás, coitado do Maroro. Utawarerumono não é só um game de ação, é uma visual novel e a versão pra PC é um erogame também, por isso ele é encontrado por uma garota e outras garotas aparecem e se interessam por ele. Por enquanto foi só a princesa Rurutie, mas eu aposto que aparecerão mais garotas para o pseudo-harém do Haku. A princesa já parece estar pelo menos interessada nele (mas talvez esteja mais interessada em vê-lo com o Ukon, a princesa é fujoshi!). Enquanto nenhuma outra garota aparece, ele já conquistou o coração da Kokopo (a pomba gigante) e, tudo indica, do mago gay, alívio cômico e saco de pancadas Maroro. Eu entendo a aversão que o Haku sente em alguns avanços muito específicos. Não contei, mas acho que pelo menos uma vez por episódio o Maroro, digamos, chegou perto demais, insinuante demais. Mas na maior parte do tempo ele só quer se aproximar, ser útil, ser mais um amigo. E é tratado aos sopapos o tempo todo – como se fosse um corpo estranho no lugar, uma existência repulsiva. Que engraçado, ele é gay então ele é nojento! Isso não é engraçado. O pior momento nesse episódio foi quando, perto do final, estavam Haku, Kuon, Rurutie e Maroro sozinhos esperando Ukon e companhia voltarem e a Kuon abriu uma caixa com lanches que ela havia preparado, e o Haku, que estava ao lado dela, se deu ao trabalho de passar para a Rurutie, que estava mais longe, e todos ignoraram o Maroro solenemente. Isso é mais constrangedor do que os raros avanços além do limite do Maroro. Eu gostaria de dizer que espero que o tratamento que ele recebe melhore, mas duvido que vá acontecer, então é melhor eu nem me estressar.
Retomando, Haku e Kuon não participaram da ação do episódio, que se entendi consistiu no Ukon planejar junto com dois irmãos ladrões para que eles se aliassem a um bando maior e mais violento para entregá-los. Esse suposto acordo não foi mostrado, mas ficou implícito já que eles de fato sabiam de tudo desde o começo e levaram soldados do Ukon para dentro do vilarejo secreto dos bandidos. Será que esses irmãos se tornarão personagens fixos ou recorrentes pelo menos? Bom, é mais uma garota pro harém, né? Eu não duvidaria. Pelo menos um personagem que apareceu próximo ao final vai retornar mais à frente: o general Oshutoru. Ele usa uma máscara e, enquanto isso pode ser só um detalhe estético (de novo: isso é inspirado em um game), acredito que não seja o caso. Por quê? Bom, porque o subtítulo do anime é Itsuwari no Kamen, que significa Falsa Máscara (em inglês o subtítulo oficial é False Faces). Por isso prestei um pouco mais de atenção no Oshutoru e não encontrei sinal de orelhas animais ou rabo. Claro, ele nem apareceu muito, talvez só não deu tempo de aparecer mesmo ou eu que não vi. Mas eu não vi. E achei ele muito parecido com o Haku. Pense o que quiser, mas ele poderia ser um humano como o Haku que despertou antes? Um parente dele talvez? E apesar desse mundo ser povoado por homens-animais e ter criaturas fantásticas e magias, a cultura dele é bem parecida com a do nosso mundo, ao ponto de ter um país chamado Yamato razoavelmente parecido com o Japão feudal que ainda ostentava esse nome. Será que é outro mundo mesmo? Provavelmente quem conhece o game tem as respostas para isso, hehe, mas quero me divertir esperando o anime me contar isso!
huann
eu fui olhar o utawarerumono que está completo “teoricamente a primeira temporada” e ví que o Oshutoru parece bastante com o protagonista (que também utiliza uma mascara) entretanto eu não assisti o anime ainda, e não sei se são a mesma pessoa.
Fábio "Mexicano" Godoy
Se ele for mesmo humano como suspeito, a chance de ter conexão com o protagonista (ou ser o próprio) da série anterior é enorme. Fico curioso e ao mesmo tempo não quero que me conte se for isso, porque não gosto de spoiler =D