Magical Girl Spec-Ops Asuka – ep 5 – Batalha mágica
Bom dia!
Primeiro episódio de ação do começo ao fim de Magical Girl Spec-Ops Asuka, e colocando garotas mágicas contra uma garota mágica, feiticeiros russos e disas. Acha que entregou o que prometia?
Acha que foi bem animado, coreografado, a magia teve participação importante e criativa, e foi também emocionante, com real sensação de perigo?
Eu acho que sim, sim, sim para tudo isso.
O primeiro detalhe é que nesse episódio (como foi na batalha do primeiro episódio também, aliás), jorrou sangue para todos os lados. A violência foi bastante gráfica, em contraste com o episódio anterior.
E esse é um contraste importante. A violência do episódio anterior foi a tortura da Nozomi. Ela teve parte da pele da barriga derretida com metal em brasa e arrancada, um braço cortado, foi vítima de afogamento, mas de tudo isso o anime mostra apenas o essencial.
É possível sentir a dor e a agonia da Nozomi, mas Magical Girl Asuka não perde muito tempo com isso. Ou, a forma correta de colocar isso, a meu ver, é que o anime não explora isso.
E faz muito bem. Poderia sim explorar a agonia de uma adolescente inocente sendo torturada sem nem entender o porquê, enquanto suplica para ser poupada. É algo que muitos animes desse e de outros gêneros não se furtariam a fazer.
Uma história sobre adolescentes que têm suas vidas roubadas e são transformadas em armas para lutar pela humanidade, Magical Girl Asuka se recusa a desumanizar suas próprias personagens desnecessariamente.
Há as garotas mágicas e demais combatentes mágicos, que escolheram esse caminho, e há os inocentes, que as heroínas protegem. Os combatentes, os do bem e os do mal (pelo menos no que entende-se a essa altura do anime como uma divisão do tipo preto e branco), podem ter sua imagem explorada. Sangram profusamente, são cortados ao meio, são arremessados de um lado para o outro. Os inocentes, pelo menos por enquanto, continuam protegidos de tais arroubos apelativos.
Reflexões sobre violência gráfica à parte, descobrimos a forma transformada de Abigail, bem como seu nome código: Tesoura de Barbeiro.
Em qualquer outro anime nesse momento eu emendaria um “wow, sério?”, mas a Abigail foi séria o bastante para eu não lidar com ela como se fosse piada. A tesoura dela parece tão afiada quanto o karambit de Asuka, mas com alcance bem menor. De qualquer forma, acho que ainda não a vimos lutar com tudo o que pode.
Ela não podia matar Kurumi, então apenas invocou dois disas para tentar cansar e encurralar a Enfermeira de Guerra, que lutou muito mais do que em sua primeira aparição. Suportou golpes pesados e consecutivos, mas conseguiu, com seu poder e engenho, derrotar um dos disas, do mesmo tipo daquele que na outra ocasião a deu trabalho sozinho.
Mas parece que tudo isso estava nos cálculos de risco de Abigail e Kurumi esteve a um passo de ser derrotada. Felizmente o Esquadrão M chegou e mostrou do que é capaz. Não muita coisa, é verdade, mas o suficiente para salvar Kurumi e ganhar tempo até a chegada da Asuka.
Desde o episódio anterior a Asuka parecia estar em desvantagem lutando contra os feiticeiros russos, mas esse nunca foi o caso. Ela estava apenas tentando derrotá-los da forma mais eficiente possível, e por eficiente entenda sem gastar muito poder mágico.
Os dois estavam muito bem armados e eram muito bem treinados, porém, de modo que usar apenas seu poder físico normal e sua karambit mágica não era suficiente. Drenou-lhe, segundo diz, considerável quantidade de poder mágico, mas assim que ela usou seu poder para subir o nível da luta os russos não tiveram a menor chance.
Asuka em seguida tem um breve mas revelador combate contra Abigail. Embora a Rapture tivesse gasto parte de seus poderes, a Tesoura de Barbeiro não foi páreo para ela.
Da mesma forma, ninguém lá, talvez nem com todos os seus poderes combinados, pareceu páreo para a Rainha. A líder da Brigada de Babel conjurou um enorme e poderoso campo de força que prendeu Asuka e parte do Esquadrão M, ao mesmo tempo em que calmamente defletia e inutilizava cada ataque de outros membros do Esquadrão contra ela. Resgatou Abigail e partiu.
Resta saber se, caso estivesse com seu poder pleno, Asuka conseguiria desafiar a Rainha.
Mais relevante que as comparações de nível de poder por enquanto é a identidade da Rainha. Ela reconhece Asuka, e Asuka tem certeza que já a viu, embora não se lembre de quem ela é. Depois de revelada a existência de Francine no episódio anterior e sua assombrosa semelhança com a Rainha, creio que não haja mais espaço para dúvidas: ela é Francine.
E, provavelmente, ela é a Garota Mágica de Destruição em Massa. Ou está trabalhando para se tornar nela, um dia. Parece que precisa capturar vivas as demais garotas mágicas para tanto. Por que não aproveitou essa chance?
Essa eu acho que é fácil: fazer o que fez deve ter consumido vastas porções de seu poder mágico. Ela é vista desde o primeiro episódio sempre deitada, parece determinada a economizar energia de todas as formas possíveis, o tempo todo.
Assim que a magia de barreira capaz de segurar Asuka, ainda que uma Asuka enfraquecida, mais o poder necessário para defletir os ataques do Esquadrão M, devem ter custado caro para ela.
Afinal, se tivesse mesmo esse poder avassalador e pudesse dispor dele a seu bel prazer, seria de se esperar que capturasse Asuka e Kurumi a hora que quisesse, à luz do dia, ao invés de executar esse plano complexo usando a Frente Unida do Leste Asiático e depender da Abigail e de mercenários russos para isso.
No final das contas, todos perderam, suponho? A Brigada de Babel se expôs e não atingiu seu objetivo. A Frente Unida do Leste Asiático foi apenas usada, e tampouco atingiu seu objetivo. Os mercenários russos morreram.
As heroínas saem feridas e Nozomi traumatizada. Pelo menos para ela teve cura, não é?
Uma cura dolorosa. Não para ela. Quero dizer, se você pudesse se livrar de um trauma grave seu apagando as memórias de uma semana ordinária, você hesitaria? Pensaria duas vezes?
Asuka hesitou. Os eventos daquela semana antes do fatídico sequestro, tortura e batalha, foram provavelmente a primeira vez em que ela se sentiu viva em muitos anos. Uma vida normal, com outras adolescentes da sua idade, se divertindo, falando bobagens, fazendo planos de adolescentes.
E tudo isso foi apagado da memória da Nozomi. Foi para o bem dela, então não há o que discutir. Mas dói em Asuka saber que uma memória tão querida para ela não é mais compartilhada com uma de suas amigas que estiveram lá junto com ela.
E, em parte, isso talvez seja culpa dela.
Por isso que, conforme previsto, agora ela está convencida. Vai voltar à ativa, integrará o Esquadrão M do Oficial Iizuka.
Isso ainda é contra a vontade dela, mas não tem jeito. Descobrimos ainda que talvez seja contra a vontade da Kurumi também. Ela não se orgulha de ser uma garota mágica. Ela luta porque ela sente que tem que lutar, e nesse sentido ela não é diferente de Asuka.
Quando Abigail mencionou o Magical 5, durante a luta contra a Enfermeira de Guerra, ela se incomodou. Ela não gosta de falar em “Magical 5”. No início elas eram 11. As 5 agora são apenas sobreviventes. Glorificá-las parece jogar no esquecimento as 6 que se foram. Como se fossem menos importantes. Como se elas também não tivessem vencido aquela guerra.
Talvez isso seja uma pista para a mudança de lado da Francine? Ainda é cedo para especular, mas vamos ficar de olho.
Até semana que vem!