Entre Mozart e Salieri, quando se fala de música clássica, qual é o nome que soa mais fresco aos seus ouvidos? Mozart. Não é à toa que Amadeus foi nomeado em sua homenagem, nem que a Maho tem um certo complexo de inferioridade e inveja com relação a Kurisu. Contudo, ela não odeia a sua rival, pelo contrário, gosta muito dela e por isso sente tanto a sua falta, além de não ser só uma sombra do que foi a protagonista da série. A Maho tem uma personalidade interessante e um papel importante, ambos necessários para avançar a trama e manter sua distinta qualidade. Que se abra o Steins Gate!

Senhorita Tuturu a postos para a operação Cleaning the room!

Se eu parafrasear a sentença que a Kurisu profere, fica o seguinte, “A morte significa não ver mais Steins;Gate”, o que é sim um argumento lógico, mas também pode simbolizar meu fanatismo pela obra. A resposta deixo para que decidam ao final do texto. Agora, falando ainda mais sério ao lidar com as palavras, a forma como a Maho encara a diferença de habilidade que sente ao se comparar a Kurisu é muito interessante, porque por mais que ela exponha um complexo de inferioridade, o jeito dela lidar com isso é bem mais maduro e saudável do que seria o normal para esse tipo de situação.

Em nenhum momento a Maho dá sinais de que desejaria nunca ter tido o seu Mozart, encarnando humildemente o papel de Salieri, questionando o seu próprio valor sem tentar pôr em dúvida o da Kurisu. Acho que foi uma forma muito agradável – apesar de um pouco triste – de angariar um pouco mais a simpatia do público. Acredito que na visual novel boa parte desse episódio corresponda a rota da personagem, o que, dado o fato dela ser nova nessa história, faz ainda mais sentido ser explorado.

Como não amar? Nem me contem, pois não vai adiantar mesmo! ❤

Esse episódio foi mais calmo e tranquilo que o normal para todo o anime, cheio de alívios cômicos e com direito até a um pouco de fanservice – que nesse caso não fez mal a ninguém, né. Achei as cenas da Não transformada em tirana da limpeza muito engraçadas e a festa do pijama das garotas muito agradável ao seu próprio modo, em nada prejudicando a trama séria que estão desenvolvendo. Aliás, o trecho do Okabe e da Maho tendo um encontro também foi muito bom e logo mais comentarei ele.

Ajoelhem-se perante a tirania da loli da limpeza, ô meros mortais!

Um acontecimento importante que veio antes disso foi a volta do Amadeus e a aparente tentativa do Okabe de seguir em frente com a sua vida, superando assim a perda da cientista que amava. Isso não é bom para quem, assim como eu, quer que ele alcance o Steins Gate e salve tanto a Kurisu quanto a Mayuri, mas ainda é cedo para predizer que isso não vai acontecer, afinal, se os americanos puserem as mãos na caixa de pandora, e na Kagari, é quase certo que também criem a sua máquina do tempo.

Lembrando que tudo indica que os russos já estejam desenvolvendo sua máquina do tempo e é em torno disso que a Terceira Guerra Mundial se desenrolará. Para isso, o computador da Kurisu detém extrema importância, pois com a teoria, a IA que possui as memórias da cientista e um receptáculo – que eu suponho que ser a Kagari –, “recriar” a mãe do dispositivo parece possível. Uma ideia bizarra, é verdade, mas que tem sim tudo para acontecer dentro de uma trama apoiada pela ficção cientifica.

Saudades desse sorriso artificial mais verdadeiro do que muitos por aí…

A posse desse computador explica – era até bem fácil supor que ela estava com ele, mas não me dei conta disso – o interesse da misteriosa organização na garota, deve mudar o ritmo da trama – afinal, a corrida do Okabe agora é para evitar que esses dados caiam em mãos erradas – e fazer com que a Maho se envolva ainda mais nos problemas do Okabe – e provavelmente tome conhecimento deles.

O encontro deles foi fofo e divertido, mas principalmente útil para fazer o público conhecesse mais da personalidade da Maho, assim como evidenciar a preocupação dela com as emoções do Okabe, como ela o observa e percebe que ele parece estar sempre sofrendo, que ele não parece ser um amigo da sua kouhai e que as duas coisas não só parecem, mas tem demais a ver uma com a outra.

Como ser sexy sem ser vulgar! E nem vou escrever mais nada pra não me comprometer…

Estou interessado em ver com a Maho vai se encaixar em tudo isso, se ela vai ser não apenas o apoio emocional do qual o Okabe necessita, mas também alguém que o ajude a tomar decisões e perseguir a verdade que se esconde em meio as conspirações e os presságios de uma guerra “pelo tempo”. Um episódio tranquilo em sua maior parte, mas que soube entregar um final objetivamente interessante a trama principal, e tudo isso sem fazer com que os momentos anteriores não se apagassem ou nada tivessem por que estarem ali. Enfim, não ouçam apenas Mozart, pois Salieri também tem o seu valor!

E quem diria que o destino da humanidade estaria guardado em um porta-objetos qualquer…

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