Após duas temporadas de Shokugeki no Souma, o que esperar da terceira? A história já estava fechada após abordar o arco dos estágios, mas sempre com a possibilidade de continuar aberta. E foi o que aconteceu. A premissa desta terceira temporada era o arco do Conselho da Elite dos Dez, onde conheceríamos o grupo mais influente da Academia, mas não foi exatamente isso que aconteceu.

Logo nos primeiros episódios conhecemos Kuga e sua culinária chinesa, além de acompanhar a rivalidade entre ele e Souma. Como um todo, o Arco do Banquete da Lua foi bem interessante para esquentar a temporada. Neste caso, literalmente, já que Kuga tem como especialidade comidas apimentadas. Aqui pudemos ver nosso protagonista sendo protagonista, superando obstáculos, criando seus próprios pratos e mantendo seu nível de auto-confiança elevado como sempre. Serviu, basicamente, para nos estabelecer e entrar no clima do anime novamente. Além disso, também vimos outros personagens trilhando seus próprios caminhos, incluindo o bizarro trio com Alice, Akira e Ryou. Enquanto isso, outros personagens decidiram se unir a Souma para ajudá-lo, resultando em um dos momentos mais marcantes da temporada.

Foi bem legal ver os antigos rivais ajudando Souma

Uma das coisas mais legais do arco do Festival do Banquete da Lua é que não estávamos presos ao Shokugeki. Era um novo tipo de competição, onde todo mundo enfrentava todo mundo, e no fim tínhamos uma classificação. O problema é que o último seria expulso da Academia, mas isso não é problema para nossos protagonistas. Outra coisa que valeu a pena foi acompanhar Souma com sua barraquinha no início e ver seu negócio ir crescendo aos poucos, até que estivesse grande o suficiente para encarar Kuga de frente.

Também foi neste mesmo arco que conhecemos Tsukasa e eu me apaixonei por Rindou. As duas primeiras cadeiras da Elite dos Dez foram apresentadas de forma bem humana, e não como seres inalcançáveis. Essa foi uma ótima abordagem, pois não fez com que o anime perdesse a pegada Slice of Life de sempre, destacando sempre seus personagens. Os dois ficaram conhecidos não só pela influência e capacidade culinária (este último apenas por parte de Tsukasa), como também pelas personalidades divertidas e carismáticas.

No fim deste arco, fomos apresentados a um novo personagem de forma bem impactante. Enquanto Erina esperava que o pai de Souma aparecesse para provar seus pratos, quem realmente esteve lá foi seu próprio pai (música de suspense). Azami Nakiri foi o responsável pelo melhor ponto de virada desta temporada, revelando que agora é o diretor da Tootsuki. E pior ainda, a Rindou foi uma das responsáveis por isso. Eu nunca me senti tão traído desse jeito.

Não podemos esquecer da melhor personagem da temporada

Mesmo que eu tenha gostado dessa decisão para o anime, já que tiramos os personagens da zona de conforto e colocamos um inimigo de verdade no caminho deles, ainda senti falta de explorar outros integrantes da Elite dos Dez. Como eu disse no artigo dos últimos episódios de Shokugeki no Souma, para um arco que seria focado na Elite dos Dez, muita coisa ficou a desejar. Nós não sabemos o que alguns deles cozinham e outros nem chegamos a conhecer. Por exemplo, o personagem Tousuke Megishima nem chegou a receber dublador.

Mas se perdemos por um lado, por outro ganhamos um arco bem interessante. Erina está recebendo o devido destaque, mesmo que ela não tenha feito nada importante. A questão é que a temporada gira em torno dela e suas relações, não só com seu pai do mal, mas também com o pessoal do dormitório, além de Souma e o pai dele. Por falar nisso, não sou muito fã da ideia, mas pode ser que se desenvolva um romance entre os dois.

Na segunda metade da temporada, voltamos a ter foco nos Shokugekis, e tivemos dois bem legais. O primeiro foi entre Souma e Eizan, onde finalmente o vimos cozinhar. Foi bem importante este momento, não só pelo contexto, que envolvia a permanência do dormitório e um Shokugeki justo, como também para conhecermos melhor o personagem. Ele sempre era visto como a pessoa por trás dos panos, mas agora o vimos em ação.

O segundo Shokugeki importante desta segunda parte foi entre Rentarou e Ryou 100% motivado. Mesmo sendo um personagem secundário, vale lembrar que ele esteve na final das Eleições de Outuno junto com Souma e Akira. Aliás, este ficou meio apagado nesta temporada, mas acredito que ganhe mais destaque na próxima. Voltando ao Shokugeki, o confronto serviu para derrotar a Central de vez, pois a partir dele as coisas começaram a melhorar. Vale lembrar que o anime está nos devendo dois duelos, envolvendo Tadokoro e Mito.

Por fim, e mais importante, o shokugeki que todos esperavam aconteceu, obviamente, nos últimos episódios: Souma vs Tsukasa. Este é exatamente o nome que eu dei ao último artigo episódio a episódio desta temporada. San no Sora teve como tema a rixa entre os pratos populares e os gourmet. O plano de Azami é justamente acabar com todos os restaurantes e só deixar os que preparam receitas refinadas. É por isso que não existe protagonista melhor que Souma, pois ele é praticamente o oposto disso. O personagem passou a temporada inteira provando sua criatividade e mostrando que também pode chegar ao topo. Para tornar essa trajetória mais realística, ele perdeu alguns duelos, como para o Kuga e Tsukasa, exatamente para mostrar que Souma ainda não está no nível deles. E também porque seria chato se o protagonista vencesse todas, né?

No fim das contas, Shokugeki no Souma: San no Sara foi uma temporada muito bem-vinda, trazendo ótimos confrontos, fan-service e aquela pitada de shonen que deixa tudo melhor. Até porque assistir pessoas cozinhando sem os exageros do anime seria muito sem graça. A próxima temporada estreia em abril de 2018 e será uma continuação direta desta, funcionando como um split-cour. Até lá, resta ficar com água na boca imaginando os próximos pratos.

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