[sc:review nota=3]

E o harém cresceu! E qual era a importante missão do Haku, secretamente dada a ele pelo grande general do império? Consertar telhados! E fritar takoyaki! E limpar sarjetas! Pelo menos agora ele está morando em um hotel luxuoso e tem um emprego estável, então todos estão felizes. Quero dizer, a Kuon está bastante feliz, o Haku está quase tão embasbacado quanto eu. A Rurutie está felizona também, mas eu nem sei qual a função dela naquele grupo (ou no anime como um todo), então não considero importante como ela se sente a respeito. E você, como se sente com esse super-desenvolvimento do roteiro de Utawarerumono?

Eu tô felizão pra caramba, como deve ter notado. Notou, não notou? Sério mesmo, espero que não tenha notado, porque não estou. Isso era para ser uma aventura, não era? Já estamos na metade e … e o quê? Não há nenhum vilão, nenhum inimigo, nenhum objetivo. Também não dá mais para dizer que é uma jornada de auto-descoberta desde que o Haku passou a ter interesse zero pelo seu passado pré-amnésia. Você ainda lembra que ele está com amnésia, não lembra? Eu também não! Tive amnésia da amnésia dele! Mas acabei de lembrar enquanto escrevia. Sabia que escrever é uma forma de criar memórias mais sólidas? Bom, mas apenas escrever à mão, o que não é o caso aqui. Quando eu era jovem e não tinha um computador eu escrevia à mão, para depois passar para um meio eletrônico, se fosse o caso. Hoje em dia escrevo tudo direto no computador, o que em termos de memória é pouca coisa melhor do que apenas ler. Já tentou estudar só lendo? Na hora você acha que decorou tudo, mas depois na hora que precisa BUM! Lembra nada. Experimente escrever, vai ver como funciona muito melhor.

Mas divergi. Não que tenha muito a falar desse episódio, mas eu preciso, né? Como já adiantei no parágrafo introdutório, a missão secreta do Haku era realizar tarefas aleatórias e que exigem pouca habilidade ou conhecimento específico mas que as pessoas, por uma razão ou outra, pediram que fossem feitas. Não sei quem pediu nem como, mas sei que os pedidos estão chegando ao Ukon que repassa-os para o Haku, que fica sem entender nada. Ou ele ficava sem entender nada, até ouvir populares falando sobre o misterioso “Homem Correto”, que só não é tão desconhecido quanto é misterioso, e que estaria misteriosamente executando os pedidos das pessoas enquanto mantém-se desconhecido. O Haku já demonstrou boas habilidades dedutórias antes, mas essa foi bem fácil embora o anime tenha tentado fazê-lo passar mais uma vez por sabichão. Quando começaram a listar exatamente as tarefas que ele havia realizado e atribuí-las ao misterioso e desconhecido “Homem Correto”, Haku somou 1 com 1 e chegou no impressionante e misterioso 2. Essa conta eu nem preciso escrever pra decorar como fazer, para.

Mas Haku não ficou o episódio inteiro executando tarefas simplórias. Ele fez tantas delas que ganhou uma folga de meio episódio pra sair em um encontro com a princesa Atui, que adequadamente havia fugido do palácio para “se apaixonar”. Acho que ela conseguiu, né? Quem é que não se apaixonaria por quem sabe fritar takoyaki e consertar telhados? Até eu que sou um homem heterossexual cisgênero estou quase me apaixonando pelo Haku! Mentira. Bom, mas da parte da Atui é verdade, porque ela é uma haremete em um anime harém. Pelo menos admito que gostei do trabalho de dublagem dela, ficou muito interessante e gostoso de se escutar. Está na fronteira entre o musicalmente agradável e o enjoativo, e parece que a dubladora sabe se equilibrar muito bem nessa linha fina. Mas bem, se você reparou no que eu disse no começo sobre a princesa Atui, ela havia fugido do palácio, e isso não poderia passar impune. Para resolver essa crise mais um personagem foi adicionado: ahn … esqueci o nome dele. Bom, é mais um irmão do Ukon e da Nekone, mais novo que os dois, se entendi. Me pergunto se são todos irmãos mesmo ou se isso é resultado de má tradução. Digo, eles se chamam de irmãos e tudo mais, mas pode ser só por respeito e admiração, não pode? De todo modo, aposto que ele vai se apaixonar pelo Haku também, ou algo assim.

Já passam de setecentas palavras nesse artigo, que já é o quinto da série, e você percebe quanta aventura estamos assistindo? Tá bom, talvez não seja tanta aventura assim e seja mais um harém em cenário fantástico mesmo. O romance está mesmo no ar, não está? Quero dizer, eu meio que torço para o Haku e a Kuon ficarem juntos, mas isso é um sentimento unilateral, porque parece que eles próprios não se sentem da mesma forma que eu. O Maroro parece mais romanticamente interessado no Haku do que a Kuon ou qualquer outra garota na história até o aparecimento de Atui, mas ele já foi rejeitado, pobre mago de coração partido. Será que o Haku fica com a Atui e vira o futuro imperador? Aham claro. Bom, se romance não rola, pelo menos fanservice está tendo, não está? Quero dizer, parece que agora a Kuon passa quase tanto tempo nua quanto vestida, graças a seu amor infinito por termas e sua inclinação por discutir assuntos de trabalho e de estado enquanto toma banho. Não que seja lá grande fanservice. Ela é bonita, inclusive de corpo, mas Utawarerumono não está se esforçando para exibir suas garotas em poses realmente sensuais. E veja, eu não sou de assistir anime por causa de fanservice, na verdade é uma coisa que me incomoda e atrapalha a maior parte do tempo, mas como tudo na vida, se você se dispõe a fazer, faça direito pelo menos! E Utawarerumono não está fazendo seu fanservice direito. As cenas mais quentes até agora foram homoeróticas e ocorreram na mente delirante da Rurutie.

Pelo menos o Haku se tornou o “Homem Correto”. Rá, que piada! Isso é só um jeito forçado de dizer que ele é um “cara legal”. Você sabe, aquele cara que existe mesmo na vida real, não é particularmente bonito, não é particularmente interessante, mas estará sempre lá por você. Se você for uma garota bonita, quero dizer. E por “estar lá” eu quero dizer que ele está disposto a escutar tudo o que você, garota bonita, tem a dizer, além de … além de nada, é basicamente isso. O cara legal empresta o ombro para garotas, dá todo apoio moral para elas, concorda com o que dizem, faz elas erguerem sua auto-estima. Tudo isso porque ele é um cara legal, ele faz isso por puro altruísmo. Mas claro, se puderem retribuir com uma coisinha ou duas ele não reclamaria. Que tal … um beijo? Sexo nem pensar? Esse “cara legal” existe na vida real lá no Japão e aí na sua esquina, existe em todo lugar, e esse tipo de romance tem eles como público-alvo principal. Protagonistas de haréns sempre são assim meio sem graça, mas são inequivocamente caras legais. E ganham todas as garotas! Pelo menos o Haku é um pouco mais do que isso. Ele frita takoyakis, conserta telhados e protege a garota de flechas. Se você se acha um cara legal, precisa fazer pelo menos essas três coisas antes de achar que merece afeto. Principalmente a parte de proteger de flechas.

O Haku sabe o que diz

O Haku sabe o que diz

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